domingo, 2 de outubro de 2011

ALÉM DO JORDÃO

A igreja, o corpo de Cristo, pelo fato de ter entrado em apostasia, após a morte dos apóstolos, nos anos 314 D.C, estava se embebedando com vinho (ensino falso) do império romano que enganava todos os reis da terra (Ap.17:2) e, desta forma, estava governando o mundo. Foi neste tempo que a igreja do Deus vivo começou a se prostituir deixando os fundamentos apostólico e seguindo os conceitos da filosofia e da teologia, ou seja, ensinos de homens.
Neste período a igreja andou fora dos fundamentos, em trevas sem nenhum tipo de revelação de Deus, mas muitos ensinos filosóficos, o homem no centro. De 314 a 1.500 d.C., os líderes religiosos tomaram posse da vinha e se estabeleceram como seus legítimos donos (Mt.21:33-46), foi por esta ocasião que os papas foram estabelecidos como cabeça da igreja, os representantes de Deus na terra. Em 1.500 d.C Lutero declarou para o mundo a salvação não é pelas obras, mas pela graça. Desta forma, a palavra começou a ser restaurada e o mundo começou a ouvir sobre: “a justificação pela fé”, mas os seguidores de Lutero não se fundamentaram totalmente nos ensinos apostólicos e copiaram o modelo de Roma se institucionalizando, agora então, temos o papa e os presidentes das instituições religiosas, que nada mais são do que pequenos papas. Desta forma, surge a confusão teológica porque cada sistema defende a sua posição. E fica claro que Deus não pode restaurar a sua palavra num ambiente como este, no entanto, Deus não pára e por isso a restauração da verdade, neste ultimo dia, está vindo do deserto porque este é o tempo que Deus levou a mulher para o deserto a fim de alimentá-la com a verdade (Ap.12:6). Isto significa que, neste tempo de apostasia, Deus está restaurando as verdades que foram perdidas, pois convém que o varão perfeito seja manifesto ao mundo, ou seja, a igreja eleita e fiel.
Dentro do cronograma de Deus está previsto que a igreja eleita e fiel se manifestará neste último dia. Na antiga aliança existiam três festas que servem como figuras para nos mostrar os níveis que o corpo de Cristo precisa alcançar: A Festa da Páscoa, que é a figura do altar de holocausto, o Cordeiro sendo sacrificado, isto fala, de salvação; A Festa do Pentecoste, fala da manifestação de Cristo no Espírito, como primícias, penhor a primeira parte, é claro que isso ainda não é tudo, temos ainda A Festa dos Tabernáculos, que nos fala da parte que falta, da plenitude, remissão plena, domínio absoluto, reino de Deus plenamente implantado no corpo.
Você sabe que as duas primeiras festas já se cumpriram; A Páscoa, na morte de Jesus; o Pentecoste, na vinda do Espírito Santo, e a terceira festa já se cumpriu? Não. Mas vai se cumprir neste último dia. Há muita coisa além do Jordão.

 

UMA DIMENSÃO MAIOR

Nosso Senhor Jesus Cristo precisa ser o centro de todo o nosso estudo e de todas as nossas experiências em Deus. Sobre este alicerce nós edificamos todas as grandes revelações. Eu não estou tentando construir uma nova doutrina, ou um novo ensino. Quero mostrar-lhe, pela Palavra, uma experiência em Deus que foi profetizada na Lei e nos Profetas a muitos séculos atrás.
Em II Coríntios 4:5 lemos: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a CRISTO JESUS como SENHOR” são estas três palavras que para mim cristalizaram a verdade dessa dimensão maior em Deus.
A palavra JESUS significa salvador. É esse o significado da palavra grega, e também da equivalente hebraica: JOSUÉ. Lemos em Mateus 1:21 “E lhe porás o nome de JESUS, porque ele SALVARÁ O SEU POVO DOS PECADOS DELES”. Esse nome nos faz lembrar uma experiência que recebemos, chamada Justificação, Regeneração, Salvação, Novo Nascimento, ou qualquer outro termo que você queira usar. Nós não crescemos em um lar cristão, e automaticamente a recebemos, mas Ele nos salva porque Ele é JESUS!
Em Atos 10:38 lemos: “Como Deus UNGIU a Jesus de Nazaré com o ESPÍRITO SANTO e poder, o qual andou por toda parte fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo”. Este Jesus de Nazaré era o Cristo, o Ungido. “CRISTO” significa “UNGIDO” no grego, e isto me fala de outra experiência que eu tive em Deus, pela qual a unção do Espírito veio sobre mim e me levou a um novo nível em Deus. Oh, eu crescera em Deus durante os 5 anos em que eu era verdadeiramente salvo. Eu não me assentei simplesmente e disse: “Bem, agora que eu sou salvo, não há mais nada para eu fazer, até que eu chegue a uma outra experiência”. Oh, não. Você deve crescer em Deus, na sua experiência de salvação. Você deve aprender a orar, a dar, a sofrer por Cristo, e outras cousas mais. Há um crescimento no Espírito, e a produção de um fruto do Espírito. Mas quando você dá outro passo em Deus, e recebe outra experiência em Deus, vê-se em um nível inteiramente novo, com possibilidades inteiramente novas, que nunca teve antes. Porém, isto não significa que tudo está encerrado. Alguns dizem: graças a Deus, finalmente consegui alcançar um nível a mais em Deus, falei em línguas, mas lamentavelmente essas pessoas acham que isso é tudo no que concerne a vida com Deus. Por isso tais pessoas não avançam mais e ficam estagnadas na vida cristã.. Eu descobri que quando recebi o Espírito Santo, não encontrava lugar para me assentar. Era o começo de um novo nível do Espírito.
E o que podemos dizer de um outro passo? Outra experiência em Deus para nos levar a outro nível no Espírito, no qual jamais andamos antes? Isso é bíblico? Vejamos:

 

AS TRÊS FESTAS

Todas as gloriosas verdades que se desvendam para nós em o Novo Testamento tem as duas raízes no solo dos tipos e sombras do Velho Testamento. Uma das provas mais claras e conclusivas dos três níveis do Espírito é encontrada no tipo das festas de Israel. São apresentadas em Levítico capítulo 23.
Primeiramente quero ler Deuteronômio 16:16: “TRÊS VEZES NO ANO todo o varão entre ti aparecerá perante o Senhor teu Deus no lugar que escolher; na FESTA DOS PÃES ASMOS, e na FESTA DAS SEMANAS, e na FESTA DOS TABERNÁCULOS”. Note, portanto, que eles se encontram com Deus TRÊS VEZES. Não duas vezes na terra e uma na eternidade. Mas três vezes dentro dos limites do tempo, dentro do ano. A bíblia diz: “TRÊS VEZES no ano”. Qual delas você deixará de lado? Se as duas primeiras festas são tipos das experiências da Salvação e do Batismo no Espírito, então por que não crer e aceitar já a TERCEIRA festa, a dos Tabernáculos, que é o outro nível que Deus deseja levar os santos, os seus legítimos servos, neste ultimo dia o Senhor vai levar os santos neste último tempo a plenitude de Cristo, a fim de que Cristo seja manifesto ao mundo através da igreja.

 

PÁSCOA

O capítulo 23 de Levítico trata minuciosamente destas três festas. Deixe-me citar brevemente a festa da Páscoa, e o que ela significa. Em I Coríntios 5:7 está escrito: “Pois também Cristo, NOSSO CORDEIRO PASCAL foi imolado”. (Outras traduções dizem: “Cristo, nossa Páscoa”) E em João 1:29: “Viu João a Jesus que vinha para ele, e disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” Ora, está estabelecido mui definitivamente que Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, cumpriu a Festa da Páscoa no Calvário, e que cada um de nós, individualmente, precisa chegar ao ponto de receber uma experiência de Deus que se relaciona a esta festa da Páscoa. É NECESSÁRIO nascer de novo. “Não há outro nome debaixo do céu dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos” (At.4:12). É NECESSÁRIO chegar a uma experiência com Deus em relação a festa da Páscoa. Você não chegará a Segunda experiência enquanto não tiver a primeira. Você não é cheio do Espírito antes de receber a Páscoa, em primeiro lugar. O sangue deste Cordeiro é espargido nos batentes da porta de cada casa individual, mas não é levado além do véu, para o Santo dos Santos, nem colocado no Propiciatório. Deus trata desta parte da questão do pecado em uma data posterior. Eu confio que isto fale ao seu coração.

 

PENTECOSTE

Esta é uma NOVA oferta queimada. Significa uma oferta “de manjares” e não inclui o derramamento de sangue. Dois pães são feitos para serem movidos. Isto não é uma continuação da Páscoa. Não é um apêndice da festa anterior. Você não guarda pedaços de cordeiro pascal a fim de comer no dia de Pentecostes. Era uma festa (experiência) completa em si mesma.
Encontramos o cumprimento desta festa na Igreja Primitiva, no segundo capítulo de Atos. Quase todos os estudiosos da Bíblia concordarão nisto, mesmo que não creiam que isto é para nós, hoje. Assim como o Calvário foi o cumprimento da Páscoa, Atos 2:4 foi o cumprimento da Festa das Semanas, ou Pentecoste. Ela era o penhor da nossa herança. Não foi a PLENITUDE, nem a complementação do plano de Deus. Mas eram as primícias e foram dadas como TESTEMUNHAS (Atos.1:8;5:32).
“Porque sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora, e não somente ela, mas também nós QUE TEMOS AS PRIMÍCIAS DO ESPÍRITO (Rm.8:22-23). Gememos dentro de nós mesmos, esperando a adoção”. Paulo diz que somos nós, que provamos da Páscoa e somos salvos? Não: “nós que temos as primícias do Espírito”. Ele está falando da festa das primícias, Pentecoste, que os santos do passado haviam recebido. Ele diz que eles estavam gemendo, esperando algo mais... a Adoção, a colocação como filhos crescidos.
“Mas aquele quem nos confirma convosco em Cristo, e nos UNGIU,  é Deus, que também nos SELOU e no deu o PENHOR DO ESPÍRITO em nossos corações” (II Co.1:21-22). O penhor. Ora, penhor é amostra. Não é a herança inteira. No capítulo 13 de números, quando os 12 espias foram espionar a terra, disse que “eram aqueles dias os dias das primícias das uvas” (Nm.13:20). Assim, o que eles retornaram trazendo como prova de que a terra prometida era boa, foram as primícias. Não se esperava que eles se satisfizessem em viver o resto da vida alimentando-se apenas daquelas primícias, mas aquilo era uma amostra e um testemunho do que havia na terra da sua herança. Deus esperava que eles entrassem e possuíssem a plenitude. Alguns recusaram-se a isto por causa da sua incredulidade, e morreram no deserto sem nem terem visto a herança em sua plenitude, mas finalmente alguém teve fé e obediência suficiente para entrar e tomar posse da sua propriedade.
“É também Nele que vós, estais depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, FOSTES SELADOS com o SANTO ESPÍRITO da promessa. O qual é o PENHOR DA NOSSA HERANÇA até ao resgate da sua propriedade” (Efésios.1:13:14). Depois que eles creram, foram selados com o Espírito Santo da promessa. Penhor da nossa herança. Esse “Até” nos fala da época em que não mais precisaremos viver do penhor ou primícias. Veja, o que a escritura está querendo enfatizar é que a experiência que temos recebido, chamada Batismo no Espírito, é primícias ou penhor da nossa herança, e vem selar-nos e guardar-nos até a revelação da plenitude do Espírito em nós. É um antegozo do que Deus tem reservado para nós aqui na terra, antes de sermos revestidos da imortalidade para reinar com o Senhor para sempre.

QUANDO SERÁ REVELADA A HERANÇA?
“Quando, porém, vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado” (I Coríntios.13:10). Aqui, o contexto mostra que se está falando dos dons do Espírito: Profecia, línguas, palavra do conhecimento. Não está falando acerca da Escritura em parte, mas fala acerca dos dons que operam em escala parcial. Então, o que é perfeito não é a perfeita operação da plenitude do Espírito. Os dons, como nós os conhecemos agora, são uma parte dessa operação, mas só operam em parte. Porém, quando é que esse “QUANDO” vai suceder? Quando virá a plenitude? O Apóstolo Pedro nos dá a resposta:
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para UMA HERANÇA incorruptível, sem mácula imarcescível, reservada nos céus para vós outros, que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação PREPARADA PARA REVELAR-SE NO ÚLTIMO TEMPO” (I Pe.1:3-5). Agora notem, amigos, que ele está falando aqui da Herança. Não das primícias ou do penhor. Isto já veio à igreja primitiva – ela já o tinha. Mas os cristãos primitivos ainda estavam esperando receber a herança. Com isto eu não quero falar de um palácio de ouro nos céus, mas da herança que é a plenitude da divindade em nós, no seu corpo (Ef.3:18-19), pois o penhor ou as primícias são um antegozo desta realidade que se manifestará neste último tempo ou dia, conforme Pedro afirmou.
Pedro vai além dizendo, no versículo 13, que algo deve nos ser trazido na “revelação” (aparecimento) de Jesus Cristo. Isto não significa que você será arrebatado nas nuvens ou levado para qualquer outro lugar, mas é algo que virá a você. Quando? Por ocasião da revelação, ou aparecimento de Jesus Cristo. Há algo que nos devera ser trazido. Eu quero ler Hebreus 9:28: “Assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segundo vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação” (O Novo Testamento Amplificado, em inglês, traduz: “aparecerá Segunda vez, não trazendo qualquer peso de pecado, nem tratar com o pecado, MAS PARA LEVAR A PLENA SALAVAÇÃO os que O estão esperando ansiosa, constante e pacientemente”)  Sim, glória a Deus, Ele está por vir, e por ocasião da Sua vinda Ele nos levará à salvação plena, à nossa herança completa! I Tessalonicenses 5:9 diz: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação (plena salvação) mediante nosso Senhor Jesus Cristo”.
Portanto, aqui temos outra festa. A FESTA DOS TABERNÁCULOS. Não estamos aqui tratando de doutrina, mas de experiência com Deus. Precisamos entender que estas três festas muito embora sejam distintas ao mesmo tempo estão interligadas porque elas são símbolos dos níveis que Deus deseja que o seu povo alcance Nele. Você pode participar da Festa dos Tabernáculos sem ter passado pela Páscoa e Pentecoste, mas ao mesmo tempo elas acontecem separadamente.
A Festa da Páscoa, é o símbolo da salvação, Pentecoste é símbolo da vinda de Cristo no Espírito, como primícias, penhor, primeira parte, mas a Festa dos Tabernáculos é símbolo da manifestação plena do Espírito de Cristo em nós, plenitude, a casa totalmente habitada, é para esse nível que o Senhor vai levar o seu corpo neste  último dia para que os seus filhos sejam manifestos ao mundo e, assim, a criação experimente libertação do cativeiro (Rm.8:19). Não lute contra a graça de Deus dispensada, a sua vida através da revelação da verdade, apenas se renda e deixa-a lhe conduzir a estes três níveis. Pois, o último nível é o dos vencedores.



OS TRÊS VÉUS
A Bíblia nos apresenta muitos outros quadros e tipos desta grande verdade, além das três festas de Israel. Uma figura maravilhosa encontra-se no Tabernáculo. Na última página deste livreto encontra-se uma planta ou diagrama deste Tabernáculo. Sem dúvida, muitos livros poderiam ser escritos a respeito das muitas verdades espirituais encontradas neste padrão veto-testamentário, mas eu quero limitar a nossa investigação aos três Véus. No primeiro esta marcado ‘Porta Exterior”, o segundo é o da “Porta da Tenda”, e o terceiro é o “Véu Interior”, que leva ao Santo dos Santos. Cada um deles era feito de 100 côvados quadrados de linho branco, bordado com esmerada obra de artífice. A pessoa que fosse entrar até o certo lugar, no Tabernáculo, precisava passar por cada um deles.

A PORTA EXTERIOR
Este era o véu diante do qual os judeus traziam os animais para serem imolados. Essa porta precisava ser atravessada, para que a pessoa pudesse chegar ao Altar de Bronze, onde o sangue era colocado, e as ofertas queimadas oferecidas a Deus. A primeira coisa que você veria ao atravessar esse véu seria o grande e ensangüentado altar de bronze que para nós significa o Calvário.
Isto representa Jesus, o Salvador. Ele disse: “Eu sou a porta”. Não há outro caminho para se entrar: você precisa chegar à porta. Isto nos leva face a face com o Sangue. Aqui é que se trata com o pecado. Passar por este véu representa uma experiência que temos em Deus, é passar da morte para a vida em Cristo. Isto nos leva ao pátio exterior, onde o sangue é derramado, e onde tem lugar a lavagem com água do lavatório, a pia de bronze. Porém, há mais outros véus ou cortinas ou experiências para se atravessar.

A PORTA DA TENDA
Observe o diagrama, ou planta. Se passarmos pelo segundo véu, isto é, comermos da segunda festa, isto nos leva ao nível do Pentecoste, isto é, o Espírito de Cristo em nós, como primícias.. É um lugar de ministério espiritual. É o lugar de testemunho, de pão espiritual, do oferecimento das orações e louvores dos santos. É o lugar do candeeiro de sete braços, representando a igreja. Esta igreja teve início no dia de Pentecoste, em Atos capítulo 2. Ela tem as lâmpadas que estão cheias de óleo, e permanecem acesas.
Ninguém, a despeito da sua cultura, pode ministrar devidamente ao Senhor, sem o Batismo do Espírito Santo. Não há outro caminho para o santuário, exceto através deste véu. Atravessar este véu é uma experiência com Deus; a experiência de ser cheio com o Seu Espírito. Ali havia um sacerdócio espiritual que diariamente ministrava no santuário. O primeiro véu nos levou ao sangue, ao calvário. O segundo véu nos leva ao óleo, ao Pentecostes, e multidões de pessoas cheias do Espírito atestarão isto. Mas aonde é que nos leva o terceiro véu? “Oh, não”, exclamam alguns, “nós já atravessamos dois véus, agora paremos. Não podemos passar por aquele terceiro véu!”. Bem, amigos, eu tenho boas notícias para vocês. O livro de Hebreus diz que Jesus abriu um caminho, para que POSSAMOS atravessar aquele terceiro véu e entrar no Santo dos Santos, e que Ele já entrou lá como nosso precursor. Observemos aquele véu e vejamos o que está por detrás dele.


O SANTO DOS SANTOS
Atravessar este terceiro véu é um tipo de dimensão que a igreja ainda não chegou, de maneira real. Pela fé nós estamos lá com Ele, agora. Mas experimentalmente, isso ainda está por vir. Mas graças a Deus, as Escrituras indicam que isto acontecerá nos últimos dias no fim desta era, e nós agora chegamos a essa época. Portanto, podemos esperar outro grande movimento do Espírito para nos levar a um nível nunca antes atingido por aqueles que estão no segundo Adão.
O meu objetivo nesta mensagem não é explorar detalhadamente tudo o que existe nesse nível, mas apenas provar pelas Escrituras que existe um lugar assim. Se eu puder fazer você ver que em Deus existe mais para você, quem sabe poderei tirar você do seu comodismo religioso. Já nos temos acampado ao redor desta montanha Pentecostal por um período de tempo suficientemente longo. Já é tempo de ver que Deus tem mais para nós, e de nos aprontarmos para entrar nessa dimensão.
O Sumo Sacerdote entrava neste lugar apenas uma vez por ano, e isso era no FIM do ano. O sangue do cordeiro da Páscoa não entrava aqui. Era para ser colocado nos batentes de cada casa, para tratar dos pecados do indivíduo. Mas no Dia da Expiação, não era com o indivíduo que ele tratava, mas com toda a nação. Assim, aquele pecado era inteiramente posto fora de ação. Ali no Santo dos Santos havia Vida. Era ali que Deus dissera que iria encontrar-se com o homem. Não havia morte nem doença, nem fracasso ali. Apenas a plenitude de Deus. Muito mais poderia ser dito acerca desse lugar, mas é suficiente dizer-se que tal lugar existe, e que está à nossa disposição. Faz parte do plano de Deus. Pare de permitir que o homem lhe diga que não há mais nada para você em Deus. Esse argumento tem impedido pessoas de entrar no primeiro véu, na verdadeira salvação, tem impedido de entrar no Batismo do Espírito Santo, e agora está impedindo alguns de entrar na plenitude de Deus. Certamente, eu sei que há um grupo que dará fruto a 30 por um nesta colheita. Há também o que dará 60. Mas se você realmente ama a Jesus Cristo tanto quanto diz, por que não desejar estar no grupo que dará 100 por um? Os 30 por um passam pelo primeiro véu, os 60 por um atravessam dois véus, mas se você deseja estar no grupo que produz 100 por um, precisará ir até o fim do caminho e romper o terceiro véu. Este é o grupo dos vencedores.

OS TRÊS BATISMOS
Aqui temos outro quadro figurando a mesma coisa. Israel teve três batismos. Cada um deles se relaciona com uma experiência que temos em Deus. I Coríntios 10:1-2 nos fala acerca de dois desses batismos (que é o ponto até onde temos chegado, até agora): “Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar, tendo sido todos batizados, assim na nuvem, como no mar, com respeito a  Moisés”. Isto foi um batismo “com respeito a Moisés”. Esse batismo através do mar Vermelho tirou-os do Egito, e libertou-os da servidão e da escravatura. Foi nessa ocasião que eles comeram a Festa da Páscoa. Isto nos fala da experiência da salvação, a libertação da escravidão do pecado. Glória a Deus!
Eles foram batizados na Nuvem. Essa nuvem representa o Espírito Santo. Ela foi o Guia deles durante a jornada através do deserto. Ela foi para eles um Conforto contra o calor do sol do deserto. Ela propiciou chuva e frescor. Consistiu em proteção contra os seus inimigos. Como coluna de fogo, ela lhes deu luz nas trevas. Todas estas coisas o Espírito Santo faz por nós. Ser batizados na nuvem era para eles uma figura de ser batizado no Espírito Santo. Ela esteve com eles durante toda a jornada através do deserto. Glória a Deus!
Mas agora chegamos a um terceiro batismo. Da mesma forma como atravessar o Mar Vermelho a pé enxuto foi um batismo com respeito a Moisés, atravessar o Rio Jordão a pé enxuto foi um batismo com respeito a Josué. Um novo batismo. Sob nova liderança, ou novo ministério. Um novo povo; toda rebelião e incredulidade haviam desaparecido, enterradas no deserto. Veja como eles se prepararam para atravessar o Jordão. É o tempo da Colheita, o Jordão transborda pelas suas ribanceiras. É a época mais difícil para tentar atravessar, de maneira natural. Mas nós não estamos fazendo isto de maneira natural. O homem carnal tem que morrer. A mente carnal não pode operar. Isto precisa ser pelo Espírito.

POR ESTE CAMINHO NUNCA PASSASTES
Agora nós os vemos prepararam-se para atravessar o rio e entrar na Terra Prometida. Em Josué 3:1-4 vemos que eles se levantaram “de madrugada”. Um novo dia está nascendo. Os oficiais passam pelo acampamento, dando instruções. Todos devem fixar os olhos na Arca da Aliança. No versículo 4 eles instruem o povo: “Contudo, haja a distância de cerca de dois mil côvados entre vós e ela (a Arca). Não vos chegueis a ela, para que começais o caminho pelo qual haveis de ir; visto que POR TAL CAMINHO NUNCA PASSASTES ANTES”.
Há dois mil anos Jesus Cristo (a verdadeira Arca da Aliança) venceu as águas da morte, e entrou na Terra Prometida como nosso precursor. Ali Ele espera até  que o seu corpo o siga, e conquiste esta terra prometida, pondo todos os inimigos debaixo dos Seus pés. Veja, amado, o próximo movimento do Espírito não nos levará a um lugar de tranqüilidade como temos sido ensinados. Na verdade, nos levará a um lugar de grande conflito, mas com o poder para vencer todos os  inimigos. Satanás será amarrado, e todos os seus príncipes e demônios serão colocados em cadeias. Isto será honra para todos os santos de Deus (Salmo.149).
Tantas pessoas estão clamando por um reavivamento “à moda antiga”. Oh, não! Vejam amigos, aquilo a que Deus nos está levando agora, no fim desta era, nunca aconteceu antes. Nem para o nosso avô, nem para Paulo e Silas, nem para a Igreja primitiva. Por este caminho nunca passamos antes. Os judeus haviam estado debaixo da nuvem, sim. Haviam saído do pecado, sim. Mas ainda não haviam passado por este Jordão. Sei que alguns de vocês não gostarão disto. Mas vocês terão que lutar contra a Palavra de Deus, e não contra mim. Ela é bem clara. Deus o apresenta de maneira tão simples! Este é o nível da ilimitada medida de Deus. Romanos 12 nos diz que temos o Espírito por medida, temos fé por medida, e profetizamos de acordo com a proporção da fé que nos é dada. Mas em João 3:34 lemos de um outro nível: Pois o enviado de Deus fala as palavras dele, porque DEUS NÃO DÁ O ESPÍRITO POR MEDIDA”. O Espírito sem medida, a plenitude de Deus. A plenitude de Deus é necessária para nos fazer entrar em uma terra onde o inimigo vive. Será um tempo de guerra até que o vençamos, assim como Miguel batalhou contra o dragão e o venceu e já não se achou mais lugar para o inimigo. Ele foi expulso. Glória a Deus! Este é o terceiro batismo. Ele nos leva através do Véu, além do Jordão, para a Terra Prometida. Prepare-se.



