sábado, 10 de março de 2012

PROFECIA NO APOCALIPSE


PROFECIA NO APOCALIPSE

O livro de apocalipse é uma profecia (1:3). Desta forma, ele encarna e exemplifica muitos dos princípios de profecia. Se você tem mais do que um interesse teórico, ser-lhe-á proveitoso examinar e meditar diante de Deus nas passagens citadas abaixo. Somente Deus pode plantar a semente de sua palavra no seu coração de tal forma que esta se torne uma expressão de sua revelação à igreja hoje.
1.        Profecia é uma revelação, isto é, um desvendar de olhos (1:1). Isto implica que algo real, mas anteriormente escondido, se torna visível. A profecia tira um véu para que a realidade espiritual possa ser vista. Sem a palavra profética o homem está cego. Ele não consegue ver Deus nem a Sua vontade, e nem o propósito e alvo de Deus; não consegue sequer ver seu próximo passo claramente. A palavra profética é a nossa lâmpada, alumiando o caminho para levar-nos à consumação (2 Pe.1:19).
2.        Profecia encarna o imperativo de Deus. Declara o que deve acontecer (1:1). A ênfase está no “deve”. Não é uma revelação do que acontecerá como se houvesse um futuro preestabelecido para ser descoberto. A profecia não prediz mas é uma declaração do firme propósito de Deus. O caminho para a realização deste propósito é real. O imperativo de Deus encoraja a igreja em tempos difíceis, reanima o Seu povo à ação para trabalhar junto com Ele, rumo ao objetivo.
3.        A palavra de Deus é testemunha de Jesus (1:2; 19:10). Entendemos pelo contexto do capítulo primeiro que o mesmo está se referindo ao testemunho que o próprio Jesus dá. No contexto do capítulo 19 pode ser o testemunho dado por Jesus ou a respeito dele. É claro também que os termos palavra de Deus, profecia e espírito da profecia são usados alternadamente. Jesus é o autor da verdadeira profecia. Por meio dela O cabeça se expressa ao corpo. Através dela seu Espírito é difundido por toda a igreja. Toda profecia verdadeira dá testemunho de Jesus em seu senhorio e glória.
4.        A profecia deve ser ouvida e obedecida (1:3). Embora a Palavra de Deus encarne seu poder, e desta forma seja capaz de se tornar um acontecimento, por outro lado ela não é mágica. O ouvinte deve ser receptivo. Deve ouvir cuidadosamente; corresponder de todo o coração; agir obedientemente; e prosseguir fielmente. Deus determinou agir de comum acordo com seu povo. É a correspondência do povo de Deus que apressará a volta do Senhor (2 Pe.3:12).
5.        Como o testemunho de Jesus, a função principal da profecia é revelá-lo e declará-lo (1). Ele é revelado em seu esplendor; é mostrado em seu poder. Ele é visto como aquele que morreu e ressuscitou em vitória e se desvenda em seu relacionamento com a igreja. Se Jesus não é visto e obedecido como Senhor, e conhecido e vivenciado como aquele que ama e perdoa, nada mais tem sentido. A profecia traz a realidade da sua presença à igreja.
6.        As igrejas não podem crescer ou funcionar sem a palavra profética. O povo de Deus deve “constantemente ouvir o que o Espírito está dizendo às igrejas” (2,3). Somente assim evita-se o declínio. Somente por meio disto o amor e a fé são mantidos vivos e fervorosos. Ouvir diariamente o que Deus está falando e agir diariamente segundo sua direção evitam morte (Hb.3,4). É o único meio pelo qual a igreja pode crescer continuamente para se tornar tudo o que Deus almeja.
7.        Enquanto tantas coisas no mundo e na experiência cristã parecem negá-lo, a profecia revela o trono de Deus (4,5). Ele é visto e exaltado sobre todas as coisas. A Palavra de Deus dá acesso ao seu reino invisível, comunica a infalibilidade do seu governo e vitória, em sua realização final. É isso que leva o ouvinte a cair prostrado aos pés do Senhor, com o coração cheio de temor e adoração.
8.        A profecia revela forças e princípios que estão por trás dos acontecimentos na terra (6). Pela palavra de profeta o céu se abre. Da perspectiva do trono de Deus todas as coisas parecem diferentes. Os acontecimentos banais, cotidianos, e também os grandes, espetaculares e sensacionais, tomam um aspecto diferente. O imperativo da vontade de Deus é visto como algo supremo. As forças espirituais se tornam evidentes. A justiça e o juízo de Deus se tornam aparentes. O inexplicável nem sempre se torna fácil de entender. Mas há um senso do seu lugar no esquema geral das coisas. Através da Palavra de Deus a paz interior e espiritual transcende e substitui a confusão e o medo.
9.        A Palavra de Deus chama um remanescente à existência (7). Um bando, uma companhia e depois um exército são formados por aqueles que ouvem o que Deus está falando às igrejas. Deus nunca teve medo de cortes. Ele conduziu todo o Israel, na verdade toda a raça humana, para uma pessoa, o seu Filho Jesus. Por meio dele, desenvolveu todo um povo para sua glória. Vez após vez, quando corações esfriam, ele recomeça com aqueles que ouvirão e corresponderão. Deus é paciente e absolutamente firme e paciente. Ele não continua a construir quando falhas sérias aparecem. Agir assim seria um fracasso garantido. Ao invés disso, ele reduz e começa novamente.
