domingo, 2 de outubro de 2011

DIREÇÃO PROFÉTICA PARA A IGREJA

DIREÇÃO PROFÉTICA PARA A IGREJA

Às vezes as pessoas me perguntam: “O que Deus está falando à igreja?” Geralmente não fico animado para responder. Depende muito da perspectiva de quem pergunta. Talvez ele creia que Deus sempre fala a mesma coisa para todo o seu povo ao mesmo tempo. Nesse caso, ele tem uma receita infalível para um exclusivismo que condena a todos aqueles que não estão fazendo as coisas do mesmo modo que seu próprio grupo faz.
Talvez ele evite este erro, mas crê que Deus sempre tem uma palavra geral que ele quer que todo mundo ouça, mesmo que esta não seja totalmente abrangente. Isto muitas vezes parece exigir uma palavra do tipo “menor denominador comum”, incapaz de realmente ofender a alguém por ser de fácil aceitação para todos. Tal palavra não exige uma mudança verdadeira.
É possível responder falando o que Deus deseja do seu povo, sobre quais são os seus alvos e objetivos. Mas mesmo que o povo corresponda a essa palavra, ele não pode ficar satisfeito com apenas isto. Pois se possuir somente a visão de um alvo final, torna-se místico, etéreo e "superespiritual". Não deve ser assim. Aqueles que verdadeiramente abraçam a vontade e o desejo de Deus clamam por direção. “Que faremos para entrar e alcançar o que tu nos estás falando?”
UMA PALAVRA MOLDADA ÀS NECESSIDADES
É neste ponto que palavras “gerais” não são mais apropriadas. Esses inquiridores precisam de uma direção concreta. Essa direção não será necessariamente a mesma que foi dada a outros; deve ser totalmente moldada para este grupo específico. O profeta que vê o que Deus tem em vista, no fim, também vê o estado real da situação, no presente. Em correspondência a um clamor sobre o que fazer, ele sente a direção específica de Deus para aqueles que o indagam. Ele não agirá de acordo com uma planta, fazendo sempre a mesma coisa em cada situação. Ele não é um mecânico espiritual que segue um manual de serviço. Ele reconhece que as pessoas (e conseqüentemente as igrejas) não são máquinas, e que somente Deus pode traçar a melhor diretriz para elas seguirem.
 A diretriz que libera uma determinada combinação de personalidade e dons será diferente da que serve a uma combinação totalmente desigual. Claro que neste caso o gato radical fica no meio das pombas complacentes! Aqueles cuja segurança depende daquilo que sabem, e não do conhecimento de Deus, não aceitarão mudanças. Os líderes locais terão que decidir se eles mesmos são capazes de sentir e dar a direção plena de Deus ao povo, ou se precisam ouvir uma voz profética. As pessoas terão que decidir se estão preparadas para entrar num compromisso mais profundo com Deus e uns com os outros, sem saber o que lhes reserva o amanhã.
Uma vez que o programa da igreja é abandonado em favor de ouvir e fazer o que Deus fala, a possibilidade de alcançarmos o alvo de Deus se abre. Enquanto os homens se apegam às suas próprias idéias, posição, métodos e estruturas, não há como ocorrer a mudança necessária. O único clamor deve ser para que Deus fale. “Senhor, fala ou nós morremos !” Este clamor deve ser acompanhado de um desejo sincero de fazer, seja o que for que ele peça.
Voltando à pergunta inicial, quero sugerir ao inquiridor que ele pode receber uma resposta melhor se perguntar: “O que Deus está falando àqueles por quem eu sou responsável?” Deus e seus porta-vozes respondem àqueles que realmente querem saber. Não adianta entregar palavras agradáveis e menos ainda, palavras gostosas, numa base de “aceite ou rejeite”. Deus é Deus; a igreja é o seu povo. Ele falará e eles devem obedecer.
CORRESPONDÊNCIA À AUTORIDADE
Muito se tem dito sobre o lugar da amizade e confiança no relacionamento entre aqueles que  lideram e os que são liderados. Amizade é vital mas não devemos cometer o erro de só agir depois que uma amizade plena tenha florescido. A correspondência deve ser a Deus e à realidade de sua autoridade espiritual nos homens. Dizer: “Só começarei a fazer o que você diz quando eu vier a conhecê-lo a ponto de confiar totalmente em sua pessoa”, seria demorar demais. Há um passo de fé em Deus a tomar, seguido de um processo de desenvolvimento da confiança pessoal.