JESUS CRISTO COMO SENHOR
Paulo disse que pregava a Jesus Cristo como Senhor. Isto inclui muita coisa. Inclui o seu absoluto domínio sobre a sua vida, isso é o Reino de Deus em nós. Este é o passo que precisa ser dado para que possamos andar neste terceiro nível do Espírito. Podemos ter nossos pecados perdoados, e ainda ter o homem carnal governando grande parte da nossa vida. Podemos até ter o Espírito, andar no nível do Pentecoste, e ainda andar pelo nosso próprio caminho. Paulo escreveu à igreja de Corinto, que era famosa por falar em línguas e pelos dons do Espírito, mas ele disse que eles ainda eram carnais, cheios de contendas, divisão e impureza. Parece terrível, e de fato é – mas é verdade. Alguns irmãos que falam em línguas e que receberam duas gloriosas experiências com Deus, são alguns dos cristãos mais carnais que eu conheço, cheios de contenda, ambição e incredulidade isto não deveria ser assim. Mas é.
Pregue a Jesus como Salvador, e o povo será salvo. Assim é. Eu tenho pregado  evangelisticamente em prédios, tendas, acampamentos, cadeias, hospitais, campo missionário estrangeiro, nas esquinas das ruas, em escolas, fábricas, lares, pelo rádio, e muitos outros lugares. Quando o povo ouve a mensagem de salvação, é certo que alguns serão salvos. Eu sei que isto é verdade.
Quando você prega a Jesus como Cristo, “o Ungido”, Aquele que batiza com o Espírito Santo, muitas pessoas serão cheias do Espírito. Tudo o que elas precisam fazer é ouvir a mensagem. Eu tenho pregado em vários lugares do mundo para o povo de Deus e sempre que você diz ao povo que Jesus é o Batizador, alguns se apropriaram da bênção a receberam. Falando à igreja, eu disse que eles poderiam receber o Espírito Santo e falar em línguas, e alguns o receberam. Por que é que muitos sinceros cristãos, nascidos de novo não têm o batismo? É por que eles não são suficientemente bons para recebê-lo? Claro que não são, e nem você é. Mas esta não é razão. Deus não dá o Espírito Santo para aqueles que são suficientemente bons. Ele dá aos que ouvem, crêem e obedecem (At.5:32). Eles não têm porque os seus pastores não pregam. Eles não pregam Jesus como o Cristo, o Ungido... o Batizador.
Por que será que muitas igrejas nunca vêem ninguém curado em seus cultos? Porque não pregam Jesus como Médico. Se eles pregarem cura, o povo será curado. “A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. A igreja prega cura, faz reuniões regulares de cura, e o povo recebe curas maravilhosas. Isto não é um monopólio pentecostal. Seja o que for o que você pregue que Jesus é, haverá resultados na vida do povo naquela área.
Paulo disse que pregava a Jesus como Senhor. Isto é da maior importância. Mais importante do que a cura do corpo físico. Para que Ele possa ser o Senhor absoluto de nossas vidas, ter domínio em Seu próprio Reino. Pois nós estamos no seu reino, e Ele é o nosso Rei e nosso Senhor. Nós O temos pregado como Salvador. Têmo-lo pregado como Batizador e Médico. E o povo tem dito alegremente: “Sim, Jesus, permitiremos que Tu leves os nossos pecados, e apreciamos a Tua cura para os nossos corpos, e a Tua provisão para as nossas necessidades, e o Teu enchimento com o Espírito Santo, mas daqui por diante faremos as nossas próprias decisões, e guiaremos o nosso próprio barquinho”. Não é esta mais ou menos a situação de muitas pessoas?
Mas chegou a hora de precisarmos pregá-Lo como Senhor. Pois Ele precisa ter um corpo sobre o qual Ele é Senhor, em tudo o que isto significa. Quando Jesus estava aqui na terra, o Pai tinha um Filho que atendia todo os Seus desejos. “Eu faço sempre o que Lhe agrada (ao Pai)”, disse Jesus. “Não seja como eu quero, e, sim, como Tu queres”. Ele andou nesse nível continuamente, e desta forma o Pai foi magnificado grandemente. Agora, Deus deu um corpo a Jesus, um Corpo feito de muitos membros. Um Corpo sobre o qual Ele deve ser o Senhor e Cabeça absoluto. “E toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para a glória de Deus Pai”. Este é o senhorio que estamos pregando. Pregamos a Jesus Cristo como Senhor. “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, são filhos de Deus”.
Nós O temos pregado e recebido como Salvador. Parece que muitos pregadores chegaram só até ai. “Liberte-se do pecado, venha para a igreja, pague o dízimo, seja um bom crente de acordo com nosso padrão, e é só. É tudo que há para você na terra. Mas outros O têm pregado como Cristo, o Batizador. Deram o segundo passo: “Seja salvo do pecado, receba o batismo e fale em línguas, receba o tipo certo de batismo nas águas, e está tudo resolvido”. Bem, esses dois passos são bons e necessários, mas não pare ai. Há mais uma coisa. Ele precisa ser do Senhor. Isto só pode sobrevir aos que atravessarem aquele terceiro véu, mediante a morte para o “eu”. O “eu” e Cristo não podem ser senhores ao mesmo tempo. O eu precisa morrer. Cristo deve dominar, supremo. Talvez você pensa que já chegou lá, e que tudo que há em você já está em sujeição à Sua vontade. Mas há áreas da sua vida que ainda não foram tocadas, e o eu ainda governa. Mas nós O pregamos como Senhor, e isto precisa produzir resultados. O povo atravessará esta última morte, e também esta ressurreição para a Sua Vida e Senhorio. Glória a Deus!

A SOBERANA VOCAÇÃO
“Esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp.3:13-14). Paulo, com todo o seu conhecimento, consagração e realizações, conhecia que ainda não havia alcançado o alvo de Deus para ele. Ali estava ele, no fim do seu ministério, assentado em uma prisão, chegando ainda mais alto em Deus. Que acusação contra aqueles auto-satisfeitos doutores de teologia, que pensam que alcançaram a maturidade, e estão satisfeitos com o que têm. Paulo havia comido da Festa da Páscoa. Havia participado do Pentecoste. Mas reconhecia que havia algo mais para vir. E recomendava à Igreja constantemente que abrisse o coração e o entendimento para isso, a fim de ser cheia com TODA A PLENITUDE DE DEUS!
Como Paulo diz em Colossenses 1:26, estas coisas têm sido conservadas escondidas até a hora de serem reveladas. Ele viu estas verdades e escreveu acerca delas. Mas quando chegou a época da restauração, os homens não foram capazes de vê-las, até que o Espírito lhes abriu os olhos. Você não fica admirado por que Lutero nunca pregou acerca do batismo do Espírito, de falar em línguas, e dos dons do Espírito? Ainda não estava na hora disso. Por que Finney, Moody, Spurgeon, Calvino, e outros daquela época, não pregaram acerca de curas e milagres, de línguas e interpretação? Deus conservou estas mensagens em segredo até o tempo certo. Esses homens foram poderosos homens de Deus nas coisas que Deus lhes revelou. Mas quando chegou a hora da restauração do Pentecoste, homens pequenos e comuns, que não conheciam nem um décimo do que esses grandes estudiosos conheciam da Bíblia, entraram nesta dimensão, e começaram a pregar as verdades mais profundas do Espírito Santo. Isto aconteceu porque a porta, o segundo véu, foi aberta!
E agora, no fim desta época, está na hora de entrarmos no terceiro véu. Está na época de atravessar o Jordão. Você precisará orar a este respeito, agora que ouviu a palavra. O meu desejo sincero é que você saiba que ainda há muito mais para alcançar, esteja disposto a caminhar para este último nível em Deus. Eu poderia ter ficado quieto, e gozar desta revelação sozinho. Mas não. Ela não é para um indivíduo. É para o Seu Corpo. Deus vai Ter um corpo de pessoas que entrarão juntos nesta dimensão. Não tente me dizer que você já entrou, quando o corpo ainda não está lá. Se você atravessar este véu, será junto com o Seu Corpo. Isto nos levará a um conflito que o mundo jamais viu.
O Senhor, neste último dia, estará enviando os ministérios de fundamentos, apóstolos e profetas, para levar o corpo de Cristo a esta dimensão, a fim de que a igreja do Deus vivo seja revestida de toda a autoridade de Deus e, assim poder ser um instrumento em suas mãos destituindo o sistema da besta que governa a terra e implantando o novo sistema que governará o mundo, a justiça de Deus.
Nenhum cristão deve pensar que seremos levados para essa terceira dimensão, Festa dos Tabernáculos, para descansar ao contrário será um tempo “de confronto do Reino de Deus com o reino das trevas”. Neste tempo os salvos estarão revestidos do Espírito de Cristo, por isso estarão manifestando Cristo sobre a terra e, desta forma, os inimigos de Deus serão destituídos do governo da terra. Assim, a noiva e o Espírito vão poder trazer Jesus, a fim de que o último inimigo, a morte seja destruído, aí então, os justos reinarão com Jesus no milênio e eternamente sobre a terra.
                                                                                   
                                                                              Bill Britton

ALCANCE AS ESTRELAS


Sempre tem havido homens que andam em um nível além das limitações da sua época e da sua geração. Enquanto a maioria dos homens acha que devem acomodar-se ao “status-quo”, e parece satisfeito com aquilo que está à disposição da sua geração, há alguns que são pioneiros espirituais, que “procuram alcançar as estrelas”.
Enoque era um homem assim. A bíblia diz: “Andou Enoque com Deus, e já não era porque Deus o tomou para si”(Gen.5:24). Ora, isto pode não parecer uma grande cousa para alguns de vocês, mas deixe-me lembrar uma cousa: - Enoque não viveu um uma época em que os homens buscavam a Deus. Já se havia passado quase mil anos desde que Adão andara com Deus no jardim.
Depois da queda, os homens tinham somente a promessa da morte. A terra estava cheia de violência, e a impiedade do homem era um mau-cheiro que chegava aos céus. Não havia igrejas em cada aldeia, em cada vila.
Ainda não havia um salvador que tivesse morrido pelos pecados dos homens. Quase não se ouvia falar dos santos de Deus.
Contudo, no meio de tudo isso, Enoque cria que podia chegar além das limitações da sua geração, e andou com Deus. Hebreus 11:5 diz que Enoque agradou a Deus. Diz também que ele era um homem de fé, e que pela fé ele foi transladado para que não experimentasse a morte. Isto era algo jamais ouvido.
Adão já morrera havia mais de cinqüenta anos. Embora os homens vivessem muitos anos, não havia esperança de nenhum escapar à morte. Mas pela fé creu que ele podia escapar. E escapou.

O PRIMEIRO PROFETA

Enoque foi o primeiro a respeito de quem lemos que proclamou as palavras “Assim diz o Senhor”. Lemos em Judas 14 que “profetizou Enoque dizendo: Eis que veio o Senhor entre suas santas miríades, para exercer juízo contra todos”. Enoque era apenas o sétimo depois de Adão, e viveu em uma época em que com dificuldade podemos encontrar uma meia dúzia de santos, quanto menos “milhares e milhares”. Não obstante ele olhou muito além da sua época, e viu o grande Dia do Senhor, quando os santos de Deus executariam uma grande vitória sobre o mal na face da terra.
Compreendo que hoje em dia estamos vivendo em uma época de malignidade, uma época de morte.
Guerra, fome, e pestilências arrebatarão a vida de milhões. A perspectiva é muito escura. Porém, não me segure nestes domínios da morte, pois como Enoque, eu creio que há uma posição melhor em Deus do que os homens estão vislumbrando, nesta geração.
Como Enoque, eu estou tomando posse da Vida de Deus, e “alcançando as estrelas”. Glória a Deus!

NOÉ ENCONTROU GRAÇA

Noé jamais ouvira alguém profetizar. Nunca ouvira Adão falar das maravilhas do jardim do Éden.
Ele nascera em uma época em que a impiedade dos homens era tão grande, que estava levando Deus a se arrepender por ter feito o homem. Parecia que não havia esperança para a humanidade. A sentença de Deus já fora pronunciada: “Farei desaparecer da face da terra o homem que criei”. O juízo parecia inevitável. Noé não tinha ninguém para encorajá-lo nos caminhos da justiça nem o ministério quíntuplo para ajudá-lo a aperfeiçoar-se. Vivia em um tempo de impiedade e julgamento.
Noé, porém não se acomodou ao destino dos outros homens. Gênesis 6:8 diz: “Porém Noé achou graça diante do Senhor”.
Sempre tem havido os que se sobressaem dos outros devido à sua recusa em conformar-se com o modo de vida do mundo. E este homem foi um exemplo notável. Ezequiel 14:14 menciona-o como um dentre três que podiam livrar as suas almas por sua justiça. Hebreus 11:7 fala que Noé era um homem de fé, e que creu no aviso de Deus concernente a cousas ainda não vistas, e tornou-se herdeiro da justiça que vem da fé. Noé não queria salvar-se a si mesmo, mas a bíblia diz que ele preparou uma arca “para a salvação de sua casa”, bem como dos habitantes do reino animal.

DEIXE-ME PROSSEGUIR EM DEUS

Sei que estamos vivendo em uma época de iniqüidade e de juízo. Reconheço que a palavra do Senhor tem sido pronunciada contra esta geração de declínio religioso e moral. Mas eu tenho recebido um aviso de Deus: “Construa uma Arca”. A libertação do juízo. Não apenas para mim mesmo, mas também para outras pessoas que jamais ouviram falar de Deus.
Sim, pois quando a arca estiver pronta, eles entrarão. Reconheço que mesmo os pregadores estão pregando que a justiça e a perfeição não podem ser atingidas nesta vida. Mas eu tenho ouvido de Deus que posso achar graça aos olhos do Senhor. Deixe-me sozinho. Deixe-me alcançar as estrelas. Recuso-me a ser preso a este mundo de pecado e de juízo. Estou avançando para o alvo da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Se você não pode receber esta palavra continue andando como pode. Mas deixe os pioneiros da fé avançarem em Deus. Eles não podem parar até que, como Noé, pisem em uma nova terra, cheia da justiça de Deus.

DÁ-ME PORÇÃO DOBRADA

Eliseu era um moço, filho de um juiz. Era um jovem forte, robusto, e trabalhador. Tinha um futuro promissor, e sem dúvida terlhe-ia sido possível ter uma bela fazenda e uma bonita família. Mas um dia, enquanto ele estava arando com doze juntas de bois, estando ele com a duodécima, o profeta de Deus passou por onde ele estava trabalhando, e lançou a sua capa sobre o rapaz. A sua vida foi mudada imediatamente. Ele ouvira o chamado de Deus para uma vocação mais elevada. Deixou os seus bois e começou a procurar alcançar as estrelas.
Elias era o maior profeta daquele tempo mas não tinha boas relações com o governo. Encarando de maneira natural a escolha de Eliseu não era fácil de ser feita. Mas Deus havia escolhido de maneira sábia, escolhera um homem para suceder Elias. Era uma vocação gigantesca, que exigia um homem de fé extraordinária. Eliseu era esse homem.
O seu ministério não começou num fulgor de glória. Ele começou sendo servo do homem de Deus. Lavava os pratos, as roupas, e os pés do profeta. Carregava a lenha, acendia o fogo e fazia todas as outras cousas necessárias mais humildes enquanto Elias passava o tempo buscando a face de Deus. É neste ponto que muitos homens falham, na sua vocação. Quando o ministério vem a ser menos do que espetacular, resolvem voltar para os seus “bois”. Mas Eliseu continuou mourejando, avançando no seu caminho para as estrelas.
Se humilde era requerida ele ocupava a posição mais baixa. Se o requisito era fidelidade, ele pagava o preço. Fosse o que fosse a exigência, ele tinha uma persistência que tornava-o resolvido a ir até o fim. Ele ouvira a voz de Deus. Nada mais importava.

PEÇA UMA COUSA DIFÍCIL

Eliseu não foi encorajado a seguir Elias. Por onde quer que ele fosse, os discípulos dos profetas procuravam desanimá-lo, A sua resposta era: “Calai-vos”. O próprio Elias pô-lo a prova três vezes, mas a sua resposta foi:”Tão certo como vive o Senhor e vive a tua alma, não te deixarei”. Ele não tinha presbítero na sua igreja que lhe dessem uma palavra de encorajamento ou que orassem por ele para que vencesse os obstáculos. Ele não podia correr para casa, junto a seu pai e sua mãe, para descansar alguns dias e minorar a tensão. Tudo o que ele tinha era a decisão de ver da carreira, e de receber o que ele cria pertencia-lhe, em virtude da  sua vocação em Deus.
Finalmente, ei-los atravessando o Jordão. Ele acaba de ver um milagre extraordinário, pelas mãos do profeta. Está na hora de receber a sua herança.
Surge a questão: “Pede-me o que queres que eu te faça”. Você pode imaginar a resposta desse humilde jovem, ao grande homem de Deus? Ali estava Elias, que enfrentara o rei Acabe e julgara a nação de Israel pelo seu pecado. Ali estava o homem que falara a palavra que segurara a chuva durante três anos e meio, e depois enfrentara sozinho os 400 profetas de Baal, e os derrotara com uma poderosa manifestação do poder de Deus. Pede, dizia-lhe o profeta. O jovem Eliseu olha para ele. O que é que você pensa que ele pediu?
“Permite que eu seja apenas um meio profeta, em relação ao que o senhor tem sido, e estarei satisfeito?” Não, não. A sua fé alcançava as estrelas, e ele exclamou: “Que eu tenha PORÇÃO DOBRADA do que o senhor tem!” Glória a Deus, que pedido! Você conhece a história. Ele recebeu tanto da vida de Deus, que o ferro flutuar, comida venenosa tornar-se nutritiva, mortos serem ressuscitados, e poços serem cheios de água. Ele curou leprosos, alimentou uma multidão com alguns pães e um pouco de cereal, e fez com que a botija de óleo da viúva fluísse até que todas as suas dívidas fossem pagas. Mediante a sua palavra mulheres estéreis geraram filhos, e ele capturou todo um exército sozinho. E quando finalmente ele foi estar com o Senhor, o seu corpo ainda tinha tanto da vida de Deus nele, que um cadáver jogado acidentalmente no sepulcro, sobre os seus ossos, ressuscitou e saiu correndo.

NÃO ME CERQUE !

Glória a Deus, com exemplos assim na palavra, eu sou encorajado a pedir muito ao Senhor. Estamos tratando com alguém que é capaz de fazer para nós muito mais do que podemos pedir ou pensar! Você pensa que pode levar o céu à falência? Mude a maneira de pensar. Pense com a mente do Espírito, e aproxime-se com um coração cheio de fé viva. Levante-se acima das circunstâncias que o rodeiam. Não se deixe amarrar pelas limitações da sua geração. Você não precisa estacionar e estagnar-se, “conformando-se com este século”. Você pode alcançar aquilo que Deus preparou para os que o amam.
Deus tem homens que apagaram a violência do fogo, fecharam a boca de leões, puseram em fuga exércitos inimigos. E sub-julgaram reinos. Ele não vai limitar-se a isto. Ele está procurando pioneiros da fé que tenham a ousadia de alcançar as estrelas. Ele quer um povo que irrompa sobre este mundo com tamanha manifestação de Sua glória, que toda a criação seja libertada da maldição da morte que está sobre ela. Seja esse homem! Seja essa mulher! Deixe que sua fé e coragem inundem a sua alma! Olhe além das limitações terrenas. Alcance as estrelas!

  BILL BRITTON

ASSOMBROSO DOM DA PROFECIA

ASSOMBROSO DOM DA PROFECIA


Profecia é um dos dons do Espírito Santo. Devemos nos aproximar dele como Moisés se aproximou da sarça ardente - sem sapatos, pois o lugar é santo. Como ocorre com todos os dons que Deus concede ao homem, é Deus quem escolhe tanto o dom como o homem. Há, evidentemente, algumas pessoas que têm mais de um dom, mas estas são muito raras. Os dons de Deus, os dons do Espírito, são pesados, carregados de profundas responsabilidades. Isso é porque nunca foram designados meramente para si mesmo, mas devem sempre ser usados em favor dos outros.
Qualquer pessoa pode receber o dom da profecia, se Deus assim quiser, mas devemos lembrar que é um dom que vem Dele; que nós mesmos nunca o podemos produzir. De todos os dons do Espírito, a profecia é o mais sério. O profeta é como um pedaço de barro nas mãos de Deus. Ele recebeu a Palavra de Deus para transmitir aos homens! Aqueles que já receberam esse dom devem orar sem cessar, de outra forma não serão capazes de guardar as palavras que Deus lhes dá. A pressão do Senhor será insuportável sem oração. O profeta é como uma árvore encurvada pelo vento, talvez quase ao ponto de ruptura - uma boca tocada por fogo.
Aqueles que recebem tal dom devem ser preparados para serem reduzidos à escória do mundo. A verdadeira profecia não é facilmente aceita pelos homens dos nossos tempos . O homem moderno faz o que quer, quando quer, como quer. Quando encontra uma verdade que não deseja aceitar, ele pode reagir com violência. Sua primeira reação é "bater" na pessoa que está anunciando a verdade. Ninguém deve considerar o dom de profecia como algo leviano. Devido às milhares de contradições em que os cristãos de hoje são obrigados a viver, é bom que aquele que tem ou pensa ter o dom de profecia ore para que encontre um orientador para que o cubra espiritualmente. Não há caminho mais ilusório do que atribuir a si mesmo o dom de profecia. A pessoa pode ser tentada a atribuir a Deus tudo que pronuncia. Nesse caso, evidentemente, ela não será um profeta de Deus, mas um profeta das forças das trevas. O dom de profecia é um dom perigoso.
Considere um ser humano que tem a Palavra de Deus para passar adiante aos seus semelhantes. Sua língua torna-se uma ponte entre Deus e os homens. Ele mesmo se torna quase inexistente por estar tão impregnado de Deus. Considere os profetas antigos: todos eles tinham medo, e até clamavam: “Ah, Senhor Deus! Eis que não sei falar, pois sou apenas uma criança. Só sei falar: “Ah, ah, ah”.
Não temos penetrado nas imensas profundidades da seriedade desse dom nem compreendido plenamente que, na realidade, é Deus nos compelindo a falar as suas verdades nas nossas línguas modernas. Às vezes, tratamos a profecia de maneira muito leviana, não reconhecendo a agonia de um profeta. Na verdade, não há profeta que não tenha experimentado agonia. Profecia é a Palavra de Deus dada ao homem a fim de ser comunicada aos outros homens. Mas o que e quem é a Palavra de Deus? A Palavra de Deus é Jesus Cristo e o profeta, num modo de falar, torna-se a Palavra de Deus. Que peso, que implicações e responsabilidades trazem a Palavra de Deus? Somente os que foram chamados para o verdadeiro dom da profecia podem responder. Mas a sarça ardente ainda está em nosso meio e sempre estará. A voz de Deus há de ecoar nos ouvidos daqueles que Ele escolheu e quando ouvirmos tal Palavra interiormente tiremos os nossos sapatos porque o lugar e o momento são sagrados.
Catherine de Hueck Doherty

ABRAÇANDO A PALAVRA PROFÉTICA

ABRAÇANDO A PALAVRA PROFÉTICA


Através da história de Israel e da Igreja tem-se notado um fenômeno repetido, evidente em cada geração. Enquanto os que têm visão e percepção proféticas proclamavam os presentes e futuros propósitos de Deus para o seu povo, há uma tendência de ignorar-se, ressentir-se, ou rejeitar-se o profeta e a sua mensagem. Até certo ponto essa tendência tem sido alternada pelo fato das gerações subsequentes geralmente se apressarem em reconhecer os preconceitos e as miopias dos seus antecedentes, e terem eles mesmos abraçado as verdades e a direção dos profetas anteriores. Entretanto, a conseqüência é que numa determinada geração, apenas um remanescente do povo de Deus tem lutado e experimentado o cumprimento dos seus propósitos.
O desejo do coração de Deus é que não só um remanescente responda à palavra profética mas que uma geração inteira abrace o espírito profético e torne-se um povo profético no meio da terra. Sem dúvida, este é o cumprimento da profecia de Joel, citada em Atos 2:17-18. “E acontecerá que nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão... derramarei o meu Espírito naqueles dias e profetizarão”. Antes da volta do Senhor, tem que haver uma geração final, cujos olhos estejam abertos para ver os propósitos eternos de Deus, que abrace a palavra profética para a sua época, alcançando assim o que gerações anteriores têm perdido.
No meio do clamor carismático do nosso dia, a Igreja precisa reconhecer de maneira nova que ela é edificada sobre o fundamento do ministério apostólico e profético (Ef.2:20). Não é suficiente ser “ativo” nas coisas de Deus, precisamos de visão e revelação proféticas, se não quisermos jogar nossa energia fora e descobrir mais tarde que estamos num beco distante da corrente principal dos propósitos de Deus. O escritor de Provérbios diz: “Quando falta a revelação, o povo fica desenfreado” (Pv.29:18, trad. das Ed. Paulinas). Se quisermos evitar a confusão que resulta de não termos o freio da palavra profética, teremos que reconhecer o ministério e a autoridade do profeta, tirando tempo para ouvir o que Deus tem para nos dizer. Nosso alvo não deve ser a mera sobrevivência espiritual no meio de um mundo expirante mas sermos geração que introduz o reino de Deus na terra.
W. Grogan

A vida no espírito humano

A vida no espírito humano
   
Quando Deus criou o ser humano o fez dentro de três dimensões: a) física: corpo ou matéria - formou o Senhor Deus aos homem do pó da terra” (Gn.2:7a), essa dimensão dá a criatura a condição para se relacionar com o mundo material. No entanto, até este momento o corpo humano ainda não tinha recebido a vida; b) alma vivente - a vida está na alma “Deus soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn.2:7b). Somente após Deus ter soprado o fôlego da vida, foi que o ser humano tornou-se alma vivente, ou seja, o corpo físico começou a reagir, recebendo assim a vida que emana da alma vivente. Desta forma, é mister entender que a vida não está no físico, mas na alma vivente. Esta dimensão deu ao ser criado a condição de se relacionar com as emoções, o racional, o conhecimento e os limites, tornando-o um ser pensante; c) espírito humano - muito embora Moisés não tenha recebido a revelação de que  o homem também é espírito, por isso não registrou no livro de Gênesis. O próprio Filho de Deus, Jesus, nos trouxe esta revelação “mas o que é nascido, gerado do Espírito Santo, é espírito” (Jo.3:6). O apóstolo Paulo também recebeu esta compreensão “e todo vosso espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis” (ITs.5:23). É através desta dimensão, no espírito humano, que o ser criado se relaciona com as coisas espirituais. Muitos se relacionam com um único Deus que se revelou através de Jesus Cristo, outros se relacionam com falsos deuses, mas tudo isso ocorre na dimensão do espírito humano. É muito importante entender que o ser humano, enquanto alma vivente, está morto, separado de Deus, sem a vida de Deus, porque todos pecaram (Rm.3:23). Após o Senhor ter criado o homem, deu a seguinte orientação: “toda a alma que pecar, essa morrerá” (Ez.18:3-4) e a alma vivente, que é o homem, pecou, desobedecendo a exortação do Senhor (Gn.2:17; 3:6). Como conseqüência o ser humano experimentou a morte, separação espiritual de Deus, passando assim a viver segundo a orientação da sua alma caída, natureza caída, que optou em obedecer a serpente (Gn.3:12-13; Ap.12:9). É por esta razão que o ser humano necessita receber novamente a vida de Deus, só que, desta vez, não será mais em sua alma e, sim, no seu espírito humano.

a) O Espírito Santo revela a nossa condição humana.
O ser humano não consegue perceber a sua real condição de vida diante de Deus enquanto não for alcançado pelo Espírito Santo. Há muitas pessoas que se relacionam com todo tipo de religiosidade, imoralidade, infidelidade, corrupções, ambições exacerbadas em busca do ter; elas acreditam estar muito bem com Deus. No entanto, quando o Espírito Santo começa a tocar a sua vida, percebe que os seus valores estão todos deteriorados por causa do pecado que lhe alcançou, gerando morte em sua alma. Então o Espírito começa a nos “convencer do pecado” (Jo.16:8-13), mostrando quantas coisas erradas há em nossa vida. Desta forma, percebemos que estamos separados de Deus (Rm.3:23), correndo perigo por conseqüência do pecado (Rm.6:23). Somente depois que percebemos a nossa condição de vida diante de Deus, o Espírito Santo nos revela a solução.



b) O Espírito Santo nos faz ver Jesus.
Quando olhamos para Jesus com os olhos iluminados pelo Espírito Santo, vemos que Jesus foi muito mais do que o menino que nasceu, o homem que andou entre nós, o homem que morreu pela humanidade. Jesus era Deus (Mt.1:23)  que veio a este mundo para destruir a serpente que com astúcia levou a alma vivente, o ser humano, à morte. Através de Sua morte na cruz, Jesus triunfou sobre satanás (Cl.2:13-15) e, com o Seu sangue, pagou o preço pela nossa redenção (At.20:28; Rm.5:9; IPe.1:18-19) pois, desta forma, podemos receber a vida de Deus em nosso espírito humano quando experimentamos o novo nascimento.

c) O Espírito Santo gera vida em nosso espírito humano.
Quando o Espírito Santo começa a agir em nossa vida, os nossos olhos do entendimento são iluminados a fim de que possamos compreender o significado do sacrifício de Jesus em nosso favor (IICor.4:6). Tão somente após recebermos esta compreensão, o Espírito Santo começa a gerar vida em nosso espírito humano. O Senhor Jesus disse a Nicodemos: “o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo.3:6b). O Senhor Jesus está nos revelando que o Espírito Santo age em nosso espírito humano gerando vida, isto é, a vida de Deus é gerada em nós no nosso espírito humano (Rm.5:8-16). Deste modo, o Espírito Santo começa a revelar ao nosso espírito as profundezas de Deus, pois os olhos do nosso espírito humano estão iluminados (Ef.1:18) e, por isso, podemos compreender as riquezas de Deus e, consequentemente passarmos a experimentar a vida de Deus em nós (Rm.12:2).

d) O Espírito Santo vem habitar no nosso espírito humano.
O ser humano é constituído de corpo, alma vivente e espírito humano. O Espírito Santo não habita no corpo porque o corpo, sem a alma vivente, está morto. Não habita na alma vivente porque a alma pecou e está morta. Quando o Espírito Santo vem habitar em nós, na verdade, Ele habita o nosso espírito humano. Assim como, quando o homem casa é uma só carne com a sua mulher (Mt.19:5-6), da mesma forma estamos casados com Jesus e, por isso, somos um só espírito (Icor.6:17). Não somos uma só carne porque a relação que desenvolvemos com o Senhor é espiritual. É pelo fato do Espírito Santo habitar o nosso espírito (Icor.3:16) que podemos entender as coisas espirituais (Icor.2:12-16).
A vida no espírito humano ocorre quando reconhecemos que somos pecadores e que Jesus é a única solução para a nossa vida e O recebemos como Senhor. Desta forma, o Espírito Santo vem habitar em nosso espírito, gerando assim a vida de Deus. Abra-se para esta experiência de vida no espírito.

O propósito da vida no espírito humano


Quando uma pessoa passa pela experiência do novo nascimento e recebe vida no seu espírito humano, desta forma, “agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm.8:1a). Pelo fato da alma vivente, que é o homem no corpo da sua carne, ter pecado, morreu. Por isso, está separada de Deus e condenada à eternidade sem Deus. Por esta razão o apóstolo Paulo disse: “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo”. Através desta declaração entendemos que em Cristo o poder da condenação perdeu a sua força, no entanto é necessário entender o que significa estar em Cristo. Estar em Cristo é permitir que “a lei do Espírito de vida” (Rm.8:2) conduza a nossa vida de maneira a não vivermos “mais segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm.8:1b).
É importante entender que há “a lei do espírito de vida” (Rm.8:2) que precisa ser gerada, produzida no nosso espírito humano, a fim de que possamos estar livres da “lei do pecado que opera na carne” (Rm.7:25b). No entanto, somente depois que o nosso espírito humano recebeu “a lei do Espírito de vida” (Rm.8:2) é que iremos triunfar sobre todos os desejos da nossa carne. O que é “a lei do Espírito de vida?” É a ação do Espírito da palavra no espírito humano, gerando os valores eternos, livrando o cristão da “lei do pecado” que opera em seus membros (Rm.7:23). Portanto, a lei do Espírito de vida que opera no espírito humano produz em nós a justiça que a lei mosaica requeria, mas não poderia jamais produzir (Rm.8:2-4).
É mister compreender que o Espírito da palavra (Jo.6:63) gera no nosso espírito humano a vida de Deus, mas é necessário estarmos livres da lei do pecado que opera na nossa alma.

a) Livra-nos da vida na carne.
O Espírito Santo deseja gerar vida em nosso espírito humano porque a vida na carne não tem outra finalidade a não ser buscar realizar tudo que lhe dá prazer “os que vivem segundo a carne, inclinam-se para as coisas da carne” (Rm.8:5). A carne manifesta a vida da alma vivente que deu lugar para o pecado e, por isso, se tornou perversa (Rm.7:18). Por esta razão, os que são de Cristo devem crucificar a carne (alma) com as suas paixões (desejos) e concupiscência (maldade) (Gl.5:24). A carne se opõe ao Espírito (Gl.5:17), isto é, a nossa natureza caída se opõe à obra que o Espírito Santo  deseja realizar em nosso espírito humano porque a carne sabe que, se o Espírito Santo gerar vida em nosso espírito, ela será subjugada e terá que fazer a vontade de Deus (Gl.5:16) e, desta forma, viveremos no Espírito andando segundo a Sua direção (Rm.8:5).

b) Livrar-nos da morte.
O Espírito Santo quer gerar vida em nosso espírito humano para que, desta maneira, possamos viver com Deus. Quando o homem se inclina para os desejos da alma vivente certamente morrerá - “a inclinação da carne é morte” (Rm.8:6a). Muito embora esta morte não seja física, mas uma separação eterna, isto é, a alma viverá eternamente separada de Deus na companhia de satanás e seus demônios (Mt.13:49-50). Por isso, o Espírito Santo quer gerar vida em nosso espírito humano, a fim de que experimentemos vida e paz (Rm.8:6b). Somente quando vivemos segundo a vida de Deus que o Espírito gera em nós, é que vencemos a morte que é gerada pela inclinação da carne.

c) Torna-nos amigos de Deus.
O Espírito Santo quer gerar vida em nosso espírito humano a fim de nos tornar amigos de Deus. Jesus disse: “já não vos chamo de servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Antes, tenho vos chamado amigos, pois tudo que ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer” (Jo.15:15). Somente a um amigo revelamos o nosso coração, creio que é neste nível que o Senhor deseja se relacionar conosco. Paulo nos diz: “a inclinação da carne é inimizade contra Deus” (Rm.8:7a). Na verdade devemos compreender que onde não há amizade não pode haver comunhão, nem muito menos revelação, tudo isto porque “a carne não é sujeita a lei de Deus, nem em verdade o pode ser” (Rm.8:7b). É necessário compreender que a carne, ou a alma vivente, não pode servir a Deus, porque, é nela “que a lei do pecado opera” (Rm.7:25b). No entanto, o Espírito Santo deseja gerar vida no espírito humano a fim de que nos tornemos amigos de Deus e, desta forma, venhamos a conhecê-Lo com maior profundidade.

d) Leva-nos a agradar a Deus.
O Espírito Santo deseja gerar vida em nosso espírito humano a fim de que possamos agradar a Deus, pois quem vive na carne não pode agradá-Lo (Rm.8:8). A carne produz os frutos da semente corruptível que foi semeada em nossa natureza caída por satanás (Gl.5:19-21). Quando o homem semeia em sua carne, finda colhendo a morte (Gl.6:8a). Por esta razão devemos semear no espírito a fim de colhermos a vida eterna com Deus (Gl.6:8b). É necessário compreendermos que o Espírito Santo está conosco para gerar a vida de Deus em nosso espírito humano e, desta forma, a nossa alma manifestará a natureza do homem regenerado em Cristo. Assim iremos agradar a Deus, porque não mais vivemos segundo a vontade da carne, mas do Espírito (Rm.8:9).   

O propósito do Espírito Santo é gerar vida em nosso espírito humano, pois, desta maneira, a alma vivente será santificada através da vida que recebeu no espírito e, assim, manifestará a vida de Deus em seus membros (ITs.5:23). É necessário entender que em nosso espírito humano recebemos a vida do Espírito Santo, no entanto, esta vida se manifestará em nossa alma e corpo e, desta forma, testemunharemos da vida de Deus para os que estão na carne.

Desenvolvendo a vida no espírito humano


Nenhum cristão pode achar que, pelo fato de ter passado pela experiência do novo nascimento já alcançou a vida de Deus, de modo algum, a vida de Deus será desenvolvida no seu espírito humano de maneira gradativa, dia após dia, dependendo do seu interesse espiritual. Assim como os primeiros ensinos que um recém-nascido recebe são de fundamental importância para o seu futuro, de igual modo, é muito importante que um recém-nascido espiritual receba um ensino correto da palavra de Deus onde haja limitação para revelação bíblica.
O novo nascimento não nos coloca  na dimensão da vida de Deus, mas é a porta que nos possibilita alcançar esse nível. É através do novo nascimento que a lei do pecado é quebrada sobre a nossa vida  porque a lei do Espírito de Vida, em Cristo Jesus, livrou-me da lei do pecado e da morte” (Rm.8:2). A lei do pecado, na verdade, é um domínio (Rm.7:1) que é exercido sobre a alma vivente ou a carne, tornando-a escrava (Rm.7:14). Desse modo “eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum” (Rm.7:18a), por causa da lei do pecado a alma vivente tornou-se má, pois está debaixo do senhorio de satanás. Mas a lei do Espírito de vida, que é a lei que vem dominar o espírito humano daquele que nasceu de novo, outorga-lhe plenas condições para que a vida de Deus seja gerada em seu espírito humano, livrando-o, assim, da lei do pecado.
O Espírito Santo quer gerar em nosso espírito humano os valores eternos de Deus, a fim de que possamos desfrutar de vida e paz. No entanto, a carne se opõe a sua obra, “pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito” (Gl.5:17). É importante entender que a alma vivente, carne, lutará sempre contra a obra do Espírito Santo no seu espírito humano, pois através da vida que o Espírito Santo gera em nosso espírito humano, é que deixamos de viver na carne.

a) Através das revelações que recebemos do Espírito Santo.
O cristão, nesse tempo, precisa andar muito atento porque o Senhor está cumprindo a profecia de Isaías “o Senhor Deus me deu língua instruída, para saber a palavra que ampara o cansado. Ele me desperta todas as manhãs, desperta-me o ouvido, para que ouça como discípulo” (Is.50,4). Não há dúvida de que estamos recebendo uma fresca compreensão na palavra neste tempo, porque o Espírito Santo está nos revelando “as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam” (ICor.2:9), “quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap.2:17). O Espírito Santo está implantando no nosso espírito humano a lei do Espírito de vida e, desta forma, gerando em nós a vida de Deus através da palavra revelada “as palavras que Eu vos disse são espírito e vida” (Jo.6:63). A vida em nosso espírito humano é gerada através da palavra de Deus, por isso o Espírito Santo está nos levando a conhecer o Senhor (ICor.2:10-12).

b) Através da comunhão com pessoas espirituais.
As coisas espirituais devem ser faladas com quem é espiritual, ou seja, com quem tem vida no espírito humano, pois discerne a obra do Espírito Santo. O homem espiritual deve procurar pessoas espirituais para conversar sobre as revelações e manifestações do Espírito, até mesmo para crescer nesta dimensão “disto também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as espirituais” (ICor.2:13). O apóstolo Paulo nos ensina que há pessoas dentro do corpo de Cristo que não podem falar sobre coisas espirituais porque são carnais “eu, irmãos, não vos pude falar com as espirituais, mas com as carnais, como a meninos em Cristo” (ICor.3:1). Há pessoas que vivem no corpo de Cristo durante todo o tempo na dimensão natural ou carnal e vão morrer neste nível. Quantos líderes de igrejas e denominações conhecemos que resistem à obra do Espírito Santo? São muitos, no entanto, são homens naturais ou carnais conduzindo pessoas na dimensão natural “ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, pois lhe parecem loucura, e não podem entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente “ (ICor.2:14).

c) Através da manifestação do poder do Espírito Santo.
Ainda hoje, há muitos cristãos andando inchados, cheios de letra, conhecimento humano, mas muito pobres na vida espiritual “a letra mata” (IICor.3:6). A compreensão meramente intelectual não gera vida no espírito humano, mas na carne, por isso não há efetiva transformação na vida. O apóstolo Paulo não aferia a vida espiritual de um homem pelo seu conhecimento intelectual, mas através do poder que operava nele “mas em breve irei visitar-vos, se o Senhor quiser, e então conhecerei, não as palavras dos que andam inchados, mas o poder. Pois o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder” (ICor.4:19-20). É o Espírito Santo quem vivifica o nosso espírito humano (IICor.3:6) a fim de manifestar o Seu poder através de nós (IICor.3:8) e, desta forma, seremos as testemunhas vivas de Jesus por toda a terra (At ;8).

d) Através da compreensão que somos um espírito com o Senhor.
Quando experimentamos o novo nascimento, na verdade nos unimos ao Senhor em uma aliança eterna, pois a vida de Deus começa a ser gerada em nosso espírito humano “mas o que se une ao Senhor é um espírito com ele” (ICor.6:17). Esta relação será tão estreita que o nosso espírito se fundirá com o Espírito Santo tornando-se um e, desta forma, passaremos a ter a mente de Cristo “mas nós temos a mente de Cristo” (ICor.2:16). Por meio desta relação espiritual Deus vive na terra através das nossas vidas.
Desenvolva a vida no espírito estando atento às revelações que o Espírito Santo vem dando ao seu próprio espírito, mas receba o que Ele tem dado aos outros e comece a manifestar o Seu poder, pois somos um espírito com o Senhor.

Desenvolvendo a vida no espírito humano II


Quando falamos sobre a necessidade de crescer na dimensão da vida no espírito humano, é mister compreender que não alcançaremos este nível por um mero convencimento intelectual “não nos tornemos vencidos”(Gl.5:26a). Por mais lógico ou claro que seja o ensino, não afetará o nosso modo vivente, pois recebemos apenas informações, letra em nossa mente e continuamos vivendo do mesmo modo - “irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros” (Gl.5:26b). Essa é a prova clara que o ensino não afetou o nosso espírito humano, mas somente a alma vivente ou a carne.
É importante compreender que a vida de Deus é gerada pelo Espírito Santo no nosso espírito humano, no entanto, isto não ocorre por uma ação isolada Dele. É necessário que haja da nossa parte uma disposição para receber esse nível de vida que o Espírito Santo deseja desenvolver no nosso interior - “Digo, porém: Andai no Espírito, e não satisfareis à concupiscência da carne” (Gl.5:16). O Espírito Santo nos revela o caminho, mas o andar nele é uma decisão nossa.
Toda pessoa que já experimentou a graça de Jesus em sua vida precisa desenvolver a vida de Deus no seu espírito humano através de uma relação pessoal com o Espírito Santo “se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl.5:25). Quando o Espírito Santo habita em nós, devemos deixá-Lo afetar as nossas vidas com as revelações da Palavra de Deus, pois o nosso espírito humano se renova a cada dia por causa dessas revelações - “o interior, contudo, se renova de dia em dia” (IICor.4:16b). A vida no espírito vai se processando a medida em que recebemos novo conhecimento da palavra “e vos renoveis no espírito do vosso entendimento; e vos revistais do novo homem...” (Ef.4:23-24). É preciso entender que a autêntica vitória na vida cristã só ocorre quando estamos fortalecidos no nosso espírito humano (Ef.3:16). Enquanto o espírito humano não receber a vida de Deus que o Espírito Santo quer gerar em nós, a autêntica vitória de Jesus não será uma realidade em nossa vida. Por esta razão, é de vital importância crescermos nesta dimensão.


a) Mantendo comunhão com o Espírito Santo.
O Espírito Santo é uma Pessoa: a) Ele perscruta as profundezas de Deus (ICor.2:10); b) Ele fala (Jo.15:26; Ap.2:7); Ele intercede (Rm.8:26); d) Ele ensina (Jo.14:26; 16:12-14; Ne.9:20); e) Ele guia e conduz (Rm.8:14; At.16:6-7); f) Ele chama homens e os comissiona (At.13:2; 20:28). A maior arma que satanás usou contra a Igreja de Jesus, foi ter conseguido cegar os olhos espirituais dos homens de Deus (IICor.4:4) ao ponto deles não verem o Espírito Santo como uma Pessoa que está sobre a sua vida. O prejuízo que essa cegueira produziu é irreparável, por esta razão os crentes têm se tornado escravos do pecado e a igreja enfraquecida.
Este é um tempo novo na vida da Igreja de Jesus e os nossos olhos espirituais estão sendo abertos a fim de que a comunhão com o Espírito Santo seja restabelecida, assim como na época dos apóstolos - “... e a comunhão do Espírito Santo seja com todos vós” (IICor.13:14). É mister entender que somente através do restabelecimento desta comunhão é que o Espírito Santo assumirá o governo sobre a nossa vida e, desta forma, estaremos cheios da graça de Deus.
É muito importante ter comunhão com o Espírito Santo, pois Ele veio para ser o nosso guia “o Espírito da verdade, vos guiará em toda a verdade” (Jo.16:13). É Ele quem nos fará conhecer a Deus - “não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido”(Jo.16:13) e Ele nos revelará o futuro - “e vos anunciará o que há de vir” (Jo.16:13). Somente através da comunhão com o Espírito é que conheceremos a Deus e andaremos em um caminho seguro sem a menor preocupação com o futuro. Todo cristão deve procurar crescer nesta dimensão.

b) Orando no Espírito Santo.
Orar no Espírito Santo é um ensino apostólico- “lembrai-vos das palavras que foram preditas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo”(Jd.17). Os apóstolos experimentaram essa dimensão de orar no Espírito Santo no dia de Pentecostes “e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2:4). Orar no Espírito Santo, não é o mesmo que orar no nosso idioma natural, mas orar em uma língua concedida pelo Espírito Santo, isto é, uma língua sobrenatural. Paulo chama de língua dos anjos (ICor.13:1).
Judas que também era um apóstolo (Lc.6:16), no Pentecostes viveu a experiência de orar em línguas concedidas pelo Espírito Santo. Na sua carta nos revela que orar no Espírito Santo produz edificação, crescimento “edificando-vos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo” (Jd.20). É assim que a vida de Deus é gerada em nosso espírito humano e desta forma, passamos a conhecer aqueles que não são do Senhor (Jd.18:21).
O cristão que deseja crescer em Deus precisa compreender que orar no Espírito Santo é de fundamental importância para o seu desenvolvimento espiritual. Por isso deve separar diariamente um tempo para orar em línguas. Uma das razões pelas quais o apóstolo Paulo recebeu muitas revelações de Deus era porque orava em línguas (ICor.12:4-7,12).
Quando oramos em línguas estamos edificando o nosso edifício espiritual em Deus (ICor.3:9; 14:2-4), pois orar em línguas é orar no nosso espírito humano com as línguas que o Espírito Santo nos concede (ICor.14:14). É mister entender que quando oramos em línguas, o Espírito Santo fala ao nosso espírito produzindo a vida de Deus, bem como, ainda traz a Sua presença a nós.
A maneira mais eficaz de manter comunhão com o Espírito Santo é quando nos separamos para orar em línguas,  pois este tempo a sós com Ele nos propiciará plenas condições de ouvir a Sua voz e recebermos a Sua orientação. Peça-Lhe que venha para gerar a vida de Deus em você e torne-se um espírito com Ele.

 

Desenvolvendo a vida no espírito humano III


Quando Jesus esteve neste mundo, vivendo no corpo da Sua carne aos 30 anos, ainda não havia iniciado o Seu ministério porque não tinha sido cheio do Espírito Santo, ou seja, a vida de Deus não havia sido plenamente gerada no seu espírito humano, o que ocorreu no dia do Seu batismo - “assim que Jesus foi batizado, saiu logo da água, nesse instante abriram-se-lhe os céus; e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre Ele” (Mt.3,16). Na verdade, o batismo de Jesus foi duplo, nas águas e no Espírito Santo, neste momento a vida de Deus foi plenamente gerada em Jesus de Nazaré, no homem. Logo após o Espírito Santo ter vindo sobre a Sua vida, O levou para vencer a satanás no corpo da carne no deserto (Mt.4:1-11). É necessário entender que ninguém pode andar em vitória se não receber em seu espírito humano a vida de Deus a exemplo de Jesus. Quando Jesus principiou o Seu ministério público chamou para segui-Lo doze homens que seriam seus discípulos (Mt.4:18-22; 9:9-37; 10:1-4), no entanto, os discípulos não passaram pela mesma experiência de Jesus no Jordão, o Espírito Santo não veio sobre suas vidas, por isso, seguiram a Jesus por três anos na dimensão da carne, alma ou homem natural. Assim, este período foi de muita inconstância, não obstante, estivessem aprendendo acerca do reino de Deus (Mt.10:11-1), bem como, os apóstolos não tinham condições de viver na dimensão do reino porque ainda estavam vivendo debaixo da lei do pecado que opera na carne (Rm.7:25). É preciso entender que, hoje, nós desfrutamos de maior privilégio do que os apóstolos, pois eles viveram no período de transição, Jesus tinha vindo para cumprir a lei e estabelecer a nova aliança, o pacto da graça (Hb.8:1-6; 9:15). Devemos compreender que Jesus veio trazer os fundamentos da nova aliança (Hb.10:19-23), no entanto, só foi estabelecida com a vinda do Espírito Santo para habitar conosco e em nós e, desta forma, gerar a vida de Deus em nosso espírito humano. É preciso entender que a vida de Deus não é gerada em um ato, mas progressivamente, os apóstolos são os maiores exemplos dessa verdade. no espírito humano

a) Através da mortificação da carne.
1. Quando vivemos na dimensão da carne ou do natural, nem mesmo andando com Jesus conseguimos crer em milagres. Os discípulos estavam andando com Jesus e vendo milagres que Ele fazia (Mt.14:14), mas mesmo assim continuavam vivendo no natural, pois, percebendo que já era tarde, chamaram Jesus e procuraram uma solução natural para resolver o problema da alimentação para a multidão (Mt.14:15). No entanto, Jesus lhes disse: “não é preciso que se retirem. Dai-lhes vós de comer” (Mt.14:16). O que você faria se Jesus lhe mandasse operar um milagre? Dai-lhes vós de comer. Uma multidão de cinco mil homens (Mt.14:21), apenas cinco pães e dois peixes (Mt.14:17). Você lhe daria essa resposta: “como posso alimentar essa multidão com apenas cinco pães e dois peixes?” Esta é a resposta lógica de quem está vivendo no natural, pois, na verdade, esta era a realidade dos Seus discípulos. Mediante a incapacidade deles, Jesus operou o milagre para alimentar a multidão (Mt.14:18:20).
2. Quando vivemos na carne, não temos condições de conhecer Jesus, pois os Seus feitos são estranhos à nossa realidade -  “os discípulos, vendo-O caminhar por sobre o mar, assustaram-se, dizendo: é um fantasma” (Mt.14:26) - muito embora Jesus tivesse acabado de alimentar uma multidão com a ajuda deles e mesmo o Senhor dizendo que era Ele, ainda assim, os discípulos duvidaram (Mt.14:27). Por isso, Pedro, como líder, pediu para ir ter com Ele por sobre as águas (Mt.14:28). Jesus mandou que viesse (Mt.14:29), no entanto, como a sua fé era pequena, quase morreu, mas Jesus o salvou (Mt.14:30-32). Quando se vive na carne, andar sobre a terra firme já é perigoso, quanto mais sobre as águas!
3. O homem natural só consegue descobrir a sua condição quando experimenta um grande fracasso. Não obstante os discípulos já a três anos seguiam Jesus, e o Senhor lhes revelou que nenhum deles estava apto para continuar a obra (Mt.26:31), no entanto, Pedro ratificou que jamais O abandonaria (Mt.26:33). Jesus afirma que eles O negariam (Mt.26:34), mas todos declararam que estavam dispostos a morrer por Ele (Mt.26:35), o que não ocorreu (Mt.26:69-75). Este fato fez com que eles se encontrassem com o fracasso e, desta forma, eles se quebrantaram e o Senhor começou a gerar vida neles a fim de usá-los em Sua obra.

b) Recebendo a vida de Cristo no espírito humano.
1. Jesus disse aos discípulos que o Espírito Santo viria para testemunhar Dele - “Ele testificará de Mim” (Jo.15:26) - o Paráclito não se comunica com a carne, mas com o nosso espírito humano (Rm.8:16).  É mister entender que o Espírito Santo veio da parte do Pai (Jo.15:26) com um propósito muito definido: guiar as nossas vidas (Jo.16:13). Portanto, qualquer pessoa que deseja viver a vida de Deus, necessita se render a direção do Espírito Santo a fim de não errar a visão.
2. O Espírito Santo está sobre as nossas vidas (Ef.1:14) a fim de gerar em nosso espírito humano a vida de Cristo (Gl.2:20). Por isso é mister crescer nesta comunhão, pois da mesma forma que, no batismo de Jesus, o Espírito de Deus veio sobre Ele (Mt.3:16), da mesma maneira o Espírito Santo também veio com o propósito de gerar a vida de Cristo em nós, a fim de que o Senhor viva através de nós, pois assim testificaremos Dele (Jo.15:27).
3. Todo cristão precisa ter consciência que o Espírito Santo veio para gerar a vida de Cristo em seu espírito humano e, desta forma, o Senhor se utilizará de sua vida para tocar as nações. Assim Ele fez através dos apóstolos que, por um tempo viveram na carne, mas o Espírito Santo gerou a vida de Cristo neles (At 16:7) e o mundo da época foi impactado pelo poder de Deus através de suas vidas (At 4:33; 5:12-16; 18:20; 29:32).
Este é um tempo novo quando mais uma vez o Espírito Santo está se movendo sobre as nossas vidas assim, peça que Ele lhe mude radicalmente e refaça a sua aliança de comunhão e serviço a Deus. Aproveite este tempo de graça e aja rápido.

Amor: Fruto do Espírito no espírito humano

O ser humano, enquanto alma vivente, está distanciado de Deus por causa do pecado, por isso quando fala sobre o amor relaciona-o sempre a um sentimento, o que também é. No entanto, quando esse sentimento é desenvolvido na dimensão do homem natural, cresce com muitas deficiências e atrofiamentos, por essa razão o ser humano não encontra a plenitude, a satisfação e vive necessitado e cheio de carências porque o amor não passa de um mero sentimento.
Precisamos entender que o amor é muito mais do que um sentimento, é uma pessoa - “Deus é amor” (IJo.4:8), ninguém pode amar verdadeiramente se não conhecer o amor, ou seja, a Deus. O amor é uma palavra gasta e muito mal compreendida na dimensão do mundo. A sociedade em nome do amor defende o homossexualismo, lesbianismo, infidelidade conjugal e tantas outras imoralidades, só que este comportamento nada tem a ver com o amor, mas com o homem natural que não conhece a Deus e está vivendo debaixo da lei do pecado. Desta forma, a sua atitude denigre o verdadeiro amor.
Deus é amor” (IJo.4:8) e o Espírito Santo quer gerar a sua vida no nosso espírito humano “porque o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado  (Rm.5:5). Na verdade, enquanto o Espírito Santo está gerando o amor de Deus em nosso espírito, concomitantemente a vida de Deus também está sendo gerada, pois não podemos separá-los, Deus e o amor são uma pessoa. Somente após esse fruto ter sido gerado no nosso espírito humano, é que podemos manifestá-lo - “aquele que não ama não conhece a Deus porque Deus é amor” (IJo.4:8). É preciso discernir que a alma vivente ama com o amor natural, mas aquele que anda no Espírito deve entender que o amor é mais do que um sentimento, é uma pessoa e o Espírito Santo está enchendo a sua vida desta Pessoa que é Deus. Desta forma, passaremos a amar com o amor de Deus.

a) Ensinando-nos a amar a Deus.
Amar a Deus é muito mais do que expressar sentimentos para com a sua Pessoa, é tê-Lo no espírito humano “Deus é amor. Quem está em amor, está em Deus e Deus nele” (IJo.4:16). É preciso compreender que o apóstolo João não está falando meramente de um sentimento que temos por Deus, mas da Sua pessoa que é amor. Quando O conhecemos nos encontramos com o verdadeiro amor. É necessário entender que o amor é fruto do Espírito, isto quer dizer: que não nasce de uma hora para outra, requer algum tempo até que venha ser gerado. Por isso Deus nos deu o Espírito (IJo.4:13), a fim de que possamos ser cheios do Seu amor (Rm.5:5), “porque, qual Ele é somos nós também neste mundo” (IJo.4:17b). Deus é amor e o Espírito Santo está sobre nós para nos aperfeiçoar em amor (IJo.4:17a) até que nos tornemos amor. Quando chegarmos nesta dimensão, não conheceremos o medo “no amor não há medo, antes o perfeito amor lança fora o medo” (Ijo.4:18). Saiba que o perfeito amor não é um sentimento, é uma pessoa, Deus. Na verdade, este é o fruto que o Espírito Santo quer gerar em nossa vida, o amor, pois, desta forma, amaremos verdadeiramente a Deus.

b) Ensinando-nos a amar o próximo.
Amar ao próximo é uma lei espiritual “toda a lei se cumpre numa só palavra, a saber: amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Gl.5:14). Enquanto estivermos vivendo na dimensão da carne ou do homem natural, esta lei nunca se cumprirá em nossa vida, mas o Espírito Santo nos foi dado a fim de gerar em nosso espírito humano o amor de Deus e, desta forma, poderemos expressar o amor ao próximo. Quando andamos no Espírito, se faz necessário manifestar o amor no Espírito (Cl 1:8). O homem espiritual ama o próximo com o amor de Deus. No momento que percebemos que não estamos vivendo nesta dimensão, é necessário admitir que ainda estamos na carne e por isso só conseguimos amar com o amor natural. Este é um tempo em que devemos estreitar a nossa comunhão com o Espírito Santo, a fim de que o amor possa ser gerado em nosso espírito humano e, desta forma, venhamos a ser capacitados a amar o próximo (IJo.4:7-8). A incapacidade de amar o próximo é uma evidência de que não conhecemos o amor de Deus (IJo.4:9-11). Até então temos apenas ouvido sobre o amor, mas ainda não fomos  afetados por ele através de uma experiência.

c) Ensinando-nos  sobre o amor próprio.
Precisamos entender que o amor que o Espírito Santo derrama no nosso espírito (Rm.5:5) não é para que amemos somente a Deus e ao próximo, mas também para nos amarmos a nós mesmos. É preciso entender que não podemos amar o próximo mais do que a nós mesmos, quando muito, igual (Gl.5:14). O amor próprio é de fundamental importância para o equilíbrio da nossa existência, pois sem o mesmo não podemos fazer nada de maneira sadia. Grande parte do sofrimento humano ocorre por falta de amor próprio. Muitas vezes passamos por situações que se tivéssemos amor por nós mesmos não nos  sujeitaríamos. O apóstolo Paulo fala sobre a importância do amor próprio (ICor.13:1-3), conceitua o amor (ICor.13:4-8), nos orienta a andar em amor (ICor.14:1) e, por fim, nos exorta a fazer tudo com amor (ICor.16:14). Devemos compreender que sem o amor próprio não podemos realizar nada com eficiência.

Amor: fruto do Espírito no espírito humano II

O amor natural é um sentimento que todo ser humano possui, no entanto, o Espírito Santo nos foi dado a fim de gerar no homem espiritual o amor de Deus, que é de origem sobrenatural. O amor, como fruto do Espírito, é adicionado à nossa vida como conseqüência do relacionamento que desenvolvemos com Deus, pois o Espírito Santo está sobre nós a fim de nos encher de amor - “porque o amor de Deus está derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm.5:5). Este amor é de natureza sobrenatural, veio de Deus para ser derramado em nossos corações e por isso, somos capazes de amar de maneira diferente do homem natural.
À medida em que o Espírito Santo encontra lugar em nossas vidas, gradativamente crescemos em amor, pois o amor sobrenatural está sendo ministrado em nosso espírito humano através da Sua presença, a fim de gerar a vida de Deus no nosso homem interior e, como conseqüência, passaremos a servi-Lo em amor - “este é o amor de Deus que guardemos os Seus mandamentos e os Seus mandamentos não são penosos” (IJo.5:3). Há muitas pessoas que não conseguem entender como alguém é capaz de deixar os valores do mundo para viver na presença de Deus. A explicação é muito simples: o amor sobrenatural de Deus nos alcançou e o nosso espírito humano está crescendo nesta dimensão, pois encontramos em Deus a completa alegria e estamos envolvidos numa relação de amor.
Quanto maior for a nossa comunhão com o Espírito Santo, mais próximo nos achegamos do amor e, à medida que esta relação crescer mais nos submeteremos à vontade de Deus - “e o amor é este: que andemos segundo os Seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes, para que nele andeis” (IIJo.6). Não há como fazer a vontade de Deus se não crescermos em amor, no entanto, quando amamos a Deus, a Sua vontade passa a ocupar o primeiro lugar em nossas vidas.
Amor: o fruto do Espírito que nos qualifica para fazer a vontade de Deus.
a) A vontade de Deus é que conservemos o que ganhamos.
O apóstolo João começa a sua segunda carta escrevendo para a Igreja de Jesus “o presbítero à senhora eleita, e a seus filhos a quem eu amo na verdade, e não somente eu mas também todos os que conhecem a verdade” (IIJo.1). O apóstolo ratifica o seu amor aos que andam na verdade, isto é, àqueles que estão fazendo dos ensinos de Jesus e da Sua pessoa o alicerce das suas vidas no espírito (IIJo.2). No contexto do corpo de Cristo, há muitos que andam na verdade “alguns de teus filhos andam na verdade” (IIJo.2). João pode perceber que muitos estavam vivendo na verdade, no entanto, não deixou de ver os que estavam no engano e por isto, exortou “e o amor é este que andemos segundo os Seus mandamentos” (IIJo.6). Existem muitas pessoas que estão recebendo uma revelação tremenda na palavra, mas não estão andando nela - “olhai por vós mesmos , para que não percais o que ganhastes” (IIJo.8). Todo cristão precisa estar muito bem alicerçado no conhecimento da palavra a fim de não ser enganado. No entanto, quando o amor de Deus está em nossas vidas, amamos a Sua palavra e nos dispomos a viver por esta verdade.
b) A vontade de Deus é que vivamos em amor.
O Espírito Santo nos foi dado para gerar um fundamento em nosso espírito humano - “estando arraigados e fundados em amor” (Ef.3:17). Todo cristão que deseja desenvolver a vida de Deus no seu espírito humano, precisa entender que o amor é um alicerce e o seu edifício espiritual deve ser edificado sobre este fundamento. Somente através do amor é que podemos conhecer “qual seja a largura e o comprimento, e a altura, e a profundidade” (Ef3:18) do Deus que é amor (IJo.4:8) “e conhecer o amor de Cristo, que excede a todo o entendimento” (Ef.3:19). Nenhuma mente humana consegue entender um homem que foi traído, maltratado, julgado, crucificado, sendo inocente. Liberar perdão para todos os seus inimigos foi exatamente o que Jesus fez, porque o Seu amor excede a todo entendimento. o apóstolo Paulo nos fala “para que sejamos cheios de toda plenitude de Deus” (Ef.3:19b), pois na verdade, esta é a dimensão que devemos atingir. Estar pleno de Deus é o mesmo que estar cheio do Seu amor, pois é desta forma que devemos viver.

c) A vontade de Deus é que o amor nos capacite a perdoar.
Quando o cristão encontra dificuldade de liberar perdão para os seus inimigos é uma evidência palpável de que a vida de Deus não foi gerada no seu espírito humano - “aquele que odeia o seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, não sabe para onde vai porque as trevas lhe cegaram os olhos” (IJo.2:11). O cristão que convive com esta dificuldade precisa admitir que está em trevas, imediatamente deve arrepender-se diante de Deus e começar uma relação de comunhão com o Espírito Santo a fim de que o amor seja ministrado no seu espírito. Assim o amor de Deus que foi derramado no seu interior lhe capacitará a perdoar, pois quando o amor de Deus está em nossas vidas não temos dificuldades de perdoar (IPe.4:8).

d) A vontade de Deus é que o amor nos torne Suas testemunhas.
Fomos alcançados pelo amor de Deus através da vinda de Jesus para nos dar vida eterna (Jo.3:16). Por causa do pecado estávamos nas trevas, mas Jesus veio para nos tirar das trevas para a luz (Ef.5:8; Cl 1:13-14). Pelo fato de termos experimentado em nossas vidas o amor de Deus (IJo.4:10), de igual modo, devemos ser instrumentos nas mãos Dele para levar outros a terem a mesma experiência com o Seu amor (IJo.4:11) e, assim, serem salvos (IJo.4:14-15).
Devemos entender que o Espírito Santo está gerando em nosso espírito humano o amor, a fim de que o mundo possa conhecer o amor de Deus (IJo.4:17b) através das nossas vidas. Por isso, devemos dar lugar para o Espírito Santo gerar a vida de Deus no nosso interior. Siga crescendo em Deus.

Alegria: fruto do Espírito no espírito humano


A alma vivente só conhece a alegria na dimensão natural, ou seja, aquela alegria que depende de momentos, situações, atividades externas como: festas, viagens, encontros etc. Além do mais, o homem natural depende muito do fator financeiro para experimentar alegria: estando com dinheiro ela se faz presente, quando adquire o que gosta, a alegria é completa. No entanto, se estas coisas não se tornam realidade na vida do homem natural, a tristeza e a depressão vêm ser os seus companheiros. É isso que podemos chamar de alegria passageira.
O homem que tem a vida de Deus no seu espírito humano sabe que a verdadeira alegria não consiste em nada disso porque a alegria é fruto da presença de Deus em sua vida. O Deus vivo que habita conosco, cuida da nossa vida e supre todas as necessidades. A alegria do homem espiritual não está alicerçada no emprego que tem, mas no Deus que serve, pois se perder o emprego o Senhor lhe dará outro e a sua alegria não será afetada.
O homem espiritual não perde a alegria quando sofre perdas materiais, mas quando comete pecado, porque o pecado faz separação entre o homem e Deus (Is.59:2). O rei Davi nos fala que por causa do pecado que cometeu chegou a perder a alegria da salvação (Sl.51:1-12). É mister que cada um de nós saiba que a única coisa que consegue tirar a alegria do coração daquele que tem vida no espírito é o pecado, que tão de perto nos rodeia e por isso é importante não dar lugar para o pecado em sua vida.
O  Espírito Santo deseja gerar no nosso espírito humano a alegria, mas é necessário que desenvolvamos comunhão diária com ele, pois, desta forma, a alegria de Deus estará em nossas vidas.
                    
a) A alegria no espírito é completa.
Quando Jesus estava ensinando aos Seus discípulos, manifestou o desejo do Seu coração - “tenho-vos dito isto para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa”(Jo.15:11). O Senhor os orientou a que permanecessem na Sua presença, pois, desta forma, iriam ser frutíferos (Jo.15:5), assim a alegria deles seria completa. O Espírito Santo veio para completar as obras de Jesus (Jo.16:13), por isso é seu desejo gerar no nosso espírito humano tudo o que Jesus nos prometeu - “e isto digo enquanto estou no mundo, para que tenham em si a medida completa da minha alegria” (Jo.17:13b). É necessário entender que a vida com Cristo requer a crucificação da carne, a fim de que a fonte de alegria do homem de Deus venha ser o Espírito Santo (Rm.14:17). Por isso, é muito importante desenvolver comunhão diária com ele, a fim de que possamos transbordar, de gozo que é derramado no nosso espírito humano através da sua presença.

b) A alegria no espírito é força.
Há muitas pessoas no corpo de Cristo que ainda não aprenderam a importância da alegria, pois ainda não descobriram que quanto mais tempo passarem alegres, mais forças de Deus terão para enfrentar as dificuldades. O povo de Israel consagrou um dia para se alegrar na presença do Senhor - “este dia é consagrado ao nosso Senhor. Não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a nossa força” (Ne 8:10b). A recomendação era que o povo não se entristecesse “também as mulheres e os meninos se alegraram, de modo que a alegria de Jerusalém se ouviu até longe” (Ne 12:43). - “escreveu-lhes que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem presentes uns aos outros e dádivas aos pobres” (Et 9:22). Você já pensou o quanto é importante ter um dia para se alegrar, pois bem, alegre-se no Espírito Santo, desenvolvendo diariamente uma comunhão saudável com Ele, porque a alegria que o Espírito quer gerar no seu espírito humano é muito mais do que uma sensação de bem estar, na verdade, a alegria do Espírito é a força de Deus movendo no nosso homem interior para nos fazer andar em vitória.

c) A alegria do Espírito no espírito humano.
Todos os servos de Deus foram “ungidos com óleo de alegria” (Sl.45:7). Por este motivo devemos ser alegres, pois também recebemos a unção de alegria. No entanto, os cristãos vivem tristes, desanimados e cansados e assim podemos perceber que o óleo da unção não está funcionando porque a alegria não é vista em suas vidas. Ora, se a unção é geradora de alegria e o povo continua apático, isto é grave, porque a unção é o Espírito Santo (IJo.2:20-27) e se não está funcionando é porque Ele está apagado no povo de Deus (ITs.5:19). Por isso devemos ouvir a voz de Paulo “regozijai-vos sempre no Senhor. Outra vez digo, regozijai-vos” (Fl.4:4). É necessário restabelecer a comunhão pessoal com o Espírito Santo, separando tempo para ficar a sós, adorando a Deus e estudando a palavra do Senhor, pois somente desta maneira o Espírito encontrará lugar em nossas vidas para gerar a alegria que jamais acaba e que ninguém poderá arrancar do nosso interior.              
Não podemos achar que pelo fato do Espírito Santo habitar conosco, o seu fruto (Gl.5:22)  já esteja completo, de modo algum, mas há uma grande possibilidade de ocorrer, sendo necessário crescer na comunhão com o Espírito e, desta forma, o fruto será gerado no nosso espírito humano. Por isso é importante andar conforme a orientação do Espírito (Gl.5:24), procurando não entristecê-lo (Ef.4:30) e muito menos apagá-lo (ITs.5:19), pois assim a nossa alegria será plena. Siga crescendo em Deus.

Paz: fruto do Espírito no espírito humano

A palavra paz é muito rica e por isso torna-se muito difícil de conceituá-la, pois o seu conteúdo é por demais abrangente. No entanto, devemos entendê-la como: completude, pleno, tranqüilidade, estado de bem-estar no espírito. Na verdade é isso que o Espírito Santo quer gerar no nosso homem interior, a fim de que possamos ser plenos em Deus.
O povo de Israel quando estava sendo injustiçado e oprimido pelos medianitas (Jz.6:2-10), o Senhor apareceu através do anjo a Gideão e o convocou para ser o libertador do seu povo das mãos do seu opressor (Jz.6:14). Gideão desejou se certificar se de fato era mesmo Deus quem estava lhe dando esta grande responsabilidade e por isso ofereceu um sacrifício ao Senhor (Jz.6:18-21). Quando o anjo consumiu o holocausto Gideão viu que Deus estava à frente deste chamado e edificou um altar ao Senhor e lhe clamou o Senhor é paz (Jz.6:24). Desta forma, o Senhor restabeleceu a Sua aliança de paz com o seu povo outorgando-lhe mais uma vez o Seu perdão e levando os seus a um lugar de descanso.
O Senhor fez uma aliança de paz com a tribo de Levi, pois desta tribo saiu um grande número de sacerdotes e poderíamos chamar de tribo sacerdotal (Ml 2:4) - “a minha aliança com ele foi de vida e paz e eu lhe dei ambas para que me temesse, ele me temeu... andou comigo em paz e em retidão, e apartou a muitos da iniqüidade” (Ml 2:5-6). É necessário entender essa aliança de paz o Senhor Jesus estabeleceu com todos os que temem o Seu nome (IIPe.2:5) - “deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Não vô-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração nem se atemorize” (Jo.14:27). A paz que Jesus nos deixou é diferente da que há no mundo porque está no nosso espírito humano, por esta razão, ninguém pode roubá-la pois essa paz é oriunda da presença do Espírito Santo em nossas vidas.

a) A paz que Jesus nos prometeu.
Quando Jesus estava vivendo os Seus últimos dias  sobre a terra, chamou os discípulos e lhes ensinou muitas coisas em particular e, em meio a esses ensinos, prometeu-lhes a Sua paz. Promessa esta que alcança a todos os discípulos de Jesus em todo o tempo, por isso somos herdeiros desta paz - “deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (Jo.14:27). Jesus, na qualidade de Príncipe da paz (Is.9:6), esteve envolto desta tranqüilidade em Deus. No entanto, Ele nos prometeu a Sua própria paz, pois somente desta forma, podemos entrar no descanso de Deus (Sl.91:1) e, sobretudo, alcançar o repouso que há para nós como povo de Deus (Hb.4:9). A paz para nós, hoje, é uma realidade porque o Espírito Santo habita conosco a fim de cumprir o que Jesus havia prometido e, assim, nos levar a experimentar a paz que excede a todo entendimento humano. Assim, é necessário que cada um  de nós abra a sua vida a fim de que este fruto seja gerado em nosso espírito humano através da presença do Espírito Santo e, desta forma, entraremos no repouso de Deus.

b) A paz que devemos viver.
A paz que todos nós almejamos está hoje, na pessoa gloriosa do Espírito Santo da mesma forma como esteve sobre Jesus, o Príncipe da paz. A verdadeira paz só é possível através da morte da carne, no entanto, não podemos negar que na carne também há paz, mesmo que seja oriunda dos prazeres que ela mesma gera (IIPe.2:13). Por esta razão é passageira, mas a paz que vem do Espírito Santo requer a morte da carne - “a inclinação da carne é morte, mas a inclinação do Espírito é vida e paz” (Rm.8:6). No momento em que nos inclinamos, ou seja, damos lugar para o Espírito Santo agir em nossas vidas, a paz começa a ser gerada em nosso espírito humano. Desta forma chegamos na dimensão que foi revelada ao profeta Isaías e depois a Paulo - “ora, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz na vossa fé” (Rm.15:13). O propósito de Deus para nós é de que possamos desfrutar da paz que o Espírito Santo quer gerar no nosso homem interior, a fim de que quando vierem as lutas possamos ter tranqüilidade suficiente para vencê-las. A paz não lhe isenta de lutas, mas lhe fortalece para vencê-las.

c) A paz que devemos oferecer.
O apóstolo Pedro nos fala da paz como sendo uma pessoa - “busque a paz, e siga-a” (IPe.3:11). É necessário entender que a paz de Deus é muito mais que uma sensação de bem-estar, pois este sentimento o homem natural desfruta mesmo vivendo na carne. A paz está sobre uma Pessoa, o Espírito Santo e quando Pedro nos exorta a buscar a paz, é o mesmo que nos mandar buscar o Espírito Santo. Quando a comunhão com Ele se estabelecer a paz virá e desta forma devemos seguir o Espírito de paz. Quando Jesus enviou os setenta (Lc.10:3) e lhes disse: “quando entrardes  em uma casa dizei: paz seja nesta casa” (Lc.10:5) - “se ali houver algum filho da paz repousará sobre ele a vossa paz se não voltará para vós” (Lc.10:6). A paz aqui é muito mais do que uma simples saudação, mas é algo que traz uma identificação. Na verdade é uma unção que testifica em quem habita o mesmo Espírito de paz. Ocorrendo a identificação, a porta se abre (Lc.10:7-8) e os milagres começam a acontecer (Lc.10:9). A paz que está em nós é muito mais do que um sentimento, é uma unção e, por isso, devemos oferecer a todas as pessoas para que as suas vidas também sejam abençoadas. Comece, hoje, a oferecer a paz que repousa sobre você e abençoe as vidas através dela.
A paz é fruto do Espírito Santo e, por isso, é de fundamental importância desenvolver comunhão diária com Ele, pois, desta forma, a paz será gerada em nosso espírito humano. No entanto, se não houver comunhão, a paz que repousará sobre nós será a mesma que está sobre o homem natural, mas a paz que Deus deseja que experimentemos é aquela que é gerada pelo Espírito Santo. Siga crescendo em Deus.

Longanimidade: fruto do Espírito no espírito humano


A palavra longanimidade deve ser entendida como: longo ânimo, paciência, aguardar o tempo certo, a hora certa, o momento de Deus. Na verdade, a falta de longanimidade ou paciência tem sido a causa de grande parte do insucesso na vida de muitos cristãos. A maioria de nós tem sido de uma impaciência extrema e por isso o inimigo encontra lugar em nossas vidas para destruir o propósito de Deus, pois não sabemos esperar com paciência (IPe.3:20).
Quando estudamos a história do povo de Israel, percebemos que a falta de longanimidade na vida deste povo fez com que a ira de Deus, por várias vezes, se levantasse contra ele. Por não saber esperar o tempo de Deus para possuir a terra prometida, o povo que tinha acima de vinte anos morreu todo no deserto (Nm.14:29), isso porque Moisés apelou pela paciência de Deus (Nm.14:18). A vontade do Senhor era de destruir a todos (Nm.14:11-22), mas graças a sua longanimidade houve um remanescente fiel que continuou como herdeiro da promessa (Nm.14:30-31).
É mister entender que a paciência é de fundamental importância na vida cristã porque sem a mesma dificilmente realizaremos a vontade de Deus. É necessário que os mais fortes aprendam a suportar a fraqueza dos mais fracos (Rm.15:1), bem como, devemos agradar a todos nas coisas que servem para edificação (Rm.15:2}. Precisamos compreender que sem a paciência o corpo de Cristo será muito danificado - “ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus” (Rm.15:5). O Espírito Santo habita conosco para gerar a paciência de Deus no nosso espírito humano, a fim de que o Corpo de Cristo seja edificado.

a) A longanimidade é uma pessoa.
Devemos compreender que o Espírito Santo não está conosco  meramente para produzir, no nosso homem interior, um sentimento de longanimidade ou paciência, de modo algum, mas para gerar uma pessoa. O profeta Moisés afirma claramente que Deus é longânimo (Nm.14:18). O apóstolo Paulo também reconhece que o Senhor é paciente (Icor.13:4; Ijo.4:8) e de igual forma, o apóstolo Pedro nos revela que Deus é longânimo (IIPe.3:9). Mediante estas revelações não nos resta dúvida de que Deus é longânimo e por isso devemos entender que o Espírito Santo quer gerar no nosso espírito humano a vida de Deus pois, assim, poderemos manifestar através das nossas vidas a paciência. A paciência do homem natural é muito curta, mas a do homem espiritual é alongada porque o Espírito Santo nos capacita nesta dimensão.

b) A longanimidade nos torna sábios.
Quando o Espírito Santo gera a vida de Deus em nós, passamos a viver de maneira sábia - “o longânimo é grande em entendimento” (Pv.14:29). O homem espiritual se utiliza da paciência para agir de maneira sensata - “o longânimo apazigua a luta” (Pv.15:18). No entanto, o maior privilégio do homem é o fato dele poder administrar o seu espírito - “melhor é o longânimo do que o valente, e o que governa o seu espírito do que o que toma uma cidade” (Pv.16:32). Quando o homem espiritual consegue controlar o seu espírito, ele alcança um nível de maturidade grande em Deus e esta é a dimensão que todos devem chegar.

c) A longanimidade nos qualifica para exortar.
O apóstolo Paulo nos mostra que no Corpo de Cristo o Espírito Santo qualifica pessoas com o dom de exortar (Rm.12:8), bem como mostra que os ministros devem exortar a Igreja (IITm.4:2) - “porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina, mas, tendo coceira nos ouvidos, cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças; e se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando às fábulas” (IITm.4:3-4). Acredito que este tempo já chegou, pois há muitas pessoas que não suportam ouvir a verdade, preferindo ouvir estórias da Bíblia. No entanto, devemos louvar a Deus pela revelação da verdade que temos recebido e devemos procurar andar segundo a exortação da palavra revelada. Quando exortamos alguém através da palavra, precisamos ser pacientes e aguardar que o Espírito Santo gere os resultados esperados (Its.5:14).
                    
d) A longanimidade nos dá condições de edificar.
A longanimidade nos qualifica para suportarmos uns aos outros em amor (Ef.4:2) procurando guardar a unidade do Espírito (Ef.4:3). A paciência também nos outorga condições de perdoar uns aos outros (Cl 3:12-13). É necessário entender que a longanimidade nos permite agir com sabedoria divina, por isso, quando o Espírito Santo gera vida de Deus no nosso espírito humano, a nossa atitude é sempre para edificar e jamais para dividir ou destruir.           
Através da paciência, o cristão pode obter muitas vitórias: “alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração” (Rm.12:2). A melhor atitude que um servo de Deus pode ter quando está passando pela tribulação é ser paciente, pois, desta maneira, poderá continuar orando e, consequentemente receber de Deus a direção a seguir - “sede, pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor. Vede que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até receber as primeiras e as últimas chuvas” (Tg.5:7). Quando almejamos ser abençoados pelo Senhor devemos ser pacientes. Siga crescendo em Deus.

Benignidade: fruto do Espírito no espírito humano


Neste estudo veremos a palavra bondade como um atributo natural de Deus que revela o Seu caráter e o vocábulo benignidade como um substantivo que nos mostra a prática da Sua bondade.
Os homens santos que escreveram a Bíblia mostram, de maneira clara, que a bondade faz parte da natureza de Deus - “rendei graças ao Senhor, pois Ele é bom... os trombeteiros e os cantores juntaram-se em uníssono, como uma só voz, para louvar ao Senhor e render-lhe graças. Ergueram a voz em louvor ao Senhor e cantaram: Ele é bom, o Seu amor dura para sempre” (Icor.16:34; IICr.5:13). O rei Ezequias, por ter experimentado em sua própria vida a bondade do Senhor (IIRs.20:1-7) e por ter obtido vitórias sobre os inimigos, convocou todo o povo de Israel para celebrar a Páscoa (IICr.30:1). O rei orou pelo povo e Deus realizou os milagres - “Ezequias, porém, orou por eles, dizendo: o Senhor, que é bom, perdoe a todo aquele que dispõe o coração para buscar o Senhor Deus, o Deus de seus pais, ainda que não esteja purificado de acordo com a purificação do santuário. E ouviu o Senhor a Ezequias e sarou o povo” (Icr.30:18-20). Esta oração obteve resultados tão positivos porque estava alicerçada apenas na bondade de Deus e não nos méritos humanos. O Senhor demonstrou a Sua benignidade para com o povo de Israel quando o rei Ezequias orou pelo povo, estando muitos deles em pecado, mas mesmo assim o Senhor curou a todos.
É preciso entender que o Espírito Santo deseja gerar no nosso espírito humano o caráter de Deus nos tornando pessoas boas, a fim de que possamos agir benignamente para com o próximo.

a) Bondade é um atributo de Deus.
A bondade de Deus tem sido demonstrada de geração à geração. Se o Senhor nos julgasse mediante cada pecado que cometemos, não existiria mais nenhum ser humano sobre a terra, mas devido a sua bondade novas oportunidades nos são dadas - “recusaram ouvir-te, e não se lembraram das tuas maravilhas, que fizeste entre eles. Endureceram a sua cerviz, e na sua rebelião levantaram um chefe, a fim de voltarem para a sua servidão. Mas tu, ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te, e grande em bondade, não os desamparaste” (Ne 9:17). Neemias enfatiza o aspecto da bondade de Deus até mesmo para com um povo que o abandonou, no entanto, a graça do Senhor permanecia à disposição deste povo. O profeta Isaías mostra que a bondade de Deus está acima da sua própria ira e, não é porque o Senhor se irou com o ser humano que vai destruí-lo - “em grande ira escondi a minha face de ti por um momento, mas com benignidade eterna me compadecerei de ti, diz o Senhor, o teu redentor” (Is.54:8). É importante que cada cristão entenda que o nosso Deus é bom e, por isso, permanecemos vivos em sua presença.

b) A bondade nos leva à dimensão divina.
Com os olhos espirituais iluminados devemos entender que a bondade faz parte da natureza de Deus e o Espírito Santo deseja gerar no nosso espírito humano a própria natureza do Senhor, pois somente desta forma nos tornaremos bons - “andai como filhos da luz, pois o fruto da luz consiste em toda a bondade...” (Ef.5:9). É necessário compreender que, à medida em que o Espírito Santo for gerando a bondade de Deus no nosso espírito, estaremos sendo cheios da bondade divina e, como conseqüência, a nossa relação com o Senhor será dentro de um nível maior - “eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento...” (Rm.15:14). Quando a bondade é gerada no nosso espírito, naturalmente passamos a viver em uma dimensão divina, pois a vida de Deus está plena em nós.

c) A benignidade é a ação de Deus.
Pelo fato da bondade ser um atributo de Deus e revelar o seu caráter, é natural que a sua benignidade alcance o ser humano - “há muito que o Senhor nos apareceu, dizendo: com amor eterno te amei; com benignidade te atraí” (Jr.31:3). Na verdade, a benignidade é o seu amor que nos alcança em nossas debilidades e fraquezas - “as benignidades do Senhor mencionarei... consoante tudo o que o Senhor nos concedeu; a grande bondade para com a casa de Israel, bondade que ele lhes concedeu segundo as suas misericórdias, e segundo a multidão das suas benignidade” (Is.63:7). A benignidade do Senhor alcança o ser humano a cada dia, pois o ar que respiramos vem Dele, a terra que produz o fruto é a prova da sua provisão e etc. Todos nós somos alcançados diariamente pela benignidade do Senhor.

d) A benignidade é a nossa atitude de bondade.
O cristão deve refletir através da sua vida, a natureza de Deus - “sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados” (Ef.5:1). A partir do momento que a vida de Deus for gerada no nosso espírito, devemos agir com benignidade para com o próximo - “antes sede uns para os outros benignos” (Ef.4:32) e como filhos de Deus devemos nos “revestir de benignidade” (Cl 3:12), pois, somente depois que estivermos cheios de benignidade é que podemos refletir, através das nossas atitudes, a vida de Deus que foi gerada no nosso espírito humano. A benignidade revela a bondade que está gerada no nosso interior.
Devemos entender que o Espírito Santo veio para habitar conosco e  em nós a fim de gerar no nosso espírito humano o caráter de Deus, pois, assim, aquilo que é corruptível vai ser revestindo de incorruptibilidade e, gradativamente nos revestiremos da plenitude de Deus e, desta forma, nos tornaremos a luz do mundo. Siga crescendo em Deus.

Fidelidade: fruto do Espírito no espírito humano


É necessário compreender a palavra fidelidade, dentro do seu contexto, como sendo o fruto que o Espírito Santo quer gerar no nosso espírito humano. No original grego, a palavra fidelidade também significa confiança, mas é o Espírito Santo quem gera no nosso espírito esse fruto. Precisamos entender que a fé é o principal aspecto destacado aqui - “O justo vive pela fé, e de fé em fé” (Hb.10:38). A fidelidade ou a confiança é o resultado da fé que foi gerada através da palavra no nosso espírito. Ninguém pode exercer a fidelidade se no seu interior não tiver sido gerado  a fé, que é oriunda da palavra: “A fé vem pelo ouvir,  e  o ouvir pela palavra de Deus” (Rm.10:17).É necessário entender que não estamos tratando da fidelidade na dimensão do homem natural, pois o homem natural é fiel dentro da sua própria conveniência, mas o homem espiritual é fiel por causa da revelação que recebeu através da palavra de Deus no seu espírito humano e que lhe conscientizou que esta é a dimensão que deve viver.
A fidelidade é um atributo moral de Deus, por isso o Senhor sempre será fiel - “A fidelidade do Senhor dura para sempre” (Sl.117:2). No entanto, devemos entender que o Espírito Santo quer gerar no nosso espírito humano essa dimensão de vida quando seremos fiéis em todos os nossos atos, pois a fidelidade está derramada no nosso espírito, por isso todas as nossas atitudes serão justas. Na verdade, a fidelidade passará a fazer parte da nossa natureza espiritual à semelhança de Deus e, desta forma, seremos para sempre fiéis a Deus, ao próximo e a nós mesmos. Há muitos cristãos passando por profundas dificuldades porque esqueceram do princípio de fidelidade. “Disse Jesus: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do teu Senhor” (Mt.25:23). A fidelidade no pouco é um pré-requisito para  ser  colocado sobre o muito e ser fiel no muito é condição para entrar no descanso de Deus, por isso devemos entender que a fidelidade é fundamental. O cristão precisa entender que a fidelidade é o fruto que o Espírito Santo quer gerar no seu espírito humano a fim de levá-lo  a andar num nível espiritual conforme o plano de Deus para cada um de seus filhos.

a) A fidelidade tem por base a fé.
Quando o apóstolo Paulo fala: “Mas o fruto do Espírito é... fidelidade” (Gl.5:22), não está se referindo àquilo que o homem natural entende por  fidelidade, mas o fruto que o Espírito Santo deseja gerar na vida do homem espiritual. Quando ouvimos os ensinos da palavra de Deus, os seus valores nos atingem de tal maneira que geram vida no nosso espírito - “As palavras que eu vos disse são espírito e vida” (Jo.6:63). Somente após o nosso espírito humano receber vida é que estamos ávidos para andar pela fé - “Pois lhes dei as palavras que tu me destes, e eles as receberam... e creram que me enviastes” (Jo.17:8). Na verdade, só podemos crer depois que ouvimos a palavra “A fé vem pelo ouvir, e ouvir a palavra de Deus” (Rm.1:10-17). Depois que a fé é gerada no nosso espírito - através das palavras nos tornamos sensíveis para o Espírito Santo produzir a fidelidade em nós, pois passamos a entender que devemos ser fiéis em tudo.

b) A fidelidade é o resultado de uma fé sólida.
A fidelidade é a demonstração de uma fé sólida, alicerçada na palavra. No entanto, a infidelidade é a prova de uma fé instável. Os filhos de Efraim (Sl.78:9) são exemplos de pessoas que não se mantêm firmes na fé, por isso não conseguem ser fiéis - “Não seriam como os seus pais, geração contumaz e rebelde, geração de coração instável, e cujo espírito não foi fiel para com Deus. Não guardam a aliança de Deus, e recusaram-se a andar na sua lei” (Sl.78:8-10). Os filhos de Efraim receberam uma herança de infidelidade a Deus dos seus pais (líderes) que foram infiéis. Na verdade, aquela geração não teve um referencial de fidelidade e, ainda hoje, estamos tão acostumados com a infidelidade que há muitos que acham impossível alcançar a fidelidade. Por isso, o Espírito Santo veio habitar conosco, a fim de nos capacitar a sermos plenamente fiéis e nos levar a recusar  toda a infidelidade. Devemos crer que o Espírito Santo está gerando a fidelidade no nosso espírito e, portanto, precisamos deixar  toda a infidelidade, pois somente através da fidelidade receberemos a coroa da vida (Ap.2:10), que é o privilégio de reinar com o Senhor para sempre.

c) A fidelidade manifesta um caráter maduro.
O rei Davi fez uma declaração que poucos homens na terra têm maturidade em Deus para fazer - “Escolhi o caminho da fidelidade; propus-me seguir as tuas leis” (Sl.119:30). Na verdade, desde o momento que a verdade revelada, a palavra de Deus, nos alcança, decidimos ser fiéis ou não. Quando optamos pela fidelidade, o Espírito Santo nos ajuda a andar nesta dimensão. O apóstolo Paulo disse a Tito: “Exorta os servos a que sejam obedientes a seus senhores, sendo-lhes agradáveis em tudo, não os contradizendo, não defraudando, antes mostrando perfeita fidelidade, para que em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus nosso Salvador” (Tt.2:9-10). Devemos entender que a maior razão de muitas pessoas não quererem nem saber do Evangelho, dos ensinos de Jesus, é porque os cristãos são infiéis a Deus. Paulo disse que “A perfeita fidelidade é o ornamento dos ensinos de Deus” (Tt.2:10). Todos nós devemos fazer como Davi: escolher a fidelidade como um modo de vida onde Deus seja glorificado e, sobretudo, o pecador será salvo, pois somente assim estaremos sendo cristãos de caráter maduro.
Precisamos entender que a perfeita fidelidade só será gerada no nosso espírito humano quando nos rendermos diante do Espírito Santo e o convidarmos para vir ser Senhor da nossa vida. Pois, desta forma, seremos achados por Deus - “Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que estejam comigo; o que anda em caminho reto, esse me seguirá” (Sl.101:6). Siga crescendo com Deus.




Domínio próprio: Fruto do Espírito no espírito humano


O Apóstolo Paulo escreveu a Tito, seu filho na fé (Tt.1:4), aconselhando sobre o ministério que deveria realizar em Creta (Tt.1:5) - “Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina” (Tt.2:1). Paulo desejava que Tito ensinasse todos os fundamentos que os apóstolos haviam recebido do Senhor Jesus e a temperança era um destes fundamentos que deveria ser ensinado a todos os que faziam a igreja em Creta.
Todas as pessoas de idade deveriam aprender que a temperança é o fruto que o Espírito Santo gera no nosso espírito humano quando damos lugar para ele operar na nossa vida - “Exorta os velhos a que sejam temperantes” (Tt.2:2). Ser temperante é o mesmo que ter sido temperado com sal e agora está no ponto ideal. Na verdade, é nesta dimensão que o Espírito Santo quer nos colocar, pois, quando alcançarmos este nível de vida em Deus, as pessoas nos respeitarão como servos de Deus porque verão o Senhor em nós.
Todos os jovens também devem aprender que o Espírito Santo quer gerar em suas vidas o domínio próprio - “Exorta semelhantemente os moços a que sejam moderados” (Tt.2:6) e ser moderado é o mesmo que ser modelado. Quando o Espírito Santo encontra lugar em nossas vidas, o seu poder começa a nos moldar, retirando os desejos naturais da carne e colocando os desejos espirituais no nosso interior. Desta forma, nos tornamos moderados, ou seja, controlados não agimos mais pelo impulso da carne, mas pela direção do Espírito Santo.
Através do domínio próprio, o cristão pode alcançar um nível de vida em Deus que o possibilitará ser totalmente usado pelo Senhor, por isso, devemos desenvolver comunhão com o Espírito Santo a fim de que Ele possa gerar no nosso espírito humano esse fruto e, desta forma, possamos realizar a vontade de Deus.

a)    Através do domínio próprio, crescemos na comunhão
com Deus.
O cristão quando está cheio do Espírito Santo sabe perfeitamente que deve a cada dia crescer na dimensão da comunhão pessoal com o Senhor - “E a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo” (1Jo 1:38). No entanto, a comunhão ocorre através da leitura da Palavra - “Bem-aventurado aquele que crê, e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas, porque o tempo está próximo” (Ap.1:3). À medida em que estudamos a Palavra, podemos ouvir a voz de Deus falando conosco e nos conduzindo de maneira segura - “Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra, e luz para o meu caminho” (Sm 119:105). Também desenvolvemos comunhão com Deus através da oração - “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento... e teu Pai, que vê secretamente, te recompensará” (Mt.6:6). A sós no quarto com Deus é a melhor maneira de crescer em comunhão, pois somente uma pessoa que tem domínio próprio separa-se diariamente para ouvir o Senhor lhe falar através da Palavra e falar com o Senhor através da oração.

b) Através do domínio próprio, obtemos vitória contra Satanás.
Através da nossa comunhão com o Espírito Santo, o domínio próprio é gerado no nosso espírito humano e, assim, naturalmente nos tornamos sujeitos a Deus, resistimos ao diabo e ele fugirá de nós (Tg.4:7). Quando o domínio próprio é uma realidade nas nossas vidas, passamos a ter forças para dizer não a todas as investidas das trevas, pois o diabo já não exerce mais domínio sobre nós (Ef.4:27). Não estamos mais debaixo do domínio das forças malignas, mas da força ou poder do Espírito Santo que opera no nosso espírito humano e, desta forma, prevalecemos sobre ele, pois temos domínio próprio para dizer não a todas as suas investidas contra a nossa vida.

c) Através do domínio próprio, vencemos a carne.
O Apóstolo Paulo é contundente quando afirma: “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscência” (Gl.5:24). A carne só é crucificada quando o Espírito Santo gera o domínio próprio no nosso espírito humano, pois o domínio próprio nos outorga poder para dominar os desejos da carne que luta contra o Espírito (Gl.5:17), desta forma, podemos “viver no Espírito e andar também no Espírito” (Gl.5,25). Quando o domínio próprio está gerado no nosso espírito então podemos afligir a carne através da prática do jejum, pois Paulo nos diz que o Deus de muitos é o estômago (Fl.3:19) porque a pessoa alimenta muito mais o estômago do que o seu espírito humano. O domínio próprio nos levará à dimensão da oração com jejum.

d) Através do domínio próprio, damos testemunho.
Quando o cristão dá lugar para o Espírito Santo operar na sua vida, a sua natureza carnal vai ser extirpada a fim de que a natureza espiritual seja criada - “Pois  se viverdes segundo a carne, morrereis, mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis” (Rm.8:13). Na verdade o que impede do crente que anda no natural, ou seja, na carne, dar um bom testemunho é que na carne opera a lei do pecado (Rm.7:25). No entanto, se o cristão vive no espírito, em sua vida opera o Espírito de vida (Rm.8:2) e, por isso, o seu testemunho será relevante (Rm.8:14). Pois, quando vivemos como filhos somos guiados pelo Espírito e manifestamos o seu fruto através da nossa vida.
O domínio próprio lhe permitirá exercer domínio em todas as áreas de sua vida e, assim, a sua vitória certamente será alcançada. Siga crescendo em Deus.

Dom: operação do Espírito no espírito humano


O dom é uma dádiva ou presente que o Senhor Jesus deu à Sua Igreja a fim de equipar o Seu Corpo para andar no sobrenatural - “Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens” (Ef.4:8). Os dons não são dados à uma instituição ou denominação religiosa, mas aos homens que formam a Igreja de Jesus.
O Apóstolo Paulo reconhece que no Corpo de Cristo nem todos são habilitados para andar na mesma dimensão porque o Senhor concedeu uma diversidade de dons para os homens  - “Contudo, gostaria que todos os homens fossem como eu mesmo. Mas cada um tem de Deus o seu próprio dom; um de uma maneira, e outro de outra  (ICo.7:7). O Apóstolo, neste contexto, está tratando do casamento e, no seu parecer, seria bom que as pessoas não se casassem, contudo, como são poucos os que receberam o dom do celibato, as demais, para não se abrasarem, devem casar-se.
Há uma série de dons espirituais que são dados à Igreja a fim de equipá-la para o desempenho do seu ministério. É de fundamental importância que cada um de nós saiba que os dons nos são dados para que melhor possamos servir a Deus e, por isso, não devemos ser ignorantes sobre este assunto. “Ora, a respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (ICo.12:1). A Igreja se torna impotente quando perde a visão com relação aos dons, por isso Paulo nos exorta para que não sejamos alheios com relação a esse assunto que é tão importante para o corpo de Cristo. Todos nós devemos nos interessar pelos dons espirituais pois, desta forma, o Espírito Santo agirá de maneira sobrenatural na Terra através das nossas vidas.

a) Os dons são dados segundo a graça.
Graça é favor dispensado imerecidamente. Partindo deste pressuposto ninguém merece ou reúne qualidades a fim de que Deus possa lhe dar um dom. No entanto, o Senhor por graça distribui para os seus servos os dons espirituais “Temos diferentes dons, segundo a graça que nos é dada” (Rm.12:6). O critério de Deus para doar os dons para o seu povo é exclusivamente a graça. Não merecemos mas mesmo assim o Senhor nos dá os dons. Com isso não podemos banalizar achando que os dons são para quem está vivendo de qualquer maneira na presença do Senhor. De modo algum - “O Senhor dá graça e glória; não nega bem algum aos que andam na retidão” (Sl.84:11), pois os dons são qualificações espirituais que Deus dá para que o seu povo possa melhor servir.
                    
b) Os dons são manifestações do Espírito.
É importante saber que, quando o cristão recebe um dom, o mesmo só entrará em operação em sua vida através da atuação do Espírito Santo - “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo” (ICo.12:4). Os dons não são usados quando queremos, mas quando o Espírito Santo manifesta,  porque os dons, quando entram em operação, têm propósito - “A manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (ICo.12:7). O cristão que recebeu um dom e o Espírito Santo já manifestou em sua vida através da operação deste dom, certamente alguém foi tocado por Deus. No entanto, se ele desejar operar no dom sem que o Espírito Santo se manifeste, o dom será ativado na operação da carne. Por isso, devemos manter comunhão diária com o Espírito Santo a fim de que o dom seja ativado através da sua operação e, deste modo, vidas sejam edificadas e outros venham conhecer o Senhor.
                    
c) Os dons são dados a quem deseja.
Os dons espirituais estão à disposição da Igreja por graça, no entanto, cada cristão precisa desejar os dons e depois procurá-los - “Procurai com zelo os dons espirituais” (ICo.14:1). O verbo procurar é um verbo de ação e isso deve nos motivar a não ficarmos esperando que venha a nós, mas devemos sair ao encontro dos dons através do estudo da Palavra de Deus, da comunhão com o Espírito Santo e, da santidade pessoal - “Assim também vós, como desejais dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da Igreja” (ICo.14:12). Os dons espirituais são necessários para a edificação do Corpo de Cristo, por isso todos nós devemos buscar os dons - “Portanto, procurai com zelo os melhores dons” (ICo.12:30). Paulo nos desafia não somente a desejarmos os dons, mas a procurarmos os melhores. No entanto, é necessário buscarmos com zelo, pois os dons são manifestações do Espírito Santo e, se nós não estivermos vivendo na dimensão dele, os dons não entrarão em operação em nossas vidas. Por isso, é preciso estar vivendo em santidade na presença do Senhor.                      
Cada membro do corpo de Cristo precisa entender que os dons não são para nos servirmos deles, mas para que possamos servir - “Servi uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons dispenseiros da multiforme graça de Deus” (IPe.4:10). Através da operação dos dons espirituais as pessoas serão alcançadas pela graça de Deus, por isso, é importante que cada cristão saiba usar o dom que recebeu a fim de promover a edificação. “Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tg.1:17). Siga crescendo em Deus.

Sabedoria: dom do Espírito no espírito humano


O cristão precisa saber a diferença entre sabedoria e palavra de sabedoria. A sabedoria se adquire através do estudo da Palavra de Deus e o seu modo de viver refletirá o nível deste conhecimento, mas a palavra de sabedoria é uma manifestação do Espírito Santo no espírito humano, a fim de solucionar uma situação de maneira sobrenatural, quando Deus orienta diretamente através da operação do dom da palavra de sabedoria. Este dom é dado pelo Espírito Santo ao corpo de Cristo para a edificação da Igreja, por isso, é importante buscar os dons “portanto, procurai com zelo os melhores dons  (ICo.12:31a.).
O cristão que de fato deseja os dons espirituais deve primeiro buscar ser uma pessoa cheia da sabedoria de Deus - “E o menino crescia, e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria, e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc.2:40). Jesus é o nosso exemplo em tudo, antes de iniciar o seu ministério público, estava crescendo em sabedoria, isto é, conhecimento da Palavra de Deus - “E que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus “ (IITm.3:15). A Palavra de Deus, além de ensinar o caminho da salvação, também mostrará todas as demais coisas e nos tornará sábios para viver a vida cristã.
O modo vivente do cristão deve expressar a sua sabedoria - “Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia” (Te 3:17). Essas qualidades devem fazer parte do caráter daquele que deseja andar na operação dos dons espirituais a fim de que ninguém ponha em dúvida a vida do vaso que Deus esteja usando na operação dos dons.
a) Através da palavra de sabedoria, ouvimos a voz de Deus.
A palavra de sabedoria nos é dada a fim de que possamos conhecer melhor a Deus, pois quando recebemos esse dom crescemos no nível de revelação de Deus - “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem,  são as que Deus preparou para os que o amam” (ICo.2:9). O propósito de Deus é que vivamos na dimensão do sobrenatural, por isso precisamos conhecê-lo e só o conhecemos através do Espírito Santo - “Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito. O Espírito penetra todas as coisas, até mesmo as profundezas de Deus”(ICo.2:10). Por isso o Espírito Santo nos dá a palavra de sabedoria a fim de que possamos ouvir a sua voz, que é o mesmo que ouvir a voz de Deus - “Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado  gratuitamente por Deus”(ICo.2:12). No momento em que os olhos e os ouvidos espirituais são abertos, passamos a ouvir a voz de Deus através do Espírito Santo e começamos a falar sabedoria (revelação) - “Todavia, falamos sabedoria entre os perfeitos (experimentados ou maduros), mas não a sabedoria deste mundo... falamos a sabedoria de Deus oculta em mistério” (ICo.2:6-7). Na verdade, só entendemos as revelações de Deus quando recebemos o dom da palavra de sabedoria, pois o nosso entendimento é iluminado, por isso, todos nós devemos buscar esse dom.

b) Através da palavra de sabedoria, a Igreja é edificada.
O cristão cheio da sabedoria de Deus que vem através da sua Palavra - “Quanto amo a tua Palavra! Nela medito o dia todo. Os teus mandamentos (palavra) me fazem mais sábio do que os meus inimigos... tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, pois medito nos teus preceitos (palavra). Desviei os meus pés de todo o caminho mau, para observar a tua Palavra. Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar, mais doces do que o mel à minha boca! Lâmpada para meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho” (Sl.119:97-99, 101, 103, 105), certamente o um cristão que está andando neste nível em Deus,  será um instrumento usado na edificação do Corpo de Cristo. Pois, quando o vaso está vivendo a vida de Deus, o Espírito Santo move-se com mais facilidade através da palavra de sabedoria para tocar tanto a Igreja quanto o ímpio e todos saberão que esta vida está sendo usada com poder e graça pelo Espírito Santo. É mister que cada cristão que faz a Igreja de Jesus, hoje, procure andar em Deus a fim de que o Espírito Santo venha usá-lo através do dom da palavra de sabedoria e, desta forma, a Igreja seja edificada.

c) Através da palavra de sabedoria, os problemas são resolvidos.
O Senhor apareceu a Salomão e lhe autorizou a pedir o que desejasse (IRs.3:5), no entanto, o rei pediu apenas sabedoria para governar o seu povo e Deus lhe deu (IRs.3:9-19). Um dia duas mulheres que moravam juntas tiveram dois filhos e elas dormiam no mesmo quarto, mas uma delas se deitou sobre o seu filho e o matou. Quando esta mulher percebeu que a criança estava morta, trocou a criança enquanto a outra mulher dormia. No outro dia a outra mulher percebeu que a criança que estava morta não era a sua, no entanto, aquela mulher não quis devolver o filho porque o seu estava morto. Levaram o caso para o rei Salomão, elas contaram a história e o rei mandou que trouxesse uma espada e dividisse ao meio a criança e desse a metade para cada uma, no entanto, uma delas pediu ao rei que a outra ficasse com a criança, mas a outra insistia que a criança fosse dividida. O rei mandou que o soldado desse a criança para a mulher que havia aberto mão da criança, pois ela era a verdadeira mãe (IRs.3:16-28). Na verdade, a palavra de sabedoria traz a solução para todos os problemas sobre a terra.
Todos nós devemos desejar andar na operação desse dom pois, através dele, muitas vidas serão tocadas por Deus. Siga crescendo com Deus.


Ciência: dom do Espírito no espírito humano


É muito importante que o cristão saiba a diferença entre as palavras conhecimento  e palavra de ciência. O conhecimento é algo que pode ser obtido através da leitura e o conhecimento de Deus se obtém por meio da leitura da Bíblia, mas a palavra de ciência não se consegue estudando a Palavra, mas através da comunhão com o Espírito Santo, pois é um dom que o Espírito nos concede e se manifesta quando recebemos uma revelação e ficamos sabendo, de maneira sobrenatural, algo que está acontecendo ou vai acontecer, tanto no âmbito pessoal, como no social ou político.
Balaque, o rei de Moabe (Nm.22:4) em guerra contra o povo de Israel, desejava saber qual era a direção de Deus para o seu povo, se o Senhor lhe entregaria os israelitas em suas mãos, ou não, por isso, mandou chamar o sacerdote Balaão para amaldiçoar o povo de Israel. No entanto, a Palavra do Senhor veio a Balaão: “Então o Senhor pôs a palavra na boca de Balaão, e disse: Volta para junto de Balaque, e assim lhe falarás - Como amaldiçoarei o que Deus não amaldiçoou? E como denunciarei a quem o Senhor não denunciou?” (Nm.23:8,8). A palavra de ciência ou de conhecimento se manifesta quando não sabemos o que devemos fazer nem o que vai acontecer, mas, por inspiração divina, a revelação vem para nortear o caminho a seguir. Foi exatamente o que aconteceu, Balaque desejava saber a direção, no entanto, o dom da palavra do conhecimento entrou em operação na vida de Balaão, trazendo a direção de Deus para Balaque, mas ao rei coube seguir a direção ou não.
A palavra de conhecimento, além de revelar a situação, também mostra a vontade de Deus.
                    
a) A palavra de conhecimento revela a presença do Espírito.
Devemos compreender, de maneira muito clara, que todas as vezes que a Igreja estiver reunida em adoração ao Senhor e alguém no corpo for usado com o dom da palavra de conhecimento, isto significa que o Espírito Santo está visivelmente presente no lugar de reunião. Quando o dom entra em operação, é sinal que o Espírito Santo está se manifestando no meio do seu povo - “A manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (ICo.12:7). O dom só entra em operação quando o Espírito Santo se manifesta. Quando Paulo chegou em Pafos (At 13:6) encontrou o procônsul Sérgio Paulo, que desejava ouvir a Palavra de Deus. Contudo, Elimas procurava impedir. Paulo foi usado com a palavra de conhecimento para trazer o juízo de Deus sobre Elimas (At 8:12) e, desta forma, o procônsul verdadeiramente percebeu que o Senhor estava sobre a vida de Paulo e passou a crer em Deus (At 13:12). É muito importante que todos nós procuremos com zelo os dons espirituais, e quando os dons estiverem em operação na Igreja, saibamos que o Senhor está presente no meio do seu povo, devemos estar ali com temor e tremor, pois o Espírito está se movendo para abençoar o povo.
                    
b) A palavra de conhecimento revela a situação.
Há muitas coisas que estão em oculto, mas quando o Espírito Santo começar a se mover através do dom da palavra de conhecimento todas as coisas serão reveladas porque esse dom em operação faz com que o oculto seja manifesto. Ananias e Safira combinaram enganar os apóstolos, somente eles dois sabiam o que haviam combinado; mas, quando Ananias chegou na presença de Pedro, o dom da palavra de conhecimento entrou em operação e o apóstolo ficou sabendo do segredo do coração dele e de sua esposa, porque o Espírito Santo revelou a situação real e por isso Ananias morreu (At 5,1-5). Depois de quase três horas, Safira chega e Pedro lhe pergunta se ela havia vendido a propriedade por tanto e ela disse: sim. Pelo fato de ter confirmado uma mentira, ela caiu morta (At 5:7-10). O apóstolo sabia a verdade porque o Espírito Santo entrou em operação em sua vida através do dom da palavra de conhecimento. A palavra do conhecimento desarma qualquer investida de Satanás contra o corpo de Cristo, por isso, devemos andar na presença de Deus.                    
c) A palavra de conhecimento manifesta o poder de Deus.
O apóstolo Paulo e Barnabé estavam em Listra e em uma reunião Paulo estava pregando, quando viu um homem aleijado dos pés, que nunca tinha andado (At 14:8) - “Paulo, olhando para o homem vendo que tinha fé para ser curado, disse em alta voz: Levanta-te direito sobre os teus pés. E ele saltou e andava” (At 14:9-10). Como foi que Paulo soube que aquele homem tinha fé para ser curado? Porque o dom da palavra de conhecimento entrou em operação em sua vida. Através da palavra de conhecimento, o poder de Deus entra em operação e realiza milagres, prodígios e maravilhas, por esta razão a Igreja deve desejar andar na operação deste dom.             
Precisamos crer que os dons não foram somente para a época dos apóstolos, pois o Espírito Santo não foi dado somente para os apóstolos, mas para todo o corpo de Cristo e os dons são uma manifestação do Espírito e não dos apóstolos. Por isso, devemos buscar os dons e viver no mesmo nível que eles viveram. Siga crescendo em Deus.

Fé: dom do Espírito no espírito humano


O Apóstolo Paulo disse: “De sorte que a fé vem pelo ouvir, e ouvir pela Palavra de Deus” (Rm.10:17). Quando ouvimos a Palavra de Deus e a recebemos, a fé é gerada no nosso espírito humano. É por meio da fé que cremos em Jesus “pois lhes dei as palavras que tu me deste e eles as receberam. Verdadeiramente conheceram que saí de ti e creram que me enviastes” (Jo.17:8). Como cristãos, precisamos crescer nesta dimensão de fé porque esse é o primeiro passo para quem deseja andar na operação dos dons espirituais.
O dom da fé só pode ser ministrado sobre aquele que já tem a fé que vem pela Palavra de Deus porque é um dom dado para a edificação do Corpo de Cristo. Por isso, é necessário que haja uma base, pois aquele que receber este dom deve ser um instrumento de edificação. Por essa razão é importante que esta pessoa conheça a Palavra, a fim de que possa agir com maturidade e sabedoria no corpo.
O dom da fé é uma qualificação espiritual que o Espírito Santo ministra sobre o Corpo de Cristo, a fim de que a Igreja não fique limitada ao natural e comece a andar no sobrenatural. Por isso é necessário que no Corpo de Cristo haja pessoas que creiam que o Senhor realizará grandes coisas em nós e através de nós no mundo. Na verdade essas pessoas  estarão sempre estimulando os demais a confiarem no Senhor.
O dom da fé não é dado para ninguém sair por aí fazendo loucuras em nome da fé e prejudicando o Reino de Deus com o seu mau testemunho, mas para que o Nome de Jesus seja glorificado através dos nossos atos de fé.
        
a) O dom da fé é uma medida a mais da fé.
O cristão quando passa a estudar a Palavra de Deus, a fé vai sendo gerada no seu espírito humano. No entanto, o dom da fé é uma medida a mais que é acrescentada pelo Espírito Santo no nosso espírito a fim de que possamos crer no propósito que o Senhor está colocando no nosso interior “pois pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém fazer, mas que saiba com moderação  conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Rm12:3). Paulo não está dizendo que o nosso conhecimento seja limitado ao que já recebemos, de modo algum, mas que o nosso conhecimento seja conforme o grau que estamos crescendo na fé - “a fé vem pelo ouvir, e ouvir a Palavra de Deus” (Rm.10:17). Contudo, há uma medida de fé que é repartida com cada um, isso é o dom da fé. “Temos diferentes dons, segundo a graça que nos é dada. Se é profecia, seja segundo a medida da fé” (Rm.12:6). Na verdade, nenhum cristão pode exercer o dom que recebeu além da fé que está gerada no seu espírito porque a fé determina a dimensão em que os dons entram em operação. Há muitos que ensinam que todos têm o dom da fé simplesmente porque crêem em Deus, todavia, eu acredito que todos têm acesso à fé por meio da Palavra, mas não ao dom da fé. O dom é uma medida a mais que é ministrada no nosso espírito pelo Espírito Santo.

b) O dom da fé nos faz crer no impossível.
Todo cristão crê piamente que Deus pode todas as coisas “mas para Deus tudo é possível” (Mt.19:26). Quando ouvimos a Palavra de Deus, a fé é gerada no nosso espírito humano e passamos a crer que Deus pode tudo. No entanto, o dom da fé nos levará a crer que nós podemos todas as coisas em Deus e é essa dimensão que vai nos fazer ser homem de fé: “Tudo é possível ao que crê” (Mc 9:23). O dom da fé só está em nós quando cremos que podemos fazer o que o Senhor nos manda fazer “e Ele disse: Vem! E Pedro descendo do barco, andou por sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, observando o vento forte, teve medo e, começando a afundar, clamou: Senhor, salva-me” (Mt.14:29-30). Jesus mandou que Pedro andasse sobre as águas, mas a sua fé não era suficiente para crer que isso era possível. Pedro, mesmo tentando, não conseguiu vitória porque a sua fé era pequena - “Homem de pequena fé, por que duvidaste?” (Mt14:31). Enquanto não formos capazes de realizar com sucesso o que o Senhor nos ordena fazer, é sinal que o Espírito Santo ainda não ministrou sobre a nossa vida o dom da fé.
                    
c) O dom da fé nos faz realizar o propósito de Deus.
A Bíblia nos revela vários homens de Deus que andaram na dimensão do dom da fé. Abraão é o principal deles, pois tornou-se o pai da fé “mas também a que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós” (Rm4:16). Quando Deus pediu que Abraão lhe oferecesse o seu único filho “pela fé Abraão, ao ser provado ofereceu a Isaque... Abraão julgou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar” (Hb.11:17,19). Abraão estava tão convicto de que Deus cumpre as suas promessas que não se recusou a sacrificar o seu filho. Ele estava certo de que o Senhor cumpriria todas as promessas que lhe tinha feito, isso é o dom da fé. O Apóstolo Paulo foi outro que andou na dimensão do dom da fé, a sua vida comprova essa verdade - “Os sinais do meu apostolado foram manifestos entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e milagres” (IICo.12:12). A sua preocupação no final do ministério era permanecer na fé (ITm.4:7).                    
Homens como Abraão, Moisés, Gideão, Elias, Eliseu, Pedro, Estevão, Filipe e Paulo já passaram, no entanto, a obra do Senhor continua. Será que do nosso meio pode sair alguém para andar nessa dimensão de fé?  Creio que o Senhor está aguardando que isso aconteça. Siga crescendo em Deus.

Cura: dom do Espírito no espírito humano


A história da Igreja evidencia de maneira clara que Deus sempre se manifestou no meio do seu povo com curas. Quando Moisés estava saindo com o povo de Israel do Egito, sua irmã, por causa do pecado, ficou leprosa e Moisés orou por ela e o Senhor a curou (Nm.12:13). Eliseu foi procurado por um homem leproso, chamado Naamã. Eliseu apenas o mandou tomar sete mergulhos no Jordão e a lepra desapareceu completamente do seu corpo, isto é, a manifestação do Deus que cura (IIRs.5:14). No Velho Testamento encontramos muitas outras manifestações do Deus que cura.
O ministério de Jesus foi acompanhado pelas manifestações de curas. Num sábado, Jesus ensinava na sinagoga, e estava na reunião um homem que tinha a mão atrofiada e o Senhor o curou (Mt.12:13). Quando Jesus chegou à Genesaré, trouxeram todos os enfermos daquela região e todos que tocavam nele eram curados (Mt.14:34-36). Jesus outorgou autoridade para os seus discípulos realizarem curas (Mt.10:1), eles saíram para pregar as boas novas e curaram muitos enfermos (Lc.9:6). Os setenta, também receberam autoridade do Senhor para curarem (Lc.10,9) e saíram pregando o Evangelho do Reino curando os enfermos e expulsando os demônios (Lc.10,17). No ministério de Jesus as curas eram normais.
A história da Igreja nos mostra que, de Moisés até Jesus, o poder para realizar curas só era dado para quem estava estabelecido no ministério (Ef.4:11), no entanto, o Pentecostes trouxe um novo tempo para a Igreja. Os dons espirituais deixaram de ser exclusividade dos sacerdotes para ser ministrados pelo Espírito Santo ao Corpo de Cristo. Isso desencadeou quando os apóstolos chamaram os discípulos e mandaram que escolhessem pessoas comuns (At 6:2-3) para servirem o Corpo. Estevão e Filipe foram escolhidos (At 6:5), mas esses receberam dons espirituais e começaram a ser grandemente usados pelo Espírito Santo. A partir deste dia até hoje, pessoas comuns no Corpo recebem dons e são grandemente usadas pelo Espírito Santo na edificação da Igreja de Jesus.
                    
a) O dom de cura manifesta o poder de Deus.
O Espírito Santo ministra o dom de cura porque é um dom que revela o poder de Deus em operação e o mundo precisa ser impactado por esta manifestação. Por  isso, é necessário que este dom seja manifesto hoje, como foi na época de Jesus “Mas a sua fama se espalhava ainda mais, e ajuntava-se muita gente para ouvi-lo e para ser por ele curada de suas enfermidades. Ele, porém, se retirava para lugares desertos, e orava” (Lc.5:15-16). É através da Igreja que o mundo físico e espiritual vai conhecer o poder de Deus - “E foi assim para que agora, pela Igreja, a multiforme sabedoria (manifestação) de Deus seja conhecida dos principados e potestades nas regiões celestiais, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor” (Ef.3:10-11). O propósito eterno de Deus é manifestar a plenitude do seu poder através da sua Igreja, por isso, o Espírito Santo tem ministrado os dons espirituais. Por esta razão é necessário que nós, que somos a Igreja do Senhor, nos preparemos para demonstrar para o reino das trevas o poder de Deus, pois, este poder destruirá o inimigo e salvará os que estão aprisionados nos seus engodos. A Igreja precisa crer que este é o tempo de Deus para andarmos na operação dos dons espirituais.

b) O dom de cura é dado para o ministério.
Lamentavelmente os ministros que estão à frente das igrejas , na sua grande maioria são pessoas mortas fazendo na força do braço a obra do Senhor e que se enquadram perfeitamente no parecer do apóstolo Judas - “Estes são manchas em vossas festas de amor... são nuvens sem água... árvores sem frutos... são estrelas errantes” (Jd.12:13). A maioria dos ministros não crê que o Senhor deseja usá-los na mesma dimensão dos apóstolos e quando alguém começa a ser usado por Deus de maneira grande, logo atribuem que o poder que está se manifestando não é de Deus. O nível da vida espiritual da maior parte dos líderes das igrejas é muito baixo, por isso, precisamos crer que o Senhor Jesus equipou seus discípulos com autoridade a fim de que o poder de Deus fosse manifesto ao mundo através deles (Mt.10:1). Não foi diferente quando o Espírito Santo veio no Pentecostes, os apóstolos passaram a andar numa dimensão de poder tremendo - “Em cada alma havia temor e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos Apóstolos” (At 2:43). Os ministros que estão  à frente do Corpo de Cristo devem procurar viver mais em Deus, a fim de que através do seu ministério seja evidenciado o poder de Deus.
c) O dom de cura é dado para o corpo.
Todos os que fazem a Igreja de Jesus devem crer nesta verdade profética “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças” (Mt.8:17). Todo cristão deve orar pelos enfermos crendo que Jesus já levou consigo toda a enfermidade e, neste sentido, todos podem operar curas em nome de Jesus. No entanto, aquele irmão no Corpo que tiver recebido o dom de cura se destacará dos demais, pois um maior número de pessoas  será curado através das suas ministrações. Por isso, é importante que se você crê que recebeu este dom, comece a orar por um maior número possível de pessoas enfermas e veja quantas são curadas pois, desta forma, o dom se confirmará em sua vida e todos reconhecerão que o Espírito Santo está lhe usando nesta dimensão.                  
A orientação do Espírito Santo para nós é essa: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons. E agora eu vos mostrarei o caminho mais excelente” (ICo.12:31). Todos nós devemos desejar andar na operação dos dons espirituais, por isso é importante buscar.



Milagres: Dom do Espírito no espírito humano


A Igreja não pode desassociar Deus dos milagres “quanto a mim eu buscaria a Deus, e a ele entregaria a minha causa. Ele faz coisas grandiosas, que não se podem esquadrinhar: milagres que não se podem contar” (Jo.5:9-10). O Deus que Jó falava não é outro, mas o mesmo que você e eu cremos, por isso, não devemos achar que os grandes milagres foram só para os servos de Deus no passado, de modo algum, ainda são para hoje, pois Deus não deixou de ser Deus. Devemos nos preparar diante do Senhor através de uma vida reta e santa, porque o dom de milagres é para nós como Igreja de Jesus vivendo neste tempo.
As nações da terra deixaram de dar crédito à Igreja porque os milagres não acontecem mais como no passado. Os milagres não ocorrem porque Deus mudou, mas devido o baixo nível da vida espiritual do povo de Deus. A credencial de Moisés para os egípcios eram os milagres “Quando Faraó vos disser: apresentai da vossa parte algum milagre, dirás a Arão: toma a tua vara, e lança-a diante de Faraó, e ela se tornará em serpente... e os magos fizeram o mesmo... mas a vara de Arão tragou as varas deles” (Ex.7:9-12). Muito embora o coração de Faraó estivesse endurecido teve que admitir que Deus era com Moisés, pois o povo de Israel só foi liberto porque Deus intensificou os milagres e não houve como Faraó continuar resistindo a Deus.
Não devemos pensar que Deus não quer realizar milagres, o problema é achar alguém que esteja na dimensão que o Senhor deseja. Deus precisou de um tempo para colocar Moisés na dimensão e quando conseguiu, encheu a terra com os milagres “para que as minhas maravilhas se multipliquem na terra do Egito” (Ex.11:9b). Acredito que, no momento em que nós como Igreja começarmos a entrar mais em Deus e a sua vida for gerada em nós, o Senhor se utilizará das nossas vidas para encher o Brasil com os seus milagres.

a) Jesus andou no dom de milagres.
A credencial para quem anda no sobrenatural é o dom de milagres e Jesus viveu nesta dimensão. O seu ministério foi acompanhado por muitos milagres os quais atraíam grandes multidões. Muitas vezes Jesus apresentava os milagres como prova de que ele era o Cristo enviado de Deus “Rodearam-no os judeus, e disseram: até quando nos manterás em suspenso? Se tu és o Cristo, dize-o abertamente... Eu já vos disse e não credes. Os milagres que eu faço em nome de meu Pai falam por mim!” (Jo.10:25). Na verdade, os milagres eram os sinais que Jesus realizava a fim de que o seu ministério fosse reconhecido por todos, pois a sua afirmação de que “Ele e o Pai eram um” (Jo.10:30), requeria que os milagres acontecessem “tenho-vos mostrado muitos grandes milagres procedentes de meu Pai” (Jo.10:32). Muitas vezes Jesus dizia aos que não criam em suas palavras: “Creiam então nas minhas obras, mas se as faço, e não credes em mim, crede nas obras, para que possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu nele” (Jo.10:38). De fato, os milagres eram as provas vivas que Jesus estava em Deus e que a sua Palavra era verdadeira. Se o próprio Senhor Jesus precisou andar na operação do dom de milagres para alcançar o seu propósito de estabelecer o Reino de Deus, quanto mais nós, por isso devemos buscar o dom de milagres para andarmos nele.

b) Os apóstolos andaram no dom de milagres.
Os milagres são operações de maravilhas, coisas espantosas aos olhos, é uma cura que era impossível aos recursos naturais, mas Deus manifestou o seu poder e o quadro se reverteu totalmente. Na verdade, os milagres extrapolam a dimensão das curas e atinge a natureza: abrir um mar, parar o sol, fazer chover, transformar as águas amargas em águas doces, todos estes feitos são grandes milagres, e Deus fez isso através de Moisés e Elias. Os apóstolos, que são os pais da Igreja neotestamentária, andaram na dimensão dos grandes milagres “e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos... muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos... os sinais do meu apostolado foram manifestados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e milagres” (At 2:43; 5:12; IICo.12:12). Estes homens curaram paralíticos, cegos, coxos e ressuscitaram mortos impactando o mundo com a manifestação do poder de Deus e as pessoas passavam a crer que o Senhor era com as suas vidas. Os apóstolos foram os pais da Igreja, por isso devemos praticar as mesmas obras.

c) A Igreja precisa andar no dom de milagres.
As operações destas maravilhas cessaram no meio da Igreja não  porque o dom de milagres morreu com a morte dos apóstolos como muitos pensam, mas por causa da falta de disposição dos atuais líderes do Corpo de Cristo de viverem como nossos pais na fé viveram “Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da Palavra” (At 6:4). O não se apartar desta dimensão vai fazer com que o dom de milagres volte a ser uma realidade no Corpo de Cristo. Quando a Igreja primitiva começou a crescer (At 6:1), os apóstolos estabeleceram pessoas para servirem os irmãos (At 6:2-3) pois a prioridade deles era a oração e o estudo da Palavra e não o ativismo. Eles sabiam que o estar a sós com Deus é a única coisa que nos capacita a ser um instrumento capaz para realizar a sua obra. Se como Igreja queremos abrir espaço em nossas vidas para o Espírito Santo manifestar o dom de milagres em nós, devemos urgentemente fugir do ativismo e começarmos a nos separar em oração e leitura da Palavra e o Espírito Santo voltará a ministrar os milagres através da Igreja a fim de que o mundo veja a graça de Deus.
Estamos vivendo um tempo novo quando o Espírito de profecia nos chama ao arrependimento e à conversão pois, desta forma, as manifestações do poder de Deus virão novamente para a Igreja e o mundo será alcançado pela graça de Deus. Entre nesta dimensão.

Profecia: dom do Espírito no espírito humano

O cristão precisa entender, de maneira clara, a diferença que há entre dom de profecia (ICo.12,10) e ministério profético (Ef.4:11). O ministério profético é uma função que é ocupada por uma pessoa que Deus levanta e estabelece como ministro e concede-lhe revelações na palavra descortinando os mistérios ocultos e, ainda, revela o próximo mover que virá sobre a Igreja ou nação.
O ministério profético opera quase que sempre trazendo a Palavra de Deus para corrigir o desvio da coletividade e chamando a nação para o caminho de Deus. “Ora, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Tão certo como vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou, nem orvalho nem chuva haverá nestes anos senão segundo a minha palavra” (IRs.17:1). No entanto, o dom de profecia é concedido para pessoas  fiéis que estão servindo a Deus no corpo, a fim de revelar situações particulares que ocorrem com irmãos que estão em Cristo ou pessoas não crentes, mas que o Senhor quer tocá-las, pois sem estas revelações, os problemas  jamais seriam solucionados.
Todos nós que fazemos parte da Igreja de Jesus e cremos na operação dos dons espirituais, de um modo ou de outro, já fomos  vítimas de uma profecia que nos foi entregue na carne. No entanto, isso não nos dá o direito de achar que o Espírito Santo não usa mais pessoas através da operação do dom de profecia, por isso, precisamos tomar cuidado para que estas experiências negativas não nos torne incrédulos quanto à operação do dom de profecia. Se recebemos uma profecia que não se cumpriu e, por isso a dúvida veio sobre nós, devemos duvidar da pessoa que entregou e nunca do dom de profecia, porque o dom é divino, mas o vaso é humano. Por esta razão precisamos conhecer muito bem a sua vida para ver se é uma fonte de água boa - “Pode a fonte jorrar do mesmo manancial água doce e água amargosa? ... Tampouco pode uma fonte de água salgada dar água doce” (Tg.3:11-12). Veja a finalidade do dom profético.

a) A profecia revela o futuro.
O Apóstolo Paulo estava em Cesaréia, visitando Filipe (At 21:8) quando Ágabo, que era usado pelo Espírito na operação do dom de profecia, tomou o cinto de Paulo, certamente sem saber que era dele e, ligando os seus próprios pés e mãos, disse: “Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem a quem pertence este cinto, e o entregarão nas mãos dos gentios” (At 21:10-11). Esta palavra vindo da parte de Deus através do dom profético não tinha por finalidade impedir o que iria acontecer com Paulo em Jerusalém, mas confirmar o que estaria para acontecer, pois o próprio Jesus havia dito isto acerca do seu ministério - “Este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome perante os gentios, os reis e os filhos de Israel e eu lhe mostrarei o quanto deve padecer pelo meu nome” (At 9:15-16). Quem receber a palavra profética precisa ter muito discernimento para que o propósito de Deus não seja interrompido, pois não faltarão pessoas desejosas de impedir que cumpramos a vontade de Deus - “Ouvindo nós isto, rogamo-lhe, tanto nós como os que eram daquele lugar, que não subisse a Jerusalém. Mas Paulo respondeu: Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração? Eu estou pronto não só a ser ligado, mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor” (At 21:12-13). Há muitas pessoas querendo saber o seu futuro, mas como elas receberiam uma profecia desta que foi entregue a Paulo, sabendo que não era um carro novo, uma mansão, nem um emprego novo que viria no futuro, mas perseguição e prisão por causa de Cristo?

b) A profecia revela o oculto.
O Apóstolo Paulo disse: que se alguém entrar no templo e “todos estiverem profetizando por todos a pessoa é julgada. Os segredos do seu coração ficarão manifestos, e assim, lançando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, declarando que Deus está verdadeiramente entre vós” (ICo.14:24-25). Quando Paulo fala “mas, se todos profetizarem” não está dizendo que isso deve ocorrer ao mesmo tempo, mas “todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam, e todos sejam consolados” (ICo.14:31). Há de se ter uma ordem nas reuniões, mesmo quando o dom profético está em plena operação. Pois, neste momento, o Espírito Santo está revelando os segredos do coração humano. Por esta razão as pessoas reveladas são quebrantadas espiritualmente e com isso todo o Corpo é edificado através da operação do dom de profecia.

c) A profecia revela o propósito de Deus.
O dom profético foi dado à Igreja com a finalidade de dissipar do seu meio todo e qualquer propósito escuso do maligno que visa atrofiar o crescimento do Corpo trazendo para o seu meio motivações erradas, visões equivocadas e implantando os seus valores no Corpo de Cristo. O dom profético vem para desbaratar o que está em oculto  porque quem está no natural não consegue perceber. Paulo e Barnabé foram chamados pelo procônsul Sérgio Paulo que desejava conhecer a Palavra de Deus e havia um homem que estava com ele chamado Elimas, que até aquela hora o procônsul o tinha como um homem de Deus, mas Paulo liberou uma palavra profética que revelou quem era Elimas  Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor? Agora a mão do Senhor está contra ti, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo... Então o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor” (At 13,6-12). O dom profético revela o falso e nos leva ao verdadeiro Deus.:
O dom profético precisa entrar em operação no Corpo de Cristo. No entanto, é necessário que cada membro do Corpo esteja vivendo em santidade e retidão a fim de que o Espírito Santo possa manifestar o dom profético através das nossas vidas. Siga crescendo em Deus.

Discernimento de espíritos: dom do Espírito no espírito humano


O dom de discernir os espíritos é de fundamental importância para o Corpo de Cristo, pois através dele nenhum tipo de engano  sobrevirá a nós e, desta forma, podemos crescer espiritualmente saudáveis e sólidos em toda a verdade. Nós, os servos de Deus, temos uma predileção pelos outros dons, em especial os de curar, milagres e profecias, mas não podemos achar que fluiremos de maneira plena nestes dons sem o dom de discernir os espíritos. Há muitos cristãos que legitimamente o Espírito Santo usa através dos dons no Corpo de Cristo, mas por falta de discernimento espiritual, ao invés de edificar muitas vezes findam destruindo. É necessário que cada um de nós busque com zelo e fervor o dom de discernir os espíritos para quando qualquer dom entrar em operação através das nossas vidas haja edificação no Corpo de Cristo. O apóstolo João nos exorta a andar na operação do dom de discernir os espíritos, pois eles estão em plena atividade no meio do corpo de Cristo - “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus, porque já muitos falsos profetas têm surgido no mundo” (IJo.4:1). O principal motivo pelo qual devemos andar na dimensão de discernir os espíritos é porque eles não vêm como sendo espíritos do erro, mas com a máscara de espíritos da verdade - “Pois os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, pois o próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (IICo.10:13-15). Quando Satanás se transforma em anjo de luz, ele só pode se manifestar no nosso meio usando pessoas, por isso, os espíritos do erro começam atacar aqueles que estão estabelecidos no ministério, e os ministros que não estão sólidos em Deus através da oração e do estudo da Palavra, são persuadidos pelos espíritos do erro. Desta forma, Satanás lidera a Igreja por meio dos falsos profetas, apóstolos, pastores, mestres, evangelistas e obreiros. Há muitas denominações e instituições religiosas que são totalmente conduzidas pelos espíritos de engano e, por esse motivo, o Corpo de Cristo precisa fluir neste dom a fim de que não sejamos engodados por Satanás, operando em nosso meio como se fosse Cristo. Veja a finalidade do dom de discernir os espíritos:

a) O dom de discernir os espíritos nos faz andar na verdade.
Não devemos pensar que receberemos o dom de discernir os espíritos sem que conheçamos a Palavra de Deus, pois a Palavra é o principal instrumento que o Espírito Santo utiliza para destronar os espíritos do erro. Na verdade, os dons não entram em operação desassociados do espírito da Palavra. O apóstolo João disse “que maior é o que está em nós do que o que está no mundo” (IJo.4:4b). O que está em nós é o espírito da Verdade (IJo.4:6), ou seja, o espírito da Palavra, que é suficiente para nos fazer andar na verdade - “Muito me alegrei em ter achado alguns de teus filhos andando na verdade, assim como recebemos o mandamento do Pai” (IIJo.4). O apóstolo expressa o seu sentimento de alegria quando percebeu que alguns dos cristãos estavam realmente vivendo segundo a orientação da Palavra, pois somente quando andamos na verdade podemos destruir o anticristo - “Olhai por vós mesmos, para que não percais o que ganhastes, antes recebais plena recompensa... Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como o Filho” (IIJo.8,9).
Na verdade, o anticristo está em plena atividade no meio da Igreja, contudo, aqueles que estão andando na verdade saberão discerni-lo perfeitamente (IIJo.7). O dom de discernimento entra em operação em nossas vida através do nível de conhecimento que temos da Palavra de Deus.

b)   O dom de discernir os espíritos nos faz conhecer
      o Espírito da verdade.
Jesus andou na operação deste dom de maneira muito especial e por isso os seus inimigos não conseguiam se aproximar dele sem que os segredos dos seus corações não fossem desnudados. Certa feita, Jesus havia acabado de curar um homem da cegueira e mudez (Mt.12:22), “mas os fariseus, ouvindo isto, diziam: este não expulsa os demônios senão pelo poder de Belzebu, príncipe dos  demônios” (Mt.12:24). Muito embora eles falassem entre si mesmos, através do dom de discernir os espíritos, Jesus conhecia os segredos dos seus corações (Mt.12:25-28) . Na última Páscoa que Jesus fez com os seus discípulos, Judas já tinha combinado com os sacerdotes em entregar Jesus (Mt.26:14-16), na verdade, o espírito maligno já estava em sua vida (Lc.22:3-4), mas Jesus já sabia que Judas o tinha traído (Mt.26:21) porque o dom de discernimento espiritual entrava em operação em sua vida. Este é um dom que nos faz conhecer o Espírito da Verdade.

c) O dom de discernir os espíritos destrona Satanás.
João em Apocalipse nos revela que há uma razão muito forte pela qual devemos buscar o dom de discernir os espíritos - “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e satanás, que engana a todo o mundo. Ele foi precipitado na terra, e seus anjos foram lançados com ele” (Ap.12:9), Satanás e seus demônios, que são os anjos caídos, estão na terra e o propósito deles é enganar a todos, no entanto, na Igreja de Jesus, a forma que Satanás usa para enganar os filhos de Deus é desviando os líderes (IIPe.2:20-22; IJo.2:18-19) e depois usando como falsos profetas (IJo.4:1; IICo.11:13-15). Por isso, devemos buscar o dom de discernir os espíritos através da oração, jejum e muito estudo da Palavra de Deus, pois, quando passamos a viver nesta dimensão, o Espírito Santo encontrará uma terra boa para fluir na operação dos dons. A Igreja que Paulo edificou em Éfeso andou numa dimensão tão forte em Deus que estes espíritos não conseguiam penetrar em seu meio - “Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua perseverança, e que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e os achaste mentirosos” (Ap.2:2). Acredito que a medida em que formos crescendo em Deus, chegaremos nesta dimensão de desmascararmos os falsos líderes que estão sendo usados pelo anticristo para trazer engano para o nosso meio.
Não há dúvida de que o dom de discernir os espíritos é uma necessidade, principalmente nos nossos dias, por isso, devemos entrar mais em Deus através da comunhão com o Espírito Santo e desta forma, esse dom   fluirá em nossas vidas. Siga crescendo em Deus.

Línguas: Dom do Espírito no espírito humano


O dom de orar em outras línguas, chamado língua dos anjos (ICo.13:1), foi dado à Igreja no dia de Pentecostes - “De repente veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E viram línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. Todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2:2-4). A Igreja passou a experimentar estas manifestações do Espírito Santo em cumprimento a uma promessa que o Senhor havia feito através do profeta Joel (Jl.2:28-29). Depois do Pentecoste, o dom de orar em línguas começou a se manifestar no meio da Igreja. No entanto, era necessário que os cristão estivessem vivendo de maneira reta na presença de Deus - “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2:38). A condição para receber o dom do Espírito era passar pelo batismo que João pregava (Mt.3:5-6) chamando a todos os herdeiros da promessa à conversão à Jesus (Mt.3:7-10). Muitas pessoas chegam a receber o dom de orar em outras línguas antes de serem batizadas nas águas porque haviam experimentado uma autêntica conversão no espírito humano  (At 10:45-48). Devemos entender que, no momento em que a pessoa experimenta uma autêntica conversão no seu interior, não há impedimento para que receba o dom de orar em línguas, mesmo que ainda não tenha sido batizada nas águas, pois o batismo também visa levá-la à conversão.

a) O orar em línguas gera edificação pessoal.
O dom de orar em línguas produz um benefício para o cristão sem medida porque é um dom que pode ser ativado no momento em que a pessoa desejar e, quando colocamos o dom em prática, não oramos com a alma ou entendimento humano, mas com o espírito humano falamos mistérios - “Pois  o que fala em línguas não fala aos homens, senão, a Deus. Com efeito, ninguém o entende, e em espírito fala mistérios” (ICo.14:2). O mistério é para com os homens porque ninguém pode entender essas línguas, no entanto, Deus compreende muito bem, pois foi Ele mesmo quem nos deu essa nova língua, a fim de que as nossas orações sejam mais eficientes - “Pois se eu orar em línguas, o meu espírito ora de verdade, mas o meu entendimento fica sem fruto”(ICo.14:14).  Isso significa que através do orar em línguas há uma maior eficiência quando estamos falando com Deus porque falamos em espírito com o Senhor. Na verdade, o orar em línguas é uma relação do espírito humano com o Espírito Divino, por isso a comunhão é completa. Além do mais, quando desenvolvemos o hábito de orar muito tempo em línguas, o nosso entendimento fica tomado pela presença de Deus e naturalmente passa a entender o que está se passando na esfera espiritual e,  desta forma, o orar em línguas leva a nossa mente natural a se converter às coisas espirituais.

b) O orar em línguas edifica outras pessoas.
O dom de orar em línguas sem a interpretação é para benefício pessoal, mas quando há interpretação, outros são edificados, tanto no Corpo como aqueles que ainda não fazem parte do Corpo. No entanto, não devemos dogmatizar as formas de interpretação achando que só ocorrerá através da instrumentalidade humana. O Espírito Santo é sábio e por isso há formas diversas dele trazer a interpretação das línguas para aqueles que serão beneficiados pelas interpretações. Há várias formas de como o Espírito Santo pode nos dar as interpretações: 1º) a própria pessoa que está orando em línguas, também, pode interpretá-la - “Pelo que, o que fala em língua, ore para que possa interpretar” (ICo 14:13); 2º) quando uma pessoa está orando em línguas, o Espírito Santo pode usar outra para interpretar - “Se alguém falar em língua, faça-se isso por  dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver  intérprete, esteja calado na Igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus” (ICo.14:27-28). Paulo não está proibindo ninguém de falar em línguas, mas orientando. Se o momento é profético, os que não têm interpretação falem baixo consigo mesmo e com Deus, a fim de que as línguas que têm interpretação sejam interpretadas e tragam edificação para a Igreja; 3º) quando não há interpretação todos devem orar em línguas pois, se for necessário que outros entendam, o próprio Espírito Santo será o intérprete”... E começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem...correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua própria língua” (At 2:4-6). Em Jerusalém havia pessoas de todas as partes, mas todos ouviram aquelas línguas no seu entendimento porque o Espírito Santo estava interpretando para cada um deles. Ore em línguas e não dogmatize as formas de interpretação pois é o Espírito que traz esta operação.

c) O orar em línguas nos leva aos outros dons.
O dom de orar em línguas é o único dom que nos faz ter acesso aos demais dons, por isso, devemos orar diariamente em línguas a fim de que as nossas  vidas sejam edificadas e, desta forma, o Espírito Santo ache lugar em nós para ministrar outros dons. O apóstolo Judas escrevendo em sua epístola, nos adverte sobre os falsos ministros que viriam no último tempo - “No último tempo haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias consciências” (Jd.18). No entendimento de Judas a única maneira de nos livrarmos deles é orando em línguas - “Mas  vós, amados, edificando-vos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo” (Jd.20). Orar no Espírito Santo é orar em línguas, pois, quando assim fazemos, somos levados ao dom de discernir os espíritos e ficamos sabendo quem tem o Espírito Santo ou o espírito do erro (Jd.19).Desenvolva o dom de orar em línguas ciente de que o Espírito Santo lhe levará aos demais dons.
O cristão que já recebeu o dom de orar em outras línguas deve desenvolvê-lo a cada dia, separando um tempo para orar em línguas, pois esta prática o levará a um nível de maior comunhão com Deus.  Siga crescendo em Deus.

Ensinar: dom do Espírito no espírito humano


A Palavra de Deus nos revela três tipos diferentes de dons: a) dom de ministério; b) dons espirituais; c) dons de serviços. O dom de ministério se manifesta através dos ministros que o Espírito Santo levanta e estabelece para liderar a Igreja;  os dons espirituais se manifestam através de pessoas que o Espírito Santo começa a usar  na operação dos dons (ICo.12:8-10) e os dons de serviços se manifestam através de pessoas que o Espírito Santo levanta e capacita com habilidades para ajudar o ministério a edificar o Corpo de Cristo de maneira bem estruturada.
Os dons de serviço são dados às pessoas que o próprio Espírito Santo levanta no Corpo de Cristo com o intuito de usá-las como auxiliares do ministério, pois estes irmãos recebem uma capacidade toda especial na área do ensino, governo e outras funções, a fim de ajudarem na edificação da Igreja de Jesus. No entanto, muitas vezes Satanás se interfere no ministério destas pessoas, mostrando-lhes que podem exercer um ministério. Logo esses irmãos saem por aí abrindo as suas apostasias ou vão para uma igreja já aberta, onde encontram uma vaga para desenvolver o seu suposto ministério. É necessário que a pessoa que o Espírito Santo estabeleceu em um dom de serviço não se afaste deste propósito, por mais que o seu trabalho esteja sendo grandemente abençoado pelo Senhor, pois não faltarão pessoas que lhe digam que o Senhor  tem um ministério maior para a sua vida e com isso Satanás encherá o seu coração com uma pseudo chamada para o ministério. É desta maneira que o inimigo levanta os seus ministros “Pois o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transformem em ministros da justiça” (IICo.11:13-15).
A pessoa que Espírito Santo usa através de um dom de serviço pode perfeitamente ser levada para outro dom. Filipe começou servindo a Deus no dom de serviço (At 6:1-6), mas foi levado para servir no dom de ministério (At 8:5-13). No reino de Deus é necessário começar servindo ao Senhor com humildade e sempre fazendo da melhor maneira o que  vier às mãos para fazer, pois o Senhor poderá se utilizar desta vida para usá-la na operação dos dons que desejar.

a) O ministério deve andar no dom de ensino.
Paulo recebeu de maneira muito clara a visão do dom do ministério (Ef.4:7-8), pois os ministros são estabelecidos no ministério pelo próprio Senhor “e ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef.4:11). A finalidade dos  ministérios é o aperfeiçoamento do Corpo de Cristo (Ef.4:12) e esse aperfeiçoamento ocorre através do dom de ensino, pois as profundas revelações da Palavra são dadas pelo Espírito Santo diretamente aos apóstolos e profetas  o qual em outras gerações não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus santos apóstolos e profetas” (Ef.3:5). No ministério, somente o apóstolo e o profeta recebem diretamente do Espírito Santo as revelações, pois são eles quem trazem os fundamentos para edificar o Corpo de Cristo “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Cristo Jesus a principal pedra angular” (Ef.2:20). Na verdade, os outros três ministérios: evangelista, pastor e mestre recebem as revelações de Deus através dos apóstolos e profetas e, desta forma, os cinco ministérios andaram debaixo de profundas revelações da Palavra. É necessário entender que as revelações da Palavra de Deus vêm para aqueles que andam no Corpo na operação do dom de ensino através do ministério.

b) Os discípulos devem andar no dom de ensino.
Devemos entender, com clareza, que a pessoa que opera no dom de ensino no Corpo de Cristo, anda neste nível porque recebeu dos apóstolos e profetas os fundamentos e através da habilidade que o Espírito Santo lhe outorgou passa o ensino com facilidade e clareza para o Corpo de Cristo. Quando o apóstolo Paulo chegou em Éfeso encontrou doze discípulos de João Batista (At 19:1-3) que só haviam sido batizados no batismo de João Batista, mas ainda não conheciam o Espírito Santo. Paulo, impondo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo (At 19:6-7). Estes homens se tornaram discípulos de Paulo, e, durante um tempo, o apóstolo Paulo ministrou profundas revelações para eles - “levou consigo os discípulos, e discutia todos os dias na escola de Tirano. Durou isto dois anos...” (At 19:9-10). Foram estes discípulos que juntamente com Paulo organizaram as igrejas da Ásia “de modo que todos os que habitavam na Ásia ouviram a Palavra do Senhor Jesus, tanto judeus como gregos” (At 19:10). A capacitação para ensinar é dada pelo Espírito Santo, mas quem traz as revelações são os apóstolos e os profetas aos discípulos para exercerem o seu dom junto ao Corpo de Cristo.

c) O Corpo deve andar no dom de ensino.
Todos os que fazem a Igreja de Jesus devem andar no dom de ensino pois da mesma forma que os apóstolos e profetas passam os ensinos para os discípulos que receberam o dom de ensino, todo o Corpo deve absorver a Palavra  ministrada  pelos professores nas reuniões e começarem a ensinar para os não-crentes e discipulá-los através do ensino da Palavra de Deus. Jesus disse à sua Igreja: “Portanto, ide e fazei discípulos de todos os povos... ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt.28:19-20). A Igreja precisa cumprir o seu ministério no mundo, ganhando para Cristo todos aqueles que estão sem  salvação, portanto, perdidos. O ministério da Igreja é fazer com que o máximo de pessoas entre no reino de Deus através do conhecimento da Sua Palavra, por isso todos nós devemos ensinar para o pecador a Palavra de Deus, a fim de que  venha a ser salvo.
Cada um de nós, que faz a Igreja de Jesus neste tempo, deve desenvolver o seu ministério de ensino procurando alcançar o maior número possível de pessoas com a mensagem do Evangelho do reino. Siga crescendo em Deus.

Exortar: dom do Espírito no espírito humano


O dom de exortar é um dom de serviço dado pelo Espírito Santo àqueles que fazem parte do Corpo de Cristo, a fim de ajudar o ministério (Ef.4:11) a equipar os santos e, deste modo, a Igreja cumprirá o seu ministério (Ef.4:12).
O dom de exortar não pode entrar em operação desassociado do ensino da Palavra. Aquele que deseja andar na operação deste dom “Deve reter  firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar na sã doutrina como para convencer os contradizentes. Pois há muitos insubordinados, faladores vãos, e enganadores... É preciso tapar-lhes a boca, porque transtornam casas inteiras ensinando o que não convém... Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé” (Tt.1:9-16). Precisamos ter o cuidado para nunca exortar alguém segundo os nossos conceitos humanos, mas devemos exortar através da revelação da Palavra  a todos os insubordinados que não andam segundo a verdade de Deus. Quando o dom de exortar está sendo manifesto no Corpo, todo o Corpo andará no conhecimento da verdade e em condições de tapar a boca dos que andam na apostasia, segundo o espírito do erro, transtornando casas inteiras.
O dom de exortar é dado para a Igreja com o propósito de fazê-la caminhar na verdade de Deus e não nos ensinos fantasiosos que muitos têm trazido - “Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé, não dando ouvidos a fábulas judaicas, nem a mandamentos de homens que se desviam da verdade” (Tt.1:13-14). Há muitos que, ao invés de ajudarem as pessoas a entrarem no reino de Deus, estão desviando-as (Mt.23:2,13) com os seus ensinos, aprisionando-as em suas correntes, campanhas e muitos outros ensinos. Cuidado, nem todos que falam de Deus estão Nele e nem todos os que ensinam a Bíblia a conhecem!

a) Exortar é exercer uma autoridade espiritual.
A autoridade para alguém começar a andar na operação do dom de exortar vem do nível do conhecimento que se tem da Palavra de Deus, pois a autoridade é conferida através da revelação da verdade - “Fala estas coisas, exorta e repreende com toda a autoridade. Ninguém te despreze” (Tt.2:15). Paulo, o Apóstolo, escrevendo a Tito o admoesta a exercer o dom  de exortar, no entanto, Tito tinha uma mensagem para transmitir, que certamente havia recebido do próprio Apóstolo - “Fala estas coisas”, não era para falar na carne, mas  transmitir estas revelações. Ninguém pode desprezar quem tem a palavra vinda do trono de Deus. Há poucas pessoas na Igreja, hoje,  que o Espírito Santo pode usar com o dom de exortar, porque não têm conhecimento da Palavra de Deus, por isso é necessário que todos nós estudemos a Palavra a fim de que o Espírito possa encontrar vasos em condições de serem usados através do dom de exortar. A autoridade para  alguém ser usado vem pela Palavra - “Admiravam-se da sua doutrina, porque a sua palavra era com autoridade” (Lc.4:32).  Jesus ensinava com autoridade porque desde menino conhecia a Palavra - “E o menino crescia, e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria (conhecimento); e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc.2:40).No momento em que o Espírito Santo encontrar pessoas no Corpo que conheçam a Palavra, o dom de exortar entrará em operação no seio da Igreja.

b) Exortar é conduzir na verdade.
No dia de Pentecoste, o Espírito Santo veio sobre a Igreja que estava reunida no cenáculo e uma multidão admirada se reuniu em frente ao templo - “Todos se maravilhavam e estavam perplexos, perguntando uns aos outros: que quer dizer isto? “ (At.2:12). Pedro explicou que aquele acontecimento era o cumprimento da profecia de Joel (At.2:14-16), aproveitando aquele momento para exortá-los a um encontro com a verdade e, desta forma, muitos vieram para Cristo -  Com muitas outras palavras dava testemunho, e os exortava, dizendo: salvai-vos desta geração perversa. Os que de bom grado receberam a sua palavra foram batizados, e naquele dia agregaram-se quase três mil almas” (At.2:40-40). Na cidade de Éfeso, a Igreja estava sendo perseguida - “Por esse tempo houve um não pequeno alvoroço acerca do caminho” (At.19:23). No entanto, Paulo não cessava de exortar os irmãos  a continuarem andando na verdade. “Ele andou por aquelas regiões, exortando os discípulos com muitas palavras” (At.20:2). O dom de exortar é dado aos santos a fim de que ninguém se disperse da verdade.

c) Exortar é manter a santidade no corpo.
Os cristãos são chamados por Cristo para serem santos (Rm.1:7; Ef.1:4), no entanto, o pecado que tão de perto nos rodeia (Hb.12:1) impede que vivamos neste nível, por isso é necessário que haja uma exortação constante a fim de que ninguém que está no Corpo seja escravizado pelo pecado e venha a esfriar na fé - Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado(Hb.3:13). A exortação diária é um instrumento eficaz para quebrar a força do pecado sobre a vida dos cristão, por isso, é importante estar no templo ouvindo o ensino da Palavra de Deus - “Não deixando de congregar-nos, como é costume de alguns, mas admoestemo-nos uns aos outros, e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele dia” (Hb.10:25),  através da revelação da  palavra que recebemos no  templo, quando estamos reunidos, o pecado não triunfará sobre as nossas vidas” (Hb.10:26).
À medida que o Espírito Santo vê em cada um de nós o conhecimento da Palavra  certamente começará a manifestar no nosso meio o dom de exortar  “O que exorta, use esse dom em exortar” (Rm.12:8) pois, através da exortação, o Corpo de Cristo que é a Igreja, será mais sólido e andará em santidade e, desta forma, realizaremos a vontade de Deus.

Repartir: dom do Espírito no espírito humano


O dom de repartir é um dom de serviço que não deve ser entendido somente na esfera material, mas em todas as dimensões  da vida, pois o cristão deve compreender que o seu chamado para servir a Cristo está diretamente relacionado com o dom de repartir. Quando a vida de Deus está em nós, devemos reparti-la com todos na mesma dimensão - “Assim cada um ande como Deus lhe repartiu, cada um como o Senhor o chamou” (ICo.7:17). Não podemos dar o que não recebemos, mas também não devemos reter o que temos recebido do Senhor, por isso é preciso repartir.
O dom de repartir deve entrar em operação juntamente com a generosidade para que possa atingir o seu pleno propósito - “o que reparte, faça-o com liberalidade” (Rm.12:8). Como seres humanos somos tendenciosos a realizar as coisas no nível natural, por isso, quando estivermos debaixo da operação de um dom precisamos alcançar o objetivo para o qual o dom entrou em operação. Neste caso, a generosidade é importante porque nos tornamos totalmente sensíveis à realidade e, desta forma, o dom alcança o seu propósito, pois o dom só entrar em operação com a finalidade de trazer o milagre de Deus àquele que necessita do seu toque.
O dom de repartir é uma forma de Deus tocar as pessoas carentes através das nossas vidas, por isso, o dom deve ser praticado segundo o nível de fé que estamos vivendo - “conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um“ (Rm.12:3). Há muitas pessoas que agem pelos próprios sentimentos, findam fazendo mais do que deveriam e depois ficam sofrendo as conseqüências. O dom de repartir não é para gerar sofrimento na vida de quem reparte, mas bênçãos na vida de ambos, por isso, deve ser exercido segundo a medida da fé de cada um. Nunca devemos fazer o que não podemos, mas também não devemos deixar de realizar o que temos condições de fazer.

a) Repartir no nível espiritual.
O homem sábio quando vai ajudar alguém procura descobrir qual é a maior necessidade daquele que receberá a sua ajuda, a fim de que possa obter o melhor resultado. A maior carência do ser humano é no âmbito espiritual, muitas delas são até religiosas, mas não conhecem o verdadeiro Deus. Por isso, devemos repartir com elas o que temos recebido do Senhor, ou seja, a Sua Palavra - “Os que semeiam com lágrimas, segarão com cânticos de alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará com cânticos  de alegria, trazendo consigo os seus  molhos” (Sl.126:5-6). O dom de repartir deve ser usado com sabedoria, por isso, precisamos ajudar o ser humano suprindo a sua maior necessidade que é na área espiritual, procurando levá-lo a Deus que é o Senhor da vida. O maior bem que possuímos é a preciosa semente, a Palavra de Deus, e é isso que devemos repartir com todas as pessoas, porque a Palavra atingirá todas as áreas de sua vida. Quando Jesus enviou os seus discípulos, disse-lhes: “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça dai” (Mt.10:8).O que os discípulos haviam recebido? Uma Palavra poderosa que era suficiente para ajudar os homens em suas necessidades e continua sendo esta mesma Palavra que devemos repartir com os necessitados. Reparta a Palavra com todos.

b) Repartir no nível físico.
O dom de repartir nos dá condições de ajudar aqueles que precisam ser alcançados pelo cuidado de Deus e, na verdade, o Senhor toca essas pessoas usando as nossas vidas. Quando o dom de repartir entra em operação através de nós, é o próprio Deus agindo na vida daqueles que necessitam. Tiago nos adverte dizendo que a fé quando é viva nos torna sensíveis às necessidades dos nossos irmãos - “Se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz; aquietai-vos e fartai-vos, mas não lhe derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso?” (Tg.2:15-16). Somente alguém cuja fé é uma farsa poderá ver um irmão passando por necessidades tão básicas, como as que Tiago coloca, e não ser sensível para ajudá-lo. No entanto, o nosso dever como servos de Deus é socorrer os nossos irmãos em suas necessidades - “Que façam o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir” (ITm.6:18). O apóstolo Paulo está orientando aos ricos que a maior  riqueza de um homem é a sua sensibilidade e generosidade para com os necessitados, pois somente assim ajuntaremos galardão para a vida eterna (ITm.6:19).

c) Repartir no nível material.
O dom de repartir é uma sensibilidade que o Espírito Santo gera no nosso espírito humano e que nos torna capazes para doar fazendo com generosidade. Há pessoas, no Corpo de Cristo, que são usadas pelo Espírito Santo com este dom, a sensibilidade delas é tão grande que não precisamos pedir nada, simplesmente elas percebem as necessidades e trazem as suas doações. Barnabé era um homem usado com o dom de repartir, havia em seu espírito uma satisfação em servir a Deus com os seus bens - “Então José, chamado pelos apóstolos de Barnabé (o seu apelido era Consolador), levita, natural de Chipre, possuindo uma herdade, vendeu-a, trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos” (At.4:36-37). Para que Barnabé fosse chamado pelos apóstolos, como filho da consolação, o dom de repartir era muito evidente em sua vida. Ainda hoje, na Igreja de Jesus, há muitos que são usados pelo Senhor com o dom de repartir, uma vez que as suas doações extrapolam os seus dízimos e as pequenas ofertas oferecidas nos cultos. São pessoas que estão sempre oferecendo os seus bens para o serviço do Senhor.
Deixe o dom de repartir entrar em operação - “Não vos esqueçais de fazer o bem e de repartir com outros, pois com tais sacrifícios Deus se agrada” (Hb.13:16).

Presidir: dom do Espírito no espírito humano


Presidir, governar ou administrar é um dom de serviço que o Senhor dá aos membros do Corpo a fim de que estes possam ajudar os ministros no governo da Igreja. O dom de presidir é dado ao Corpo porque a Igreja de Jesus precisa funcionar com toda gratidão possível - “Assim como em um só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros” (Rm.12:4-5). Aqueles que estão estabelecidos no dom de presidir devem trabalhar para que o Corpo funcione com toda harmonia porque a Igreja de Jesus é a composição do todo e não dos membros separados. O cuidado que devemos desenvolver com cada membro não deve ser um fim em si mesmo, mas devemos ajudá-lo para que todo o Corpo esteja bom - “De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele. Ora, vós sois o Corpo de Cristo e, individualmente, membros desse corpo” (ICo.12:26-27).
Paulo, o apóstolo, diz que Deus pôs na Igreja uns com os dons de governos, no plural (ICo.12:28) porque na Igreja há várias necessidades, mas o Senhor tem pessoas habilitadas para suprir cada necessidade existente no Corpo. O Deus que é Senhor da Igreja tem provido meios para que o seu Corpo não sofra necessidade alguma, por isso, há várias pessoas com diversas habilidades no Corpo de Cristo, a fim de que não haja  falta de coisa alguma no seu meio.
A Igreja que vai implantar o Reino de Deus, aqui na Terra, servirá de modelo para as nações do mundo, pois o seu governo será perfeito, por isso o Senhor está trabalhando no seu Corpo, a fim de que esta Igreja seja conhecida no mundo.   
        
a) A qualificação dos que operam no dom de governo.
O ministério (Ef.4:11) deve ter muito zelo quando for escolher alguém para desenvolver uma função no Corpo de Cristo porque se isto for negligenciado, o desempenho da obra sofrerá conseqüências. Neste particular os apóstolos foram muito zelosos - “Escolhei, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At.6:3). A pessoa que for escolhida para desempenhar qualquer função no Corpo de Cristo precisa no mínimo exalar estas características que os apóstolos exigiram daqueles que iriam trabalhar com eles. De igual modo, Paulo foi muito criterioso na escolha daqueles que iriam desenvolver uma função no Corpo - “Os diáconos sejam respeitáveis, sinceros, não dados a muito vinho, não cobiçosos  de sórdida ganância, conservando o mistério da fé com a consciência pura” (ITm.3:8-9). Essas características devem ser evidenciadas na vida de todo aquele que for escolhido para desenvolver qualquer função no Corpo de Cristo.    
        
b) Como o dom de governo se estabelece.
A instituição chamada Igreja  se distanciou tanto da Palavra de Deus que muitas delas contratam pessoas que nem cristãs  são para desenvolver várias funções no seu seio e isso prova o quanto a Palavra de Deus é desconsiderada no seu meio. No entanto, a Igreja de Jesus, o seu Corpo, não deve estabelecer ninguém para desenvolver qualquer função que não seja evidenciado o dom do Espírito em sua vida, pois, no contexto da Igreja ninguém pode operar se não for qualificado pelo Espírito Santo para tal atividade. O dom de serviço entra em operação na vida de uma pessoa através da manifestação do Espírito Santo e, quando esse dom é evidenciado no Corpo, os ministros devem treinar e capacitar esses irmãos e estabelecê-los no serviço, pois, assim, o Corpo de Cristo será grandemente enriquecido - “Apresentaram estes homens aos apóstolos. Estes, orando, lhes impuseram as mãos” (At 6:1-7). Após os sete (At 6:5) terem sido escolhidos, foram apresentados  aos apóstolos e através da oração deles foram estabelecidos  na função que deveriam desempenhar no Corpo de Cristo (At 6:1). Quando o Espírito Santo quer estabelecer alguém em alguma função no Corpo, o dom se manifesta na pessoa e o ministério estabelece esse irmão na função exata.
                    
c) O propósito do dom de governo.
O maior propósito do dom de governo na Igreja é para que todos sejam edificados - “Assim como o Corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, formam um só corpo, assim é Cristo também” (ICo.12:12). O Corpo de Cristo que é a Igreja, é composto de muitos membros, no entanto, a preocupação de Deus é que esse Corpo não seja disperso, mas harmônico, por isso, o dom de governo é fundamental para o bom funcionamento do Corpo - “Para   que não haja divisão no Corpo, mas antes tenham os membros igual cuidado uns dos outros” (ICo.12:25). Esse cuidado que todos devem ter surge através dos líderes que o Senhor estabelecer trabalhando nas várias áreas da Igreja, pois, assim, todos são motivados a cuidarem uns dos outros e, desta forma, a Igreja alcança o seu propósito.
A Igreja como Corpo só alcançará o seu propósito quando os dons de serviços, espirituais e dom de ministério estiverem funcionando em conjunto, pois  somente assim, o Corpo de Cristo chegará à sua plenitude, por isso todos devem orar para que este dia seja abreviado.

Gutemberg L Braga
Ministério Apostólico