10.     A palavra profética afeta o curso da história, interrompe os acontecimentos e altera a cronologia (7:3). Deus responde às situações reais. Ele adapta e altera os detalhes do seu propósito, embora sempre se dirija inexoravelmente para seu alvo final; trata diariamente com miríades de possibilidades, incontáveis desenvolvimentos e reações. Pela sua palavra, Ele molda as atitudes e reações do seu povo obediente; ordena os elementos, as situações do mundo e tudo o que está envolvido no cumprimento de sua vontade.
11.     A profecia declara o juízo de Deus (8,9,15). Não que o profeta vá por toda parte com uma atitude condenatória. Como seu mestre, Ele não veio para condenar, mas para dar vida. Porém, ver o trono de Deus é apreciar sua justiça. Desta forma, o juízo é declarado como governo de Deus, como sua administração e determinação e como sua consumação e conclusão de todas as coisas. A ira de Deus é uma realidade; ele julgará e destruirá todo o mal.
12.     A profecia fortalece um remanescente em fidelidade (11,12). Ajuda-o a entender seu destino e alvo. Mostra-lhe a alegria que está por vir. Encoraja-o enquanto suporta o calor do dia em favor de outros. Mostra-lhe uma grande multidão que segue atrás, usando a trilha que eles abriram. A Palavra de Deus capacita aqueles que buscam de coração os objetivos do Senhor, para vencer. Assegura-lhes sua graça, presença e aprovação. Enche suas bocas com seu testemunho e comunica-lhes a certeza da vitória e a queda inevitável do mal.
13.     Pela sua palavra, Deus revela a consumação de seus propósitos (11,12). Ele fala amorosa e suavemente àqueles que, como João, reclinam-se sobre seu peito, àqueles que se preocupam principalmente com seus anseios e sentimentos. Ele fala-lhes do tempo quando sua justiça será estabelecida por toda a terra, mas ele também fala com eles em termos pessoais: estarão com ele e toda lágrima lhes será enxugada. Comerão e beberão juntos com ele. A alegria e a comunhão que experimentam com ele agora se tornarão plenas, então.
14.     A profecia revela o curso e o desenvolvimento do mal e sua destruição (15). A igreja deve estar consciente de que a raça humana independente continuará a desenvolver seu objetivo de se unir em rebelião contra Deus. O homem ainda quer construir sua Babilônia com uma torre que alcance o céu. Ele ainda tenta evitar o  ser espalhado. Os governantes querem segurar seus domínios para si mesmos e tendem a se unir contra o Senhor e  seu Cristo. Deus torna claro que permitirá que o homem realize muito do que deseja, mas somente quando o povo de Deus estiver pronto. Babilônia terá permissão de chegar à sua expressão plena, mas será finalmente destruída quando o povo de Deus estiver pronto para governar.
15.     A profecia declara a vitória final de Cristo e sua igreja (19). Ao fazer isso, ela fortalece o fraco e reanima o que vacila para entrar em ação. Podemos ser fracos e pequenos agora. As forças do mal parecem imensas e sua influência prodigiosa. Mas Jesus voltará a reinar. E nós, da promessa, vamos deixar que a visão de vitória encha nossos corações. Vamos permitir que a realização da vitória seja demonstrada em nossas vidas. Por meio daquele que venceu, nós também seremos vitoriosos!
16.     A Palavra de Deus estabelece o governo de Cristo na terra (20-22). A terra se encherá da Sua glória. Debaixo do governo justo de Jesus, administrado pelos santos de Deus, realmente haverá justiça para todos. A preocupação constante de Deus para com os pobres e os oprimidos será evidenciada. A sociedade será reformada. Onde agora nos sentimos impotentes seremos capazes de agir. Aqueles que têm sido preparados assumirão áreas específicas de responsabilidade no governo justo de Deus.
17.     A inspiração e revelação da profecia vêm através dos profetas (22:6-9). João era um profeta. A revelação profética, a abertura e compreensão do propósito de Deus nas escrituras proféticas vêm pelos profetas (2 Pe.1:20-21). A Palavra de Deus deve ser recebida e declarada. Somente então pode ser ouvida e correspondida. Somente então os propósitos de Deus podem avançar.
18.     A profecia dá um senso de proximidade e intimidade (22:10). Leva seus ouvintes a sentir a realidade do que está sendo declarado. Capacita-os a experimentar o impacto do reino invisível. Eles provam os poderes da era vindoura e trazem progressivamente o reino de Deus para a terra através de sua correspondência. Suas vidas contagiantes comunicam o sabor divino deste reino. A palavra traz a possibilidade de consumação dentro do seu alcance. Eles sabem que podem ser a geração que trará de volta o Rei.
19.  Pela sua palavra, Deus comunica um anseio pela consumação (22:17-20). Isto é um compartilhar de seu desejo. É a comunhão mais íntima entre Deus e o homem. A profecia leva Deus e seu povo à unidade. O Espírito e a noiva unem seus anseios. Juntos eles clamam: “Vem”. Nós ouvimos a própria resposta de Jesus: “Sim, venho sem demora”. Em harmonia com o desejo e alvo de toda profecia nós dizemos: “Amém. Vem Senhor Jesus”!
John Maclaucchlan

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