É necessário reconhecer a esfera de autoridade de um homem. Deixe-o descrever sua comissão dada por Deus (ao fazer isto ele não deve ser mais hesitante ou relutante do que Paulo ou João) e veja se há correspondência em seu espírito. Deixe que Deus lhe dê confiança nele, se é que Deus o tem enviado. E aja nesta confiança deixando-o falar e dirigir, dentro dos limites da comissão que Deus lhe deu. Não fique com medo de ouvi-lo e obedecê-lo. Deixe que sua atitude de humildade, sua mansidão e compaixão, juntos com a autoridade dada por Deus, confirmem a autenticidade do seu chamamento.
As palavras do profeta se cumprirão e se tornarão em acontecimentos. Permita que ele fale, não apenas uma exortação geral, mas uma direção específica e uma palavra criativa para indivíduos e grupos. Se houver correspondência e abertura de coração, haverá uma mudança visível nas vidas. Acima de tudo, ele trará o senso da presença real de Deus. As pessoas se tornarão conscientes do interesse e envolvimento de Deus nelas; verão Deus lhes respondendo e falando em situações reais da vida.
Ser “Igreja” não mais significará apenas crer em certas coisas ou fazê-las, nem significará simplesmente participar juntos. Antes, rapidamente, virá a significar uma experiência com o Deus vivo. O clamor e a oração do povo para Deus não mais serão seguidos de um silêncio ensurdecedor. Ao invés disso, Deus falará, incitando um diálogo com indivíduos e grupos, dando uma perspectiva e dirigindo a ação. A vida na igreja virá a ser uma aventura diária com Deus e expressará a Sua vida, num corpo dinâmico e espiritual.
UM SENSO DE PROPÓSITO
Em termos espirituais, um homem vê na proporção que sua esfera, dada por Deus, o permite. Um chefe de família pode esperar uma direção clara para a sua casa; um líder de um grupo pode esperar uma orientação suficiente para dirigi-lo. Um profeta que vê o anseio de Deus pelo cumprimento final da sua palavra verá as coisas como realmente são, e o que fazer para levá-las à consumação. Portanto, um profeta transmitirá à igreja um senso de onde eles estão e para onde vão. Em resumo, dará ao povo um senso de propósito em relação ao reino de Deus.
A cada dia a peregrinação leva-o para mais perto do alvo. Problemas e obstáculos são superados e vitórias conquistadas. A voz de Deus é constantemente ouvida, colocando todas as coisas no contexto certo e dirigindo o que fazer. Não que Ele explique todas as coisas (longe disto!) mas ele nos dá a segurança de que está acima de tudo. Portanto, devemos perguntar ao inquiridor citado no início deste estudo: “Por que você pergunta? Você deseja de todo o seu coração ouvir sobre os propósitos de Deus e ser comandado e dirigindo por Ele? Você deseja fazer sua vontade e ver ao menos um pouco para onde o levará? Ou seu interesse é meramente teórico? Estará você apenas curioso?” Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração" (Jr. 29:13).
Deixe que os teóricos e os curiosos especulem à vontade. Mas deixe que aqueles que realmente querem conhecer a Deus apresentem-se. Deixe-os implorar para que Deus fale, pedindo ao porta-voz de Deus, o profeta, para que lhes traga a sua palavra. Faça-os entender que tanto receberão discernimento dos seus desígnios como também o obedecerão agora. Esclareça-lhes que verão o trono de Deus e obedecerão ao Senhor que se assenta no trono. Verdadeiramente Jesus é Senhor, e ele deseja fazer seu senhorio totalmente real para nós. Mas ele também exige as prerrogativas de seu senhorio em nossas vidas. Somos chamados a abandonar todas as outras coisas para ouvi-lo e obedecer-lhe.
John Maclauchlan

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