terça-feira, 2 de novembro de 2010

O SOFISMA DE MORAR NO CÉU

O SOFISMA DE MORAR NO CÉU
“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando os sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (IICo.10:4-5). A grande benção da palavra de Divina é que ela permanece para sempre, garantindo a vitória final. Ainda que heresias, apostasias e sofismas prevaleçam por um pouco, o tempo da sua permanência será limitado. Deus tem determinado um tempo, e creio que é hoje, para fazer cair toda a fortaleza que se levante contra a verdade, fazendo prevalecer, assim, o seu propósito. Não é, portanto, de uma hora para a outra que os sofismas cairão.
Entendo que é necessário destruir toda e qualquer palavra enganosa que possa dar esperança desta doutrina - de morar no céu – ser verdade. Assim, estudaremos os textos mais usados para a sustentação dessa apostasia; vejamos esses textos com os olhos iluminados pelo Espírito da revelação, e conheçamos a verdade.

REINO DOS CÉUS

“Desde então começou Jesus a pregar: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt.4:17). É muito importante que se comece este comentário, informando que somente o evangelho de Mateus faz uso dessa expressão “Reino dos Céus”. Os demais fazem uso da expressão “Reino de Deus”.
Se há algo que ajuda muito ao Espírito da verdade conduzir-nos a toda verdade, é estar atento a todos os detalhes que o texto apresenta. Digo isto porque muita gente interpreta erradamente a expressão “Reino dos Céus”, porque, ao lê-la, ainda que o faça corretamente, tem a forte impressão de que leu “Reino nos Céus”.
O Reino que desejamos que venha a ser estabelecido na terra, é exatamente o mesmo que está estabelecido no Céu, inclusive, com o mesmo Rei. Isso não sugere que necessitemos ir para o céu, para vivermos nesse reino. Pois o próprio Jesus é quem nos ensina a orar pedindo ao Pai que  venha o Seu reino - que está estabelecido no céu - para ser estabelecido na terra.
Imagine você, que esteja usando um produto importado, e alguém lhe pergunte: De onde vem esse produto? Sua resposta será, sem dúvida, que é “de” algum país que não o seu, como por exemplo, “é do Japão”. Contudo, isso não significa que só pode ser usado no Japão.
Assim, quando Mateus fala sobre o Reino dos Céus, quer indicar a origem de onde procede o Reino que será estabelecido na terra, ele não está dizendo que viveremos nos céus. Pois Jesus nos ensinou a orar pedindo: “Venha o Teu reino; seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt.6:10). Como você pode perceber o próprio Jesus está nos ensinando que o Reino vem, por isso não há necessidade de que desejemos ir para o céu, porque o Seu reino virá para ser estabelecido sobre a terra.

GALARDÃO NO CÉU

Folgai nesse dia, exultai, porque grande é o vosso galardão no céu...” (Lc.6:23a). Devemos aprender definitivamente que uma doutrina não pode, de modo algum, basear-se apenas em um texto. O verso acima é um claro exemplo disso.
Uma irmã indagou, argumentando que se o nosso galardão está no céu, é porque vamos para o céu e, acrescentou dizendo que é no céu onde juntamos tesouro. Prontamente concordei com a primeira parte da sua argumentação, até porque a palavra assim diz, que o nosso galardão, que é o tesouro que juntamos no céu, realmente está no céu. Quanto a segundo parte da sua argumentação, descordei dizendo: quando Jesus vier do céu para a terra, na Sua glória de Rei e Filho glorificado do Pai, trará consigo o galardão de todos, para dar a cada um, segundo o que ajuntou. Sim, naquele dia, trará consigo a nossa incorruptibilidade, bem como prestará conta com cada vencedor dando-lhe a recompensa da sua dedicação. “E eis que venho sem demora, comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Ap.22:12). Como podemos ver, realmente o nosso galardão está no céu, aguardando a vinda do Filho de Deus, nosso Senhor que, quando vier, trará com Ele a recompensa de todos.

A PÁTRIA QUE ESTÁ NOS CÉUS

“Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp.3:20). Nesse texto, devemos atentar para o uso da palavra “também” ao referir-se à vinda do Salvador. O que, implicitamente, quer dizer que: “esperamos a pátria e, também, o Salvador”. Isso porque, a palavra também, é usada exatamente para referir-se, ao mesmo tempo, a duas coisas, pessoas ou situações. É uma palavra de ligação. Por isso, se a espera fosse apenas do Salvador dir-se-ia: “de onde aguardamos o Salvador”. Como devemos aguardar, também, a pátria que vem do céu,  a palavra “também” é usada aqui. Concordando com esse entendimento, podemos citar o que o autor do livro diz “Na verdade, não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a que há de vir” (Hb.13:14). Nessa linha errônea de interpretação a respeito do céu, outros textos, também, deixam oportunidade para este tipo de desvio da verdade. Contudo o conhecimento da vontade de Deus, nos leva a compreender todos eles. Exemplo disso, é este texto abaixo que, apesar de não afirmar que vamos morar no céu, diz que desejamos uma pátria superior, celestial. Estudando isoladamente esse texto, podemos cair no erro, mas, quando olhamos o que Paulo escreveu acima, ficamos sabendo que a pátria descerá do céu: Mas buscamos a que há de vir. Desejar, não significa querer subir para nela estar, mas, desejar que ela venha para que habitemos nela. “Mas, agora, desejam a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade” (Hb.11:16).
Paulo escrevendo aos Gálatas no capitulo 4:26 disse “Mas a Jerusalém que é de cima é livre, a qual é mãe de todos nós” . Como podemos ver a nova Jerusalém está no céu. Todavia, aguardando o seu tempo de descer, livre, com toda sua pompa e glória, para que os filhos de Deus possam estar nela, para sempre com o seu Rei e Deus, “Vi também a cidade santa, a Nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, ataviada como uma noiva para o Seu noivo” (Ap.21:2), a fim de que desfrutemos da presença de Deus aqui na terra, como Adão desfrutou nos primeiros dias da criação.
                                                                 

Arcélio Antunes Ramos

                                                                              Ministro do evangelho